quinta-feira, 14 de julho de 2016

Continua o envelhecimento populacional com diversidade demográfica na Região

Acentuadas diferenças entre algumas ilhas açorianas relativamente à estrutura populacional, principalmente no que respeita ao envelhecimento. Pico, Flores, Corvo, Graciosa e São Jorge são as ilhas que registam maior envelhecimento populacional.

Em termos demográficos, a sociedade açoriana na sua globalidade é uma das menos envelhecidas no contexto português. No entanto, e seguindo a tendência mundial, os Açores não deixam de apresentar já um envelhecimento populacional, com especial enfoque em algumas ilhas.

Para Gilberta Rocha, coordenadora do Centro de Estudos Sociais da Universidade dos Açores, “esta diversidade é o mais importante a realçar, designadamente com ilhas como São Miguel bastante mais jovem do que as outras ilhas bastante envelhecidas há algumas décadas, como é o caso do Pico, Flores, Corvo, Graciosa e agora também a ilha de São Jorge. O envelhecimento quando é demasiado acentuado coloca algumas questões em termos da própria definição de políticas públicas na Região, penso que não poderemos deixar de ter atenção a esta enorme diversidade demográfica”.

Quanto aos jovens, Gilberta Rocha adianta que se tem registado um forte declínio, tendo assim influência no futuro: “A diminuição do número de jovens nos Açores, que é decorrente do declínio da natalidade, tem influência no futuro a longo prazo, ao passo que o envelhecimento pelo aumento do número de pessoas mais idosas é um envelhecimento a curto-médio prazo, designadamente ao nível da saúde e proteção social, ao passo que a falta de jovens vai ter influência na natalidade futura, ou seja, se hoje os jovens terão menos filhos, esses menos filhos terão obviamente menos filhos, mesmo que aumentasse a intensidade da natalidade”.

Portanto, conclui a investigadora da Universidade dos Açores, “as repercussões do declínio do número de jovens e do declínio da natalidade acaba por ser a causa primeira ou mais relevante do envelhecimento e do seu prolongamento”.

Segundo Gilberta Rocha, “se no futuro não se alterar nada na dinâmica demográfica nos Açores, ou seja, se houver uma forte emigração e não entrarem pessoas, a população irá diminuir”.


Notícia: rádio Atlântida.
Saudações florentinas!!

2 comentários:

Anónimo disse...

É uma consequência lógica da ausência do desejado desenvolvimento harmónico da Região.As Ilhas pequenas não têm capacidade própria de investimento e não são atractivas para investidores de fora. E cada vez o serão menos, com a diminuição e envelhecimento constante da sua população.Não havendo investimento não há emprego, logo não há desenvolvimento.
O investimento público que o Governo tem feito nestas Ilhas não é suficiente.Vai criando melhores condições de vivência para os que cá estão,mas não fixa mais jovens, nem trás de volta os que partiram,porque não cria emprego.
A emigração dos anos 50 e 60 do Século XX e o êxodo estudantil sem retorno,dos tempos mais recentes, vai reduzindo a população destas Ilhas a números muitos baixos.
É necessário alguma intervenção estratégica e pontual que inverta este estados de coisas.
No caso das Flores,por exemplo,encerrou a Base Francesa e a Estação Rádio Naval e terminou o ciclo das grandes obras e a Ilha viu drasticamente reduzida a sua dinâmica económica e social. Nessa altura era necessário ter havido um esforço conjugado entre as Autarquias e o Governo Regional,no sentido de encorajar a fixação de qualquer coisa,pública ou privada, que atenuasse os efeitos destas ausências.
E qual é a consequência de tudo isto? O que o estudo revela; Que São Miguel é a Ilha socialmente mais jovem e mais dinâmica, pois claro.

Ivo Sousa disse...

Análise numérica e mais detalhada sobre o envelhecimento da população nos Açores:
http://www.caisdopico.pt/2016/07/envelhecimento-da-populacao-na-ilha-do.html