terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Avisos vermelho e laranja para amanhã

O Instituto Português do Mar e da Atmosfera emitiu um aviso vermelho, que corresponde a uma situação meteorológica de risco extremo, devido à agitação marítima, prevendo-se ondas até 20 metros de altura.

As ilhas das Flores e do Corvo vão estar sob aviso laranja para agitação marítima entre as 5 horas e as 11 horas de quarta-feira (amanhã). O aviso vermelho para agitação marítima vigora nas ilhas do grupo ocidental entre as 11 horas de amanhã (quarta-feira) e as 2 horas de quinta-feira, sendo que a altura máxima das ondas pode atingir os 20 metros.

As ilhas do Corvo e das Flores vão estar ainda sob aviso laranja para o vento entre as 5 horas e as 20 horas de amanhã (quarta-feira); sendo que antes (até às 5 horas de amanhã) estas duas ilhas já estão sob aviso amarelo para o vento.

O aviso vermelho é o mais grave de uma escala de três. O aviso laranja, o segundo mais grave, representa uma situação meteorológica de risco moderado a elevado; enquanto o aviso amarelo, o mais baixo na escala, significa uma situação de risco para determinadas atividades dependentes da situação meteorológica.

A delegação regional dos Açores do IPMA informa que “uma depressão frontal, a noroeste do arquipélago, com deslocamento para leste, deverá provocar aumento da intensidade do vento e da agitação marítima, inicialmente no grupo ocidental, estendendo-se depois aos restantes grupos”.


Notícia: jornal «Açoriano Oriental».
Saudações florentinas!!

segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Antigo Tribunal vai acolher Incubadora


O edifício do antigo Tribunal de Santa Cruz das Flores vai acolher uma incubadora de empresas
, representando investimento de meio milhão de euros.

"Este é um projeto importante para o concelho", afirmou José Carlos Mendes, salientando que a obra visa "reabilitar e recuperar um edifício histórico, que faz parte do património da vila de Santa Cruz", onde funcionou o Tribunal durante muitos anos, e depois adaptá-lo a uma incubadora de empresas.

Segundo o autarca, o objetivo é dar "oportunidade aos jovens, especialmente aos jovens qualificados, que se queiram instalar no concelho e formar a sua própria empresa", dando o município de Santa Cruz das Flores nos "primeiros anos de vida" das empresas apoio, para que possam criar "mais riqueza, mais emprego".

"No fundo, pretendemos criar desenvolvimento e fixar pessoas", adiantou o presidente da Câmara Municipal de Santa Cruz, explicando que a obra será financiada em 85 por cento pelo programa operacional Açores 2020.

Acreditando que o investimento, com prazo de execução de 12 meses, possa arrancar no próximo mês de Maio, José Carlos Mendes informou que o espaço terá capacidade para alojar sete empresas.

"Para o nosso concelho e para a nossa ilha, [o espaço] tem as condições ideais e não haverá certamente nenhuma empresa que fique de fora. Se houvesse listas de espera, nós iríamos resolver o problema", garantiu o autarca, esclarecendo que as empresas vão ocupar a incubadora gratuitamente, dispondo de equipamento informático e telecomunicações, além de apoio técnico, especialmente jurídico, quando necessário.

Segundo José Carlos Mendes, esta será a primeira incubadora de empresas da ilha das Flores.


Notícia: jornal «Açoriano Oriental».
Saudações florentinas!!

domingo, 29 de janeiro de 2017

«Brumas e Escarpas» #119

A espadana

Antigamente, a espadana era uma planta de grande utilidade na Fajã Grande. Nascia, crescia e florescia abruptamente e em grande abundância nos maroiços, nas canadas, nas encostas dos outeiros e até nas terras de mato. Nestas, muitas vezes, a espadana crescia tão densamente que até tinha que ser desbastada ou cortada radicalmente por constituir uma ameaça para outras culturas, nomeadamente, para os inhames e árvores de fruto.

A espadana muito frequente nos Açores é no Pico designada por filhaça e em São Jorge por corriola. Trata-se de uma planta não endémica, proveniente da Nova Zelândia e que cientificamente se designa por Phormium Tenax. Noutras regiões onde existe também é conhecida pelos nomes comuns de harakeke (em maiori) ou linho-da-nova-zelândia. Trata-se duma espécie de planta sempre verde, de folhas perenes com distribuição natural na Nova Zelândia e na Ilha Norfolk, mas naturalizada em diversas regiões temperadas e subtropicais e cultivada quer como importante fonte de fibra quer como planta ornamental. A espadana cresce como um aglomerado de largas folhas, em forma de tiras, de até dois metros de comprimento, ao redor de uma espécie de caule central, muito mais alto do que as folhas, onde se podem observar belas flores amareladas e vermelhas.

Sabe-se que na Nova Zelândia as folhas da espadana foram utilizadas para delas se retirarem fibras utilizadas na confeção de tecidos tradicionais e também para a feitura de cordame e velas de navios

Destino semelhante teve a espadana nos Açores, mas ao que consta apenas na ilha de São Miguel, onde foi cultivada para extração e produção de fibra. Segundo alguns historiadores a economia micaelense, paralelamente ao chá, em tempos não muito recuados, desenvolveu várias iniciativas de produção industrial não só do linho, mas também da espadana de onde se chegou a retirar apreciáveis resultados, antes do surgimento de fibras sintéticas. Na ilha do Arcanjo a espadana foi também muito utilizada uno fabrico de cordoaria, sobretudo no concelho da Lagoa onde ainda existem ruinas duma fábrica de desfibração de espadana.

