quinta-feira, 30 de junho de 2016

Açores é o destino + pesquisado pelos portugueses para estas férias de Verão

O motor de busca Momondo analisou as pesquisas efectuadas pelos portugueses para viagens entre Julho e Agosto deste ano. Açores são a maior opção.

O estudo Tendências de Viagens 2016 revela quais os hábitos de viagem dos portugueses. Em termos de destinos domésticos os viajantes nacionais estão especialmente interessados nos Açores e na Madeira. Relativamente a destinos internacionais, Londres e Barcelona parecem ser as escolhas para as férias deste Verão.

De acordo com o Travel Survey 2016, um terço dos portugueses prefere gastar o seu dinheiro em viagens, um aumento de 9% comparativamente a 2015. As pesquisas feitas em Momondo.pt estão alinhadas com os resultados do estudo Travel Survey 2016 que indica que o tipo de férias favorito dos portugueses para o presente ano são a praia (65%) e city breaks (26%).

Os portugueses optam por reservar os seus voos com 2 ou 3 meses de antecedência e as suas estadias com um mês de antemão, de forma a ter tudo preparado no momento das suas viagens. Antes de irem, e enquanto ainda estão a planear, 59% dos portugueses colocam dinheiro de parte com regularidade para gastar durante as férias e estipula um orçamento que poderá gastar tanto na compra de voos como na estadia.

Momondo.pt é um motor de busca que pesquisa milhares de agências de viagens e companhias aéreas e compara milhões de preços para voos, hotéis e carros de aluguer.


Notícia: «Diário dos Açores» e «Correio dos Açores».
Saudações florentinas!!

quarta-feira, 29 de junho de 2016

Nova revista à portuguesa d' A Jangada

Na próxima sexta-feira (1 de Julho) será estreada a nova revista à portuguesa levada à cena pel' A Jangada - Grupo de Teatro, intitulada "Portugal a dar à Costa".

A peça será mostrada no auditório do Museu municipal de Santa Cruz pelas 21h30, sendo apresentada também nos dias 2, 3, 7, 8, 9 e 10, à mesma hora e no mesmo local. A direcção artística desta revista à portuguesa esteve a cargo de Joaquim Salvador.

Saudações florentinas!!

terça-feira, 28 de junho de 2016

«Mares das Flores» mostrado nas Lajes

Na próxima quinta-feira (dia 30) no Museu municipal das Lajes será apresentado o documentário «Mares das Flores». Estreado no passado dia 8 em Santa Cruz, esta será uma nova oportunidade de ver (ou rever) este filme sobre o mar da ilha das Flores.

O documentário «Mares das Flores» conta com a participação de pessoas cuja vida está ligada ao mar e que deram uma visão atual das suas atividades, havendo também lugar para uma perspetiva histórica sobre a baleação e a apanha do sargaço na ilha das Flores.

Saudações florentinas!!

segunda-feira, 27 de junho de 2016

Programas ocupacionais servem para mascarar estatísticas do desemprego

Trabalhadores ocupacionais aumentaram 143,1% (isto é, mais do dobro) nos Açores em apenas um ano.

Os trabalhadores ocupacionais são pessoas desempregadas inscritas nos Centros de Emprego dos Açores e que são distribuídas por instituições da administração regional e local ao abrigo de programas ocupacionais, como sejam o Recuperar, FIOS, PROSA, Integra e CTTS, entre outros.

De acordo com dados publicados pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional, entre Abril de 2015 e Abril de 2016 o número de trabalhadores ocupacionais teve um aumento de 143,1% nos Açores (mais 1.770 pessoas), correspondendo ao aumento de 131,6% no Centro de Emprego de São Miguel, 152,6% na Terceira e 226,9% no Centro de Emprego da Horta.

de Março para Abril deste ano, os trabalhadores ocupacionais nos Açores aumentaram em 306 pessoas. Ainda de acordo com o IEFP, entre Março e Abril deste ano, o número de desempregados inscritos nos três Centros de Emprego dos Açores diminuiu em apenas 23 indivíduos.

Recorde-se que os programas ocupacionais têm gerado alguma polémica na Assembleia Regional, com a acusação de que esses programas representam uma “limpeza” na estatística de desempregados nos Açores.


Notícia: jornal «Diário dos Açores».
Saudações florentinas!!

domingo, 26 de junho de 2016

Coexistência entre Homem e Natureza numa Reserva da Biosfera da UNESCO

Falar de belezas naturais é algo que por estas paragens tem explicação fácil e palpável... A ilha das Flores detém seis dos nove galardões existentes para este género.

