domingo, 11 de junho de 2017

Marcelo deu mergulho a fundo nas ilhas

Visita presidencial aos Açores: 6 dias, 7 ilhas, 12 concelhos e 18 voos; o Presidente da República passou pelo ponto mais ocidental da Europa.

Bastaram 15 minutos para Marcelo Rebelo de Sousa dar o primeiro mergulho nos Açores. Saiu de manhã do quarto com os calções de banho vestidos e a toalha branca do hotel ao ombro, desceu a rampa do Boqueirão e nadou nas águas da ilha das Flores, sob o olhar atento de um único segurança. Fê-lo pouco antes de partir no avião militar que o levou para ‘águas’ mais quentes — as da Base das Lajes na ilha Terceira onde passou a manhã do segundo dia de visita oficial à Região. Uma visita que, em si mesma, foi um mergulho na vida dos açorianos.

Nos dois primeiros dias nos Açores, Marcelo passou pelo Corvo, Flores e Terceira — três das sete ilhas que visitou em seis dias. De fora das nove, ficaram São Miguel e Santa Maria, às quais irá ainda em Outubro deste ano. E, desde o primeiro momento em que aterrou nos Açores, Marcelo teve a seu lado o presidente do Governo Regional, o socialista Vasco Cordeiro, que o convidou para visitar a Região. “Estes dois dias permitiram-me fazer um ponto de situação com o presidente do Governo Regional dos Açores, com uma convergência praticamente total de pontos de vista”, resume o Presidente da República ao «Expresso».

Foi “simbolicamente” pela ilha mais pequena de todo o arquipélago, o Corvo, que a visita arrancou. O avião militar aterrou às 15 horas na pequena ilha de 437 habitantes. E se quase tudo o que o Corvo tem se consegue ver a partir dos moinhos de vento, é também dali que se veem os poucos aviões a aterrar. “Aviões militares assim aqui só quando vem o Presidente da República ou o primeiro-ministro”, diz um dos cinco homens encostados num dos moinhos, ao sol, durante a pausa de almoço dos trabalhos nas obras de alargamento do porto. Deslocados de São Miguel para o Corvo para um contrato de seis meses, esperavam que o C295 da Força Aérea aterrasse na curta pista. Só que o tempo — embora seja o que de mais há na ilha — não lhes chegou. Ainda antes de o avião aterrar, as carrinhas de caixa aberta apareceram para os levarem de regresso à obra.

Foi em passo acelerado que, em três horas, Marcelo percorreu as ruas da vila do Corvo. Distribuiu abraços, tirou fotografias, fez perguntas, ouviu explicações, entrou numa mercearia, comentou a bandeira monárquica na janela da sede do PPM e entrou na Igreja de Nossa Senhora dos Milagres. Para comemorar o Dia da Criança, visitou a única escola da ilha onde estudam 53 alunos e ficou impressionado com a quantidade de pessoas que apareceram, “quase dois terços da população”, avançou. “No Corvo, encontrei a economia e a sociedade a mexerem, o que é muito importante.”

Foi também no Corvo que parou durante cerca de meia hora para um encontro a sós com Vasco Cordeiro. “Partilhei com o Presidente da República aquilo que podemos chamar uma breve fotografia da Região”, disse o presidente do Governo Regional aos jornalistas. Falou nos aspetos que o deixam “satisfeito” — como a diminuição do desemprego ou o crescimento económico — mas também os “desafios” que os Açores têm pela frente. O chefe do Governo açoriano referiu as dificuldades do sector agrícola, leiteiro e das pescas, assim como a necessidade de apostar na qualificação dos recursos humanos. E sem esquecer a reflexão que está a decorrer na Assembleia Legislativa Regional sobre o reforço da Autonomia da Região. O resumo de Vasco Cordeiro sobre os Açores, disse Marcelo, foi “sintético mas exaustivo”, algo que não conseguiria ter “se ficasse fechado em Belém”. Já sobre a Autonomia, prefere uma atitude de “grande prudência”, sem comentar o que está a ser discutido.

Se as aceleradas três horas no Corvo conseguiram reunir tantas iniciativas, a visita à ilha das Flores foi menos intensa. Marcelo foi ao miradouro do Portal, nas Lajes das Flores, o concelho mais ocidental da Europa, e jantou com os finalistas do ensino secundário. “Nas Flores, além da confirmação da beleza natural, encontrei jovens finalistas muito articulados, muito bem preparados e com ideias muito viradas para o futuro, sobretudo as mulheres, e uma parte deles a quererem voltar para a ilha das Flores”, resumiu Marcelo ao «Expresso».

E ao segundo dia de visita, depois do mergulho, voou para a ilha Terceira. Marcelo esteve num almoço com quase três mil idosos sentados em bancos corridos, onde foram servidas as tradicionais sopas de Espírito Santo. Logo no início, o Presidente prometeu que os cumprimentaria a todos e assim o fez. “O Presidente da República não é só o Presidente de todos, é o Presidente de cada um. Isso é diferente. É ser mais”, dissera antes no Corvo. Pela frente, Marcelo ainda teve vários voos e as ilhas do Pico, Graciosa, Faial e São Jorge. E margem para outros mergulhos.


Notícia: semanário «Expresso».
Saudações florentinas!!

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