Na Fajã Grande a espadana era utilizada em bruto para substituir as cordas, bastante mais caras mas muito necessárias no dia-a-dia. As folhas da espadana eram cortadas e postas a secar e depois desfiadas em tiras mais grossas ou mais finas, maiores ou menores de acordo com o fim a que se destinavam. Para além servirem para amarrar pequenos molhos, depois acarretados às costas, as espadanas eram muito usadas para amarrar os molhos de rama seca assim como os fetos secos que eram guardados nas casas velhas para alimentar e fazer cama aos animais, amarrados nos palheiros nas longas noites de inverno. Também cortadas em pequenos e finos pedaços serviam de cordões para amarrar as bocas dos sacos, das moendas, cambulhões de milho, as asas das galinhas e até os suspensórios das calças quando os botões falhavam. Mas um dos mais interessantes usos da espadana era no desfolhar do milho. Nos dias anteriores cortavam-se as folhas em pequenos pedaços que se desfiavam finamente. Depois eram feitos pequenos molhinhos que uma vez amarrados e dobrados em U invertido eram presos a uma alheta das calças de cada desfolhador. À medida que desfolhavam iam formando mancheias que eram amarradas com os cordões de espada e penduradas nos milheiros mais altos onde ficavam a secar durante alguns dias. Só depois eram recolhidas e guardadas mas durante esses dias os campos tinham um maravilhoso e deslumbrante aspeto.


Carlos Fagundes

Este artigo foi (originalmente) publicado no «Pico da Vigia».

sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

CMLF apoia coletividades do concelho

A Câmara Municipal de Lajes das Flores procedeu à assinatura dos protocolos de cooperação com as coletividades do concelho das Lajes, no âmbito do Regulamento Municipal de Apoio ao Associativismo.

Para o ano de 2017 a Câmara Municipal das Lajes aprovou apoiar seis coletividades do concelho que concorreram a este apoio num total de 26 mil euros, além de outros apoios, nomeadamente cedência de pessoal, combustível ou cedência de instalações.

As coletividades apoiadas pela CMLF são o Grupo Desportivo Fazendense, o Clube Naval das Lajes das Flores, a Filarmónica União Operária e Cultural de Nossa Senhora dos Remédios, a Associação AmbiFlores, a Associação Reinventar Ilhas e o Lions Clube da ilha das Flores.

Estas coletividades desempenham um papel da maior importância e relevância nas suas áreas de atuação no concelho das Lajes, nomeadamente na promoção do desporto e hábitos de vida saudáveis, na preservação e promoção da nossa cultura, da música e das artes e na área social, tendo um papel fundamental na formação e integração dos nossos jovens, além da projeção externa e divulgação que dão às Lajes das Flores.


Notícia: "sítio" da Câmara Municipal de Lajes das Flores.
Saudações florentinas!!

quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Centros móveis de Inspeção Automóvel funcionam poucos dias e horário curto

O deputado florentino João Paulo Corvelo questionou o Governo Regional sobre o funcionamento dos centros móveis de inspeção automóvel, os únicos a que os habitantes das ilhas de menor dimensão podem aceder.

Em requerimento enviado à Assembleia Regional, o deputado João Paulo Corvelo refere que os períodos de funcionamento dos centros móveis de inspeção automóvel nas ilhas mais pequenas, como é o caso das Flores, "estão limitados a apenas alguns dias por ano, sendo altamente insuficientes para as necessidades". Além disso, adianta, "os horários de funcionamento colidem diretamente com o horário de trabalho de grande parte dos cidadãos que, desta forma, são obrigados a utilizar um dia de férias para poderem inspecionar as suas viaturas".

Para o deputado florentino, trata-se de "uma discriminação inaceitável das ilhas de menor dimensão, cujos habitantes, também nesta área, não têm os mesmos direitos e facilidades que os açorianos de outras ilhas. É necessário garantir a todas as ilhas o acesso, em igualdade de circunstâncias, a centros de inspeção de veículos num período suficientemente alargado, em dias e horários compatíveis com as exigências da vida profissional dos cidadãos", salientou João Paulo Corvelo.

Segundo o deputado, "o Governo Regional é diretamente responsável por esta situação, uma vez que o período de funcionamento dos centros de inspeção móveis são determinados por despacho do diretor regional competente em matéria de transportes terrestres".

Assim, o deputado florentino João Paulo Corvelo quer saber se o Governo considera os atuais períodos e horários de funcionamento dos centros de inspeção móveis de veículos como adequados e suficientes para as necessidades da população das ilhas onde operam e se está disponível para os alargar.


Notícia: jornal «Diário Insular».
Saudações florentinas!!

terça-feira, 24 de janeiro de 2017

AAiF: 12 anos ao serviço dos florentinos

A Associação Amigos da ilha das Flores (AAiF) já apoiou mais de um milhar de utentes, acolhendo na sua sede social florentinos que das Flores se deslocam a São Miguel por motivos de saúde.

O projecto teve início em Maio de 2005, desenvolvendo assim esta valência de apoio social a pessoas carenciadas, ao abrigo de um protocolo de cooperação com as Câmaras Municipais de Santa Cruz e Lajes das Flores. Deste modo, as pessoas ficam alojadas gratuitamente na sede social da AAiF, mediante selecção efectuada pelas autarquias florentinas.

A sede social da Associação Amigos da ilha das Flores - remodelada já após a sua aquisição - dispõe de 5 quartos (2 quartos de casal e 3 quartos com 2 camas individuais), bem como cozinha equipada, 3 casas de banho, sala de jantar, sala de estar com televisão, que podem ser utilizados pelos utentes bem como os restantes equipamentos existentes nas instalações.

A AAiF foi fundada a 19 de Fevereiro de 2003 e declarada de utilidade pública a 21 de Setembro de 2009, tendo por objecto desenvolver actividades que promovam o bem-estar dos naturais das Flores e daqueles com quem vivem, bem como incrementar o intercâmbio com a ilha das Flores, realizando acções culturais, sociais ou desportivas e promovendo a própria ilha na globalidade do seu contexto regional, nacional e ultraperiférico da União Europeia.