Obrigado a José Gabriel Eduardo (na função de delegado dos Serviços de Ambiente das ilhas das Flores e do Corvo, em acumulação com a direcção do Parque Natural de Ilha das Flores e a presidência do Conselho de Gestão da Reserva da Biosfera) pela simpatia em colaborar com este trabalho.

Obrigado a Gabriela Silva pelo empenho e profissionalismo no projecto Costa Ocidental e a Luísa Silveira pela imprescindível ajuda. Obrigado a todos.


Vídeo: YouTube de José Agostinho Serpa.
Saudações florentinas!!

sábado, 25 de junho de 2016

Assembleia promove concerto solidário

Na próxima quarta-feira (dia 29) a Assembleia Legislativa Regional promove um concerto solidário às 20h30 na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, em Santa Cruz das Flores.

Integrados no projeto Parlamento Presente, estes concertos juntam cultura e solidariedade, num misto de música e poesia envolvendo os valores de cada ilha açoriana, destacando os seus artistas e poetas, bem como as Instituições de Solidariedade Social.

A entrada é livre mas a assistência é convidada a participar igualmente com um donativo em envelope fechado, cujo valor total será atribuído a uma instituição de solidariedade social da ilha das Flores, escolhida através de sorteio.


Notícia: "sítios" dos Municípios de Santa Cruz e Lajes das Flores.
Saudações florentinas!!

sexta-feira, 24 de junho de 2016

800 quilómetros de percursos pedestres

Os Açores têm 80 trilhos pedestres com um total de 800 quilómetros de extensão, passando a contar agora na Graciosa com a primeira Grande Rota familiar.

O arquipélago dos Açores tem actualmente 80 trilhos pedestres homologados e distribuídos por todas as ilhas numa extensão superior a 800 quilómetros, constituindo um valioso cartaz turístico. É reconhecida a importância dos trilhos pedestres para o turismo na Região, contribuindo para o crescimento turístico que se tem verificado de forma mais significativa nos últimos tempos.

A Grande Rota da Graciosa tem cerca de 40 quilómetros de extensão e um nível de dificuldade fácil, pelo que é a primeira do arquipélago a ser classificada como rota familiar. Além desta, a Região tem já outras três Grandes Rotas: em São Jorge, Santa Maria e Faial; prevendo-se para ainda este ano a inauguração de uma Grande Rota na ilha das Flores.

Os trilhos pedestres, o birdwatching e o turismo subaquático constituem apostas na diversificação da oferta turística regional, em especial no turismo da natureza, destacando-se os seus contributos para a diminuição do impacto da sazonalidade.

Uma Grande Rota deverá ter no mínimo 30 quilómetros de extensão e estar devidamente homologada.


Notícia: «Açoriano Oriental» e «Correio dos Açores».
Saudações florentinas!!

quinta-feira, 23 de junho de 2016

Ecos Harmónicos no Museu das Lajes

No próximo sábado (dia 25) o Museu municipal das Lajes acolherá às 21h30 o concerto Ecos Harmónicos.

Este projeto musical pretende dar continuidade a uma experiência musical iniciada na Temporada Artística 2015, visando explorar o grande repertório camerístico para clarinete, cordas e piano, alargando-se neste concerto na ilha das Flores também ao oboé, indo interpretar peças de Stamitz, Mozart e Dvořák.

Este concerto de música de câmara integra a Temporada Artística 2016. A entrada é gratuita.


Notícia: «Diário dos Açores», rádio Atlântida e o inestimável "serviço informativo" do GaCS [Gabinete de apoio à Comunicação Social, da Presidência do Governo Regional dos Açores].
Saudações florentinas!!

quarta-feira, 22 de junho de 2016

Atlantis Cup pela primeira vez nas Flores

A Regata da Autonomia - Atlantis Cup é a principal regata de vela de cruzeiro realizada no mar açoriano e uma das mais importantes de Portugal.

Na sua vigésima oitava edição, a regata Atlantis Cup vem pela primeira vez ao Grupo Ocidental, fruto do trabalho desenvolvido pela Câmara Municipal de Lajes das Flores e pelo Clube Naval das Lajes.

A primeira etapa está prevista ter início nas Lajes no dia 30 de Julho e fará a ligação entre a ilha das Flores e o Corvo. A segunda etapa tem início previsto para 2 de Agosto, ligando Lajes das Flores e Velas na ilha de São Jorge.

Com a realização deste importante evento, que tem o alto patrocínio da Assembleia Legislativa Regional, o Município das Lajes consegue mais uma vez colocar a ilha das Flores na rota de mais um grande evento, com os benefícios daí decorrentes para a promoção e valorização do concelho lajense.