A AAiF tem novos órgãos sociais para o biénio 201​7​-2018, na sequência de Assembleia Geral realizada no passado dia ​7 de Dezembro. Assim sendo, a nova Direção é composta por: ​José Avelino Nóia como presidente, ​Jacinto Avelar e ​Maria de Fátima Gomes como vice-presidentes, ​Rafael Nascimento como tesoureiro, ​Elisabete Dias como secretária​​, Carlos Freitas e ​Fernando Ferreira como vogais. O Conselho Fiscal tem como presidente ​José Manuel Hipólito e como vogais​ Álvaro Flores e José Fernando Gomes, enquanto a Assembleia Geral é presidida por ​Susana Vaz, tendo como vice-presidente ​Carla Pimentel e como secretária ​Carla Tomé​.


Notícia: jornal «Diário dos Açores».
Saudações florentinas!!

domingo, 22 de janeiro de 2017

Açores: a magia do Atlântico (2/2)

As cascatas são o maior ex-libris das Flores! Pela elevada precipitação que ocorre na ilha, o manancial que alimenta as lagoas e ribeiras nunca se esgota. Sendo uma ilha bastante alta para a dimensão (o pico mais elevado é o Morro Alto, com 914m de altitude), as pendentes são fortes. Em nenhum local esse facto é mais poderoso que na costa Oeste, no conjunto de pequenas ribeiras que escorrem encosta abaixo, com uma surpreendente urgência, confluindo da Lagoa das Patas, também conhecido como Poço da Alagoinha, um dos postais mais emblemático dos Açores! Para aqui chegar, só a pé. O carro (ou bicicleta, uma sugestão fortemente recomendada para os mais atléticos) fica na beira da estrada. Um curto e pedregoso trilho, sempre a subir, leva-nos através da floresta até às margens da pequena lagoa. Num dia bom, sem vento nem chuva, o espelho é perfeito e facilmente nos julgamos perdidos no paraíso. Mas esta é apenas uma das múltiplas lagoas, maioritariamente espalhadas pela zona alta da ilha. Os nomes são elucidativos e denotam a génese vulcânica dos Açores, crateras de antigos vulcões que, após as erupções que moldaram a ilha, se encheram de água: Caldeira Funda, Rasa, Branca, Seca e por ai em diante… Para as visitar, duas opções: percorrer simplesmente, e devagar, a estrada que atravessa a ilha pela zona mais alta. Ou, uma vez mais, trilhar alguns dos muitos percursos pedestres de pequena rota (PR) homologados que cruzam as Flores e nos permitem conhecer recantos de outra forma inacessíveis. Por todos estes motivos o trekking é, a par do canyoning, uma das actividades de exteriores mais populares aqui, atraindo adeptos de ambas as modalidades de origens bem longínquas.

No lado oeste da ilha das Flores, pela estrada que serpenteia pela encosta abaixo, há um monumento natural que se destaca na paisagem, emoldurado na Primavera e Verão por milhares de hortênsias em flor: a Rocha dos Bordões! A formação geológica, com dezenas de linhas verticais de origem vulcânica, parece desenhada na falésia! Continuando a descer, tomamos rumo em direcção à Fajã Grande, onde a estrada acaba. Mas não sem antes fazer um pequeno desvio, para visitar a aldeia da Cuada. A pé, uma vez mais, entramos numa viagem no tempo, para trás e para a frente. Passamos a explicar: a Cuada transformou-se numa unidade hoteleira a céu aberto, talvez o mais bem sucedido exemplo de turismo de aldeia em Portugal. Abandonada em meados do século passado pelas sucessivas vagas de emigração que assolaram os Açores, foi lentamente sendo adquirida e recuperada por Teotónia e Carlos Silva, um casal visionário que se recusou a aceitar o fado a que parecia destinada. Casa a casa, a aldeia ressuscitou, e são hoje os turistas que aqui se alojam que lhe trazem de novo vida.

Mas o destino desta jornada é mesmo a Fajã Grande: a localidade mais ocidental da Europa! Ao chegar, instalamo-nos confortavelmente no bar Maresia, afundados num dos sofás vintage a quem a idade não parece fazer mossa, a poucos metros do oceano, que marulha suavemente. Aqui o bom gosto musical casa–se em harmonia com a tranquilidade que a vista proporciona. O entardecer toca a perfeição! E ali, a poucas centenas de metros, o ilhéu de Monchique ergue-se, orgulhoso, como o último território europeu antes do vazio que só terminará do outro lado do Atlântico, na costa norte-americana.

Mais abrigada das tempestades que vêm do mar aberto, a costa Leste da ilha abriga a maioria das localidades. Aqui a tradição baleeira ainda se sente, seja no museu, instalado da antiga fábrica, seja pelas conversas que, num banco de jardim ou ao balcão de uma tasca, vão surgindo inesperadamente. São cada vez menos as personagens desta história centenária capazes de a relatar na primeira pessoa. A última baleia foi caçada nos Açores em 1987, e por isso só os mais jovens baleeiros são ainda hoje vivos. Mas o entusiasmo patente no brilho do seu olhar não engana e é com paixão que contam (e que ouvimos) as aventuras e desventuras desta perigosa actividade que se vai perdendo nas brumas do tempo e que, no momento presente, temos o privilégio de escutar pela última vez… Mais acima, na ponta norte da ilha, o farol do Alvernaz ergue-se como um gigante protector. As arribas que se erguem aos seus pés fazem-no parecer liliputiano, paradoxalmente. De lá, o olhar é magneticamente atraído para o rochedo verde que se perfila na linha de horizonte, à direita. É ela, a mais diminuta mas curiosamente famosa ilha açoriana, o Corvo.


Notícia: portal «Momondo».
Saudações florentinas!!

sábado, 21 de janeiro de 2017

CMLF iniciou campanha de desratização

A Câmara Municipal de Lajes das Flores, com a colaboração das Juntas de Freguesia, encontra-se a implementar uma campanha de desratização e sensibilização junto da população.

Esta campanha de desratização iniciou-se com a distribuição de isco raticida às Juntas de Freguesia (foram adquiridos 3 toneladas de isco raticida) e irá continuar com a entrega de um folheto informativo à população e nova distribuição de isco raticida nos próximos meses.

Esta distribuição de raticida no concelho das Lajes realizou-se com o intuito de reforçar o controlo de roedores, numa altura em que o seu número já começava a preocupar a população.

A colaboração de todas as instituições, agentes económicos e munícipes é fundamental para o sucesso desta ação, de modo a que se mantenha controlada esta praga de ratos.


Notícia: "sítio" da Câmara Municipal de Lajes das Flores.
Saudações florentinas!!

sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

Açores: a magia do Atlântico (1/2)

Os Açores são ainda um paraíso desconhecido para muitos portugueses. Embarca numa viagem mágica a um Portugal mais atlântico e tão diferente do resto, mas que está agora ao alcance de todos.

O Atlântico infinito desliza por debaixo de nós, fluído, aparentemente uniforme, absolutamente plano, com incontáveis declinações de azul, do índigo ao bebé. Os reflexos adornam-no, ora subtis, ora intensos, num bailado incessante com as sombras ditadas pelas nuvens que nos acompanham nesta viagem, rebeldes, sem ordem e que o acaso projecta na sua superfície. Ao longe, primeiro como se tratasse de uma miragem ou da distorção da diminuta janela da aeronave, agitada pela trepidação de enormes hélices que nos fazem duvidar, sem motivo, da adequação deste aparelho voador a meteorologias tão instáveis, surgem duas pequenas irregularidades no horizonte perfeito. Os minutos escoam-se, inquietos, acumulando-se no relógio de pulso, par a par com as pulsações no coração, materializando a antecipação da chegada ao Grupo Ocidental do arquipélago dos Açores. É quase palpável a excitação. Flores e Corvo. Duas palavras curtas, significativas para qualquer açoriano, pertencentes a um léxico comum na língua portuguesa, que ali aportou no longínquo ano de 1452 pelas caravelas dos navegadores Diogo e João de Teive, pai e filho respectivamente, numa expedição à Terra Nova. A sua localização coloca-as como a fronteira ocidental da Europa, quase a meio caminho entre os continentes europeu e americano. Até aqui a dualidade e o contraste se tornam evidentes: geologicamente estão já na placa continental americana, mas politicamente pertencem ainda à União Europeia.

Ao aterrar em Santa Cruz das Flores – é possível viajar também por via marítima no Verão, mas a viagem é longa e só os adeptos de navios costumam optar por tal solução – somos brindados à chegada pela humidade tépida que empresta à ilha um ambiente semi-tropical e a torna a mais húmida e verdejante deste arquipélago, famosa por cascatas que nunca secam ao longo do ano e pela vegetação luxuriante que terá estado na origem da sua toponímia.

Conhecer verdadeiramente a ilha obriga a botas de trekking e um bom casaco impermeável. A chuva é uma presença familiar, mas torna-se um gosto adquirido, e raramente de forma verdadeiramente intrusiva, pelo menos no Verão. Primeiro estranha-se, depois entranha-se. Literalmente, neste caso! Estamos na ilha mais selvagem, pela orografia acidentada, pelo clima agreste e, consequentemente, pela reduzida (e em decréscimo acentuado) demografia. São menos de 4 mil almas que se distribuem por dois concelhos – Lajes das Flores e Santa Cruz das Flores – os principais pólos urbanos, que conta com uma área total de 141 kilometros quadrados. É por isso a Natureza que impera e é por ela que nos teremos de embrenhar para conhecer este território!


Notícia: portal «Momondo».
Saudações florentinas!!

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Monitorizar a evolução do lixo marinho

O Instituto do Mar vai monitorizar até 2019 a evolução do lixo marinho no arquipélago, no âmbito do projeto científico LixAz.

“O objetivo deste trabalho é fazer uma base de referência para o futuro, porque não tínhamos dados para poder dizer se está a aumentar ou diminuir [o lixo marinho e os seus impactos nos Açores]”, afirmou o coordenador da equipa de investigação deste projeto do IMAR.

O biólogo francês Christopher Pham explicou que o “LixAz” dá continuidade a outro projeto científico, denominado “AzorLit”, que pretendeu, entre outras coisas, perceber a quantidade de lixo marinho (micro e macroplásticos) que chegou à orla costeira dos Açores entre 2015 e 2016, e estudar o seu impacto na ecologia alimentar de espécies marinhas.

Embora os dados recolhidos no “AzorLit” ainda estejam a ser trabalhados, Christopher Pham adiantou que foram detetadas em praias de areia e calhau, em várias ilhas dos Açores, “em média 100 partículas de plástico inferiores a dois centímetros, por metro quadrado. São lixos marinhos que estão no Atlântico Norte e que se depositam na orla costeira dos Açores”, explicou o investigador, assinalando que “ainda não foi possível perceber o que influencia” a acumulação deste lixo marinho em certas zonas do arquipélago e noutras não.

O coordenador da equipa, que conta com mais três biólogos, referiu que os Parques Naturais de Ilha estão a colaborar na recolha de amostras mensais de lixo marinho, para que se possa efetuar uma monitorização regular.

Ao nível dos organismos marinhos, Christopher Pham informou que o ano passado foram analisadas cerca de 30 tartarugas recolhidas, sobretudo nas ilhas do grupo central e detetou-se que 83% tinham plástico no organismo. Também em 2015, durante a campanha SOS Cagarro, observou-se que 84% das 149 aves dissecadas tinham ingerido plástico, com média de cinco fragmentos por indivíduo.