Notícia: "sítio" da Câmara Municipal de Lajes das Flores.
Saudações florentinas!!

terça-feira, 21 de junho de 2016

João Lourenço foi multado pelo Tribunal

O Tribunal de Contas multou o antigo presidente da Câmara das Lajes por ter apresentado tardiamente as contas da empresa municipal Ocidental Mais, à qual continua ligado mesmo contra sua vontade.

João Lourenço deixou de ser presidente da Câmara Municipal das Lajes em 2013 (após três mandatos consecutivos), mas continua ainda a figurar como presidente do conselho de administração da empresa municipal que está em fase de dissolução.

Apesar do Município das Lajes ser gerido atualmente por Luís Maciel, é João Lourenço quem continua a figurar como presidente da administração da Ocidental Mais, mesmo passados três anos desde que abandonou funções públicas.

O Tribunal de Contas vem agora dizer num relatório de auditoria que o antigo autarca não enviou as contas da empresa municipal lajense relativas a 2014 dentro dos prazos previstos na lei, e decidiu por isso multá-lo.

João Lourenço ainda tentou explicar, numa carta enviada ao Tribunal de Contas, que nada tem a ver com a empresa municipal Ocidental Mais porque já não tem responsabilidades executivas, apontando as culpas aos serviços camarários lajenses que "sem explicação plausível" continuam a mantê-lo como presidente do conselho de administração.

O caso é justificado pelo atual presidente da Câmara Municipal das Lajes com a alegada demora, por parte da Conservatória do Registo Comercial daquele concelho, na nomeação de um administrador liquidatário para o processo de extinção da empresa municipal Ocidental Mais.

Indiferente a estas questões, o Tribunal de Contas manteve a coima a João Lourenço, que poderá vir a pagar uma multa que varia entre o mínimo de 510 euros (se for liquidada voluntariamente) e o máximo de 4.080 euros (caso o processo se arraste no tempo).


Notícia: «Açoriano Oriental» e «Diário de Notícias da Madeira».
Saudações florentinas!!

segunda-feira, 20 de junho de 2016

Parque de lazer no topo Sul do Aeroporto

O projeto de requalificação paisagística da área envolvente ao topo sul do Aeroporto (onde se situava o Observatório Meteorológico e o campo do Boavista Sport Clube) vai permitir criar um espaço verde e de lazer com cerca de nove mil metros quadrados, composto por zona de desporto, parque infantil, instalações de apoio e sanitários, estacionamento, zonas de estadia e miradouros.

Com este projeto haverá melhor aproveitamento das vistas (costa sudeste da ilha, a vila de Santa Cruz e a ilha do Corvo), ocorrendo uma organização do terreno em patamares para melhor controlo do declive natural naquela zona e criação de espaços com diferentes valências (lazer, merendas, desporto, crianças) com a requalificação das estruturas existentes.

Este investimento será superior a 300 mil euros, sendo uma parceria entre o Governo Regional e a Câmara Municipal de Santa Cruz das Flores.


Notícia: "sítio" da Câmara Municipal de Santa Cruz das Flores.
Saudações florentinas!!

domingo, 19 de junho de 2016

A apanha de sargaço na ilha das Flores

A par da caça à baleia, a apanha de sargaço foi durante muitos anos uma das labutas mais arriscadas e árduas por estas paragens e em muitas outras ilhas dos Açores. Foi graças a esta actividade que algumas famílias “tiraram a barriga da miséria”, tendo feito melhoramentos nas suas habitações, melhor alimentação e até melhores estudos aos mais jovens da altura.

Com recursos artesanais estes homens agarravam-se de unhas e dentes a esta “faina” e assim foi durante muitos anos. Dizem os mais conhecedores que alguns apanhadores de sargaço nem sabiam nadar mas a necessidade e a vontade era de tal ordem que mesmo assim fizeram vida na apanha de sargaço.

Por motivos vários, esta actividade acabou na ilha das Flores mas as recordações ficaram. Foi neste âmbito que, a 29 de Novembro do ano passado, o Município das Lajes promoveu uma palestra sobre esta temática, versando os diferentes aspectos desta actividade. Com os conhecimentos do conferencista José Maria Silva ficamos todos nós mais conhecedores da apanha de sargaço na ilha das Flores. Costa Ocidental esteve presente e registou o momento.

Obrigado ao presidente da Câmara Municipal das Lajes, ao conferencista José Maria Silva, ao Museu das Lajes (onde foram captadas estas imagens), a todos os presentes na palestra e a todos os que de uma forma ou de outra tornaram possíveis as imagens para este vídeo.