Christopher Pham destacou, contudo, que nem tudo são “más notícias”, uma vez que dos 200 de 900 peixes com interesse comercial já analisados até ao momento não foi detetado plástico.


Notícia: jornal «Açoriano Oriental».
Saudações florentinas!!

terça-feira, 17 de janeiro de 2017

'Simplex' no reembolso das passagens

Os deputados do PS eleitos pelos círculos dos Açores e da Madeira na Assembleia da República recomendaram a simplificação do reembolso das passagens aéreas.

No projeto de resolução é sugerida "a realização do procedimento de forma eletrónica, a criação de uma base de dados que contenha o registo de todos os elementos necessários ao reembolso e que preveja como forma de pagamento as transferências bancárias. Identificámos vários constrangimentos no atual procedimento, como as longas filas de espera nos CTT, a obrigatoriedade de apresentação de diversos documentos que se repetem a cada pedido, e o pagamento do reembolso apenas em numerário".

Classificando o atual processo como "desajustado" aos tempos atuais, os parlamentares socialistas realçam que "a obrigatoriedade de apresentação de requerimento de forma presencial obriga à deslocação do beneficiário a um posto de Correios, gerando um dispêndio de tempo e aumento de custos com essa deslocação que poderiam ser evitados".

Neste momento "está apenas previsto o pagamento do subsídio em numerário, facto que poderá acarretar desconforto dos beneficiários que, em regra, têm que se deslocar posteriormente a uma instituição de crédito para procederem ao depósito do montante. Estamos convictos de que estas e outras dificuldades podem ser ultrapassadas através da realização deste procedimento de forma eletrónica, do aproveitamento da informação eletrónica disponibilizada em momento anterior e da disponibilização de outros meios de pagamento como por exemplo transferência bancária para o NIB indicado pelo beneficiário", adiantam os deputados socialistas.


Notícia: jornal «Açoriano Oriental».
Saudações florentinas!!

sábado, 14 de janeiro de 2017

«Brumas e Escarpas» #118

Matança do porco (Diário de Ti’Antonho)

Quando eu era criança a matança do porco realizava-se de madrugada e era um dia de folia e festa para cada família. A preparação da matança começava muitos dias antes. Era preciso cortar lenha, serrá-la e fendê-la, ir buscar queirós ao Mato para o chamusco e cortar cana roca para secar o curral. Na véspera da matança era preciso picar a cebola para as morcelas, cozer o pão e as escaldadas, preparar as comidas e comprar uma garrafa de aguardente. Eram convidados os familiares mais chegados, os vizinhos ou alguns amigos.

O dia da matança começava cedo, com a chegada dos convidados e do matador que tomavam pequenos cálices de aguardente, para aquecer, coisa rara nos outros dias do ano. Depois enganava-se o porco para que saísse do chiqueiro, tapando de seguida a porta do mesmo para que o porco não voltasse a entrar e se escondesse durante a luta que se seguiria. Alguns homens mais afoitos saltavam para o curral, localizado regra geral atrás da cozinha da casa, tentando agarrar o animal e amarrá-lo pelos queixos. Era nestas alturas que o dono gostava de mostrar o porco aos convidados, com vaidade, pelo seu enorme porte e muita gordura. Depois o porco era puxado ou arrastado até junto da mesa onde era deitado num banco, preso pelos homens e morto com uma facada dirigida ao coração. O sangue era aparado num alguidar de barro por uma mulher e seria utilizado, mais tarde, para as morcelas.

Depois de morto, o porco era “chamuscado” com as queirós trazidas do Mato e que haviam sido postas a secar. Seguia-se a lavagem, a abertura e o esventramento do animal, que posteriormente, era dependurado de uma trave de uma loja, de uma casa velha ou até na cozinha. Depois era o almoço em que se comia peixe, feijão assado, carne de ovelha e caçoila do porco. À tarde o principal trabalho da matança cabia às mulheres; lavar as tripas, encher e cozer as morcelas, depois dependurá-las nos fumeiros da chaminé.

A meio da tarde, amigos da família, expressamente convidados para o efeito, vinham ver o porco, e provar a caçoila, os inhames, as iscas de fígado e um copo de vinho. Depois jogavam às cartas e as crianças jogavam à bola com a bexiga. À tardinha, desmanchava-se o porco, picava-se e temperava-se a carne das linguiças e à noite já se comiam bifes e morcelas. No dia seguinte derretiam-se os torresmos e salgavam-se os ossos que eram guardados numa salgadeira. Minha mãe mandava-me sempre ir levar uma posta de carne e toucinho a casa de alguma pessoa a quem devesse favores.

Era assim as matanças de porco na minha casa, quando eu era criança e que afinal eram muito parecidas com as de hoje.


Carlos Fagundes

Este artigo foi (originalmente) publicado no «Pico da Vigia».

sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

Inscrições abertas para o turismo sénior

O programa "Meus Açores, Meus Amores" abre hoje (dia 13) as inscrições, podendo os interessados dirigir-se às lojas RIAC ou aos serviços da Segurança Social.

A iniciativa de promoção do turismo sénior "Meus Açores, Meus Amores" decorre até ao mês de Maio, cobrindo todas as ilhas dos Açores e abrangendo até 1.036 pessoas. Geralmente é feito um investimento a rondar os 500 mil euros. Os pacotes completos incluem viagem, alojamento, refeições, transfer, passeios e diversões. Este programa promove ainda a participação dos idosos com menos mobilidade para que possam viajar acompanhados de quem os apoia regularmente.

Na apresentação da quarta edição do "Meus Açores, Meus Amores", a secretária regional da Energia, Ambiente e Turismo afirmou que o programa "deverá representar mais de 6.200 dormidas no arquipélago, contribuindo assim para dinamizar a economia regional nas épocas de baixa e média atividade turística, hoteleira e de restauração".

Já a secretária regional da Solidariedade Social considerou que a avaliação das anteriores edições do "Meus Açores, Meus Amores" permitiu concluir que os açorianos selecionados ficaram muito satisfeitos com a sua participação, destacando a qualidade da receção e estadia".


Notícia: «Açoriano Oriental», «TeleJornal» da RTP Açores e o inestimável "serviço informativo" do GaCS [Gabinete de apoio à Comunicação Social, da Presidência do Governo Regional dos Açores].
Saudações florentinas!!

quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Transporte de mercadorias para o Corvo

O novo concurso público para o transporte marítimo regular de mercadorias entre as ilhas das Flores e do Corvo prevê viagens extraordinárias sempre que seja necessário escoar mercadoria para a mais pequena ilha dos Açores.

Uma fonte da Secretaria Regional dos Transportes e Obras Públicas adiantou que o concurso prevê que "quando houver um volume extraordinário de mercadorias que não seja possível transportar nas duas viagens regulares semanais, possam ser realizadas viagens extraordinárias" para a ilha do Corvo.

O preço base deste concurso para a prestação de serviços de transporte marítimo regular de mercadorias entre as ilhas das Flores e do Corvo, regido por obrigações de serviço público, é de 1,1 milhões de euros e o anterior foi de 1,4 milhões de euros. Segundo a mesma fonte, "não foi necessário efetuar mais nenhuma alteração [ao caderno de encargos], uma vez que o modelo existente se revelou eficaz, correspondendo às necessidades de abastecimento no Corvo".

O transporte marítimo para a mais pequena ilha do arquipélago não se realiza em algumas ocasiões devido às condições meteorológicas, o que já originou escassez de bens na ilha do Corvo.


Notícia: jornal «Açoriano Oriental».
Saudações florentinas!!

quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

SATA voltou a deixar pescado em terra

O deputado florentino João Paulo Corvelo denunciou que “400 quilos de pescado ficaram mais uma vez retidos na ilha das Flores, em virtude da falta de espaço de carga no único voo que a SATA realizou no dia de ontem (terça-feira), em que utiliza o Dash Q-200, de menor dimensão e capacidade”.

João Paulo Corvelo sublinhou que “estamos perante um problema recorrente, que prejudica com gravidade os pescadores florentinos e que mais uma vez se comprova como é justificada a reivindicação do PCP para que seja utilizado com mais frequência o avião Dash Q-400 nas ligações com a ilha das Flores, aumentando a oferta de lugares e espaço de carga”.

No passado mês de Dezembro, o deputado florentino denunciou a mesma situação e questionou o Governo Regional sobre se estava disponível para rever a programação de voos para a ilha das Flores e se pretendia criar algum mecanismo para compensar os pescadores florentinos dos prejuízos sofridos.

O Governo Regional ainda não deu qualquer resposta ao requerimento do deputado do PCP, “o que demonstra a forma displicente e despreocupada como encara os problemas das ilhas mais isoladas do nosso arquipélago”, comenta o deputado João Paulo Corvelo, concluindo que “o PCP não deixará de lutar pela ampliação da oferta de transportes aéreos para as ilhas de menor dimensão e irá confrontar oportunamente o Governo Regional com este assunto”.


Notícia: «Diário dos Açores» e «Diário Insular».
Saudações florentinas!!

terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Visita de Mário Soares à ilha das Flores

Mário Soares visitou a ilha das Flores em Maio de 1989, no âmbito de uma Presidência Aberta de 14 dias nas ilhas açorianas.

Este vídeo foi retirado de uma reportagem realizada pelos agentes da Estação francesa de Telemedidas.


Vídeo: YouTube de Patrick Faugere.
Saudações florentinas!!

segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Concerto de Reis no Museu das Lajes

Cantar os Reis é uma tradição que ainda hoje as populações mantêm viva. Assim, a autarquia lajense organizou um serão musical no seu Museu municipal. O serão foi abrilhantado pelo concerto efectuado pela Filarmónica Nossa Senhora dos Remédios e por duas Rondas de Reis: o grupo de cantares “Os Cubres” e a Associação Cultural Lajense. Também foram entregues prémios referentes à exposição alusiva à época, patente no Museu municipal das Lajes.

Obrigado à Câmara Municipal das Lajes e ao Museu pela autorização da recolha de imagens, à Filarmónica Nossa Senhora dos Remédios, ao grupo de cantares “Os Cubres”, à Associação Cultural Lajense e ao presidente do Município das Lajes pela entrevista concedida.

Obrigado a todo o elenco camarário e a todos os presentes na sala. Obrigado a todos os que, de uma forma ou de outra, contribuíram para que este trabalho fosse possível.


Vídeo: YouTube de José Agostinho Serpa.
Saudações florentinas!!

domingo, 8 de janeiro de 2017

Flores, a Esmeralda do Atlântico (4/4)

Após vos termos apresentado na primeira parte do nosso artigo a ilha das Flores, de vos termos dado a conhecer o melhor local onde ficar e quais os melhores restaurantes, respetivamente nas segunda e terceira partes, vamos nesta quarta e última parte do nosso artigo dar-vos a conhecer um percurso de muito fácil acesso, com um nível de dificuldade baixo e que termina literalmente no paraíso!