Vídeo: YouTube de José Agostinho Serpa.
Saudações florentinas!!

sábado, 18 de junho de 2016

Parques de merendas em todo o lado

Há mais de meio século que os Açores constroem parques de merendas de utilização gratuita, contabilizando atualmente 91 espaços em oito das nove ilhas do arquipélago.

A propósito do Dia Internacional do Piquenique, que hoje (18 de Junho) se assinala, o diretor regional das Obras Públicas e Comunicações explicou que apenas a ilha do Corvo não tem nenhum parque de merendas.

Bruno Pacheco disse que os parques de merendas nos Açores estão localizados em reservas florestais ou nas proximidades das estradas regionais, caracterizando-se por terem zonas próprias para piqueniques, churrasqueiras, parques de estacionamento, zona infantil de recreio, miradouros, sanitários ou equipamentos de ginásio ao ar livre.

“Mais do que zonas de merendas, são zonas de lazer”, considerou o diretor regional, acrescentando que estes equipamentos são utilizados gratuitamente durante “todo o ano por residentes e, cada vez mais, por turistas”.

São Miguel é a ilha com maior número de parques de merendas - 47 no total. A ilha de Santa Maria tem 12 parques de merendas, o Faial dez, a Terceira e São Jorge têm ambas sete, Pico quatro e Flores tem três. A Graciosa tem um parque de merendas e vai ter um segundo a partir da próxima semana.

Bruno Pacheco explicou que os parques de merendas inseridos em reservas florestais têm horários de funcionamento definidos, sendo no Verão mais alargados, e os que ficam nas proximidades de estradas regionais “não têm horário de utilização, por se tratar de zonas abertas”.

Quanto à limpeza diária destes espaços de lazer, o diretor regional das Obras Públicas referiu que estão a cargo de equipas de funcionários regionais que “a partir de Maio garantem a limpeza dos parques de merendas mais do que uma vez por dia”, bem como a colocação de madeira nas churrasqueiras.

Além dos 91 parques de merendas da responsabilidade do Governo Regional, também existem nos Açores equipamentos do mesmo tipo que são responsabilidade municipal.


Notícia: jornal «Açoriano Oriental» e «Diário Digital».
Saudações florentinas!!

sexta-feira, 17 de junho de 2016

Editores açorianos vivem dificuldades temendo pela continuação da atividade

Os editores açorianos admitem estar a viver momentos difíceis e alguns consideram mesmo que a atividade está em risco na Região, um receio partilhado pelo crítico literário Vamberto Freitas.

Atualmente existem no mercado açoriano as editoras Letras Lavadas, VerAçor, Blu, Edições Macaronésia e Companhia das Ilhas, concentradas nas ilhas de São Miguel e Terceira, a par das edições de autor.

José Ernesto Resendes, da editora Letras Lavadas, admitiu que o futuro das editoras açorianas “está posto em causa” pela crise económica e financeira, que também afetou o setor, e pelas alterações introduzidas no mercado livreiro, em termos digitais.

Carlos Alberto Machado, da Companhia das Ilhas, declarou que “há realmente o risco, senão de desaparecimento, de redução drástica da atividade” das editoras nos Açores. O editor salvaguardou que há falta de hábitos de leitura e que a Direção Regional da Cultura está a desenvolver uma “política extremamente errada” na promoção de novos leitores.

Fernando Ranha, editor da VerAçor, afirmou que não vê grande futuro para as editoras da Região e referiu que a sua empresa irá ter uma atividade “extremamente limitada” centrada em publicações relacionadas com o turismo, apostando-se em termos literários em três ou quatro autores. Na sua opinião, os “tempos são extremamente difíceis” e o Governo Regional deveria criar uma agência de promoção de autores açorianos.

“As nossas editoras correm o risco sério de desaparecerem por completo e ficamos, uma vez mais, dependentes, como no passado, das edições de autor nas gráficas que nos restarem”, afirmou o escritor e crítico literário Vamberto Freitas.

O professor universitário considerou que a “precariedade” que existe no mercado na Região condiciona o surgimento de novos valores, uma vez que é “extremamente difícil” para as editoras do arquipélago, que “têm um mercado limitadíssimo”, sobreviver sem um apoio institucional. O escritor explicou que esse apoio institucional deveria traduzir-se não em subsídios, mas na compra de alguns exemplares dos livros que “ajudem a pagar uma primeira edição”.

“Os novos autores têm graves problemas nessa perspetiva, a não ser que concorram a um concurso literário a nível regional ou local. As nossas editoras estão a passar uma crise muito grande e é raro apostarem num autor sem haver dinheiro envolvido. Tem que haver uma certa garantia de compra de exemplares de um determinado novo autor”, frisou Vamberto.


Notícia: jornal «Açoriano Oriental».
Saudações florentinas!!

quinta