O percurso em questão situa-se à direita, na estrada que liga a Fajãzinha à Fajã Grande, entre as pontes da Ribeira Grande e da Ribeira do Ferreiro e é exatamente esta última que dá o nome ao trilho. É igualmente conhecido como percurso da Alagoinha ou ainda Lagoa das Patas. Todo o trilho é largo e com algumas subidas com pequenas inclinações. Boa parte do piso é empedrado, o que não oferece dificuldade de maior. Contudo, por ser uma zona húmida, obriga a algum cuidado, especialmente no regresso, pois é a descer. Todo o percurso é debaixo de um túnel de árvores com as águas da ribeira a correrem livremente uns metros mais abaixo e um pequeno curso de água à esquerda, o que dá um enquadramento de grande beleza a todo este caminho.

Já na segunda parte do percurso, começam a aparecer as criptomérias, árvores de médio e grande porte e de enorme beleza, particularmente o seu tronco com tom cor de ferrugem brilhante. Introduzida em meados do século XIX, a criptoméria teve uma excelente adaptação, muito particularmente pela similaridade com as condições do seu local de origem, o Japão. De tal maneira que representa 56% da área florestal total de produção, dado ser igualmente uma excelente madeira para construção e marcenaria.

O final do percurso é seguramente o seu ponto alto e igualmente umas das paisagens mais cénicas e belas de todo o arquipélago. É uma das mais deslumbrantes que já conhecemos, ao longo de mais de 30 anos de caminhadas. Rodeada de vegetação de grande beleza, onde as criptomérias têm lugar de destaque e com uma parede com mais de 200 metros de altura de onde jorram inúmeras cascatas, está a tranquila Lagoa da Ribeira do Ferreiro, cujas cálidas águas refletem o paraíso natural que as rodeia, reforçando desta maneira a beleza ímpar deste local. Uma vez aqui, é-nos difícil sair e como tal, aconselhamos a que esta curta caminhada seja feita perto da hora de almoço, o que permitirá fazer um picnic neste paraíso e desta maneira ser mais um argumento para se usufruir mais tempo desta paisagem ímpar.

Ficha Técnica
Extensão: cerca de 1.200 metros em cada sentido. Duração: cerca de 40 minutos em cada sentido. Dificuldade: nível 1 (numa escala de 5 em que 1 é o mais fácil)

Equipamento aconselhável: sapatos de caminhada, sendo que uns bons ténis são suficientes. Roupa confortável e em camadas, pois sendo uma zona húmida por vezes a sensação de temperatura é fresca. Embora seja um percurso abrigado, um casaco corta vento é aconselhável.

Alerta: um ecossistema de grande beleza como este e qualquer outro, são sensíveis, pelo que tudo o que levarmos deve voltar connosco. A Natureza agradece e nós também. Boas caminhadas.


Crónica de Francisco Mendonça, publicada em «Simply Flow».
Saudações florentinas!!

sábado, 7 de janeiro de 2017

Flores, a Esmeralda do Atlântico (3/4)

Na segunda parte deste nosso artigo sobre a ilha das Flores, como certamente se recordarão, falámos sobre o porquê de a Aldeia da Cuada ser o nosso local de eleição para se ficar nesta ilha. Pois bem, nesta terceira parte vamos abordar o tema da gastronomia, pois como referimos no final do artigo anterior, caminhar em ambiente de Natureza abre o apetite.

Comecemos pelo restaurante Pôr do Sol. Ora aqui está um espaço que faz jus ao seu nome, pois a sua privilegiada localização, curiosamente muito perto da Aldeia da Cuada, no alto de uma arriba na aldeia da Fajãzinha em frente ao Atlântico, tem na sua esplanada um dos mais magníficos pores do Sol que já presenciámos. O interior é pequeno, num estilo rústico, mas é isso que o torna igualmente muito acolhedor. A ementa é rica em produtos locais e as suas sobremesas, também elas regionais, são deliciosas.

O restaurante típico O Forno Transmontano é outra das referências gastronómicas da ilha. Situado numa moradia ampla com vista para o mar, na localidade da Fazenda das Lajes, este espaço é também um restaurante familiar. A arte de bem cozinhar está muito presente aqui, onde o conhecimento ancestral da rica cozinha Transmontana se mistura com os deliciosos produtos açorianos. Resta acrescentar a rica carta de vinhos, não muito comum no arquipélago.

Por último aconselhamos o restaurante A Sereia, na vila de Santa Cruz, o mais relevante povoado da ilha das Flores. Junto ao Porto Novo (existe um segundo porto mais antigo), este restaurante, também familiar, é um espaço despretensioso, mas rico em tudo o que cozinha. A comida é típica da região, sem requintes desnecessários, mas deliciosa. Foi aqui que comemos os melhores rissóis de camarão que nos recordamos.

Caros caminhantes, não percam o nosso quarto e último artigo sobre a ilha das Flores, onde vos levaremos ao paraíso dentro do paraíso.


Crónica de Francisco Mendonça, publicada em «Simply Flow».
Saudações florentinas!!

sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

Escolas com planos de segurança

Cerca de 139 escolas nos Açores já têm aprovados os respetivos planos de segurança e prevenção de risco, 31 escolas estão a concluir o processo e oito escolas ainda não o iniciaram.

"Do total de 178 estabelecimentos de ensino público, de vários níveis de ensino nos Açores, há 139 que têm os processos concluídos, 31 ainda estão a concluir e resta um residual de oito escolas cujos planos serão efetuados após empreitadas em curso ou previstas", afirmou Avelino Meneses.

A obrigatoriedade de os estabelecimentos de ensino públicos terem planos de segurança contra incêndios e prevenção de risco decorre de uma resolução da Assembleia Regional, aprovada em Novembro de 2014, com o objetivo de uniformizar procedimentos e práticas. Uma vez elaborados, os planos são apreciados pelo Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores, ao qual compete também realizar vistorias aos locais e aprovar os documentos.

Segundo o secretário regional da Educação, o prazo limite definido para a conclusão deste processo era o Verão de 2016, ocasião em que "a grande maioria das escolas já tinha os respetivos planos aprovados", mas "por encruzilhadas de pequenos problemas" houve algumas escolas que não conseguiram. Em todo o caso, o governante assegurou que "há muito tempo que as escolas da região têm planos de segurança e realizam formação nestes domínios, só não o faziam com a uniformidade que deve ser feita".

Os Açores são uma região muito ativa do ponto de vista sísmico e vulcânico e vulnerável a fenómenos climatéricos adversos.


Notícia: jornal «Açoriano Oriental».
Saudações florentinas!!

quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Muitos sismos nos Açores em 2016

O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) registou 2.515 sismos nos Açores em 2016, dos quais apenas 17 foram sentidos pela população, num ano em que a atividade sísmica esteve dentro da normalidade.

"Dados provisórios apontam para o registo de 2.515 sismos [durante o ano passado], dos quais 2.251 foram sismos locais", disse Maria Anderson, técnica na área da sismologia da delegação regional dos Açores do IPMA, explicando que 17 dos sismos (de origem local e regional) foram sentidos.

Um sismo local é registado a menos de 100 quilómetros da estação mais próxima, um sismo regional localiza-se entre 100 e 1.000 quilómetros da estação mais próxima e um sismo distante a mais de 1.000 quilómetros.

Maria Anderson adiantou que "o mês [do ano passado] com maior número de eventos foi Agosto, com 534 sismos, dos quais 512 foram locais, sendo registados apenas três como sentidos". Os números indicam que "a atividade sísmica registada em 2016 nos Açores esteve dentro dos limites da normalidade", salienta o IPMA.


Notícia: jornal «Açoriano Oriental».
Saudações florentinas!!

terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Flores, a Esmeralda do Atlântico (2/4)

Na primeira parte deste nosso artigo falámos em termos genéricos o porquê de a ilha das Flores ser um paraíso para todos aqueles que gostam de caminhar em ambiente de Natureza. Nesta segunda parte vamos detalhar um pouco mais.

Quando nos perguntam onde se pode dormir nas Flores, apesar de algumas unidades hoteleiras simpáticas, para nós há uma que se sobrepõe a todas as outras: a Aldeia da Cuada.

Esta antiga aldeia, abandonada até há pouco mais de 20 anos, por força do forte movimento migratório que os Açores sofreram nos anos 60, foi sendo adquirida pelos atuais proprietários, Teotónia e Carlos Silva, a quem a filha e o genro se juntaram e cuja simpatia e a forma como mimam os seus hóspedes, é uma imagem de marca deste maravilhoso espaço. Contudo, a Aldeia da Cuada está longe de se esgotar na arte de bem receber dos seus proprietários. O fantástico trabalho de recuperação e revitalização do espaço, mantendo toda a traça original, usando para isso os materiais tradicionais, indo aos mais ínfimos detalhes, é outro dos motivos porque se deve ficar aqui. Cada noite numa das cerca de 20 casas que compõem a aldeia é uma viagem no tempo, embora com requintes de conforto que nada têm a ver com a vida dura e austera do antigamente. Mas não é tudo, resta falar na localização. Situada num plateau cerca de 50 metros acima do mar, entre as freguesias da Fajãzinha e da Fajã Grande, tem nas suas costas uma parede com várias centenas de metros e alguns quilómetros de largura, onde o verde exuberante e as inúmeras cascatas, tudo isto com o oceano pela frente, fazem deste local um autêntico paraíso na terra.

Agora que os nossos caminhantes já têm onde ficar, na terceira parte do nosso artigo sobre a ilha das Flores vamos falar onde se pode comer e bem, sim, porque caminhar em paisagens deslumbrantes como estas abre o apetite.


Crónica de Francisco Mendonça, publicada em «Simply Flow».
Saudações florentinas!!

segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

Flores, a Esmeralda do Atlântico (1/4)

Para quem ama a natureza e vive dela, os Açores são um local obrigatório. Contudo, das nove ilhas existentes há duas que se destacam ao nível da sua beleza natural, no seu estado mais puro: as Flores e São Jorge. Porém, é talvez a primeira que, na nossa opinião, ganha o título da mais bela e é sobre ela, as Flores, que vamos falar um pouco.

Esta pequena ilha com apenas 17km de comprimento e 12km de largura, mas 911 metros de altura, é seguramente um dos locais mais belos do mundo para se caminhar. Para isso contribuem três fatores: o dramatismo da sua topografia, com falésias e morros impressionantes com várias centenas de metros de altura, a variedade de plantas e a sua profusão, as quais se estendem até ao oceano e a incrível quantidade de água que encontramos em toda a ilha, originando um sem número de ribeiras, muitas das quais se lançam em monumentais quedas de água, bem como sete lagoas. Sendo que uma delas, a Funda, faz jus ao nome, pois com os seus 120 metros de profundidade é a mais funda de todo o arquipélago. Tudo isto com o poderoso Atlântico em seu redor e ao fundo, a cerca de 18km, a ilha do Corvo, a mais pequena de todo o arquipélago, à espera de ser, também ela, digna da nossa visita e acreditem que é.

Existem cerca de 12 trilhos PRs (pequenas rotas), boa parte deles bem sinalizados. Mais recentemente, foi igualmente criada a Grande Rota das Flores (GR01FLO), com cerca de 46km, também ela muito bem sinalizada.

Em termos de equipamento, e para além do óbvio, alertamos para a grande quantidade de zonas húmidas, pelo que umas boas botas de caminhada e umas perneiras (proteção em material impermeável ou semi-impermeável que se ligam das botas até abaixo do joelho) são fortemente aconselháveis, para além, claro está, de um casaco corta-vento e impermeável.

A ilha das Flores aguarda pela vossa visita, prometemos que não ficarão desiludidos.


Crónica de Francisco Mendonça, publicada em «Simply Flow».
Saudações florentinas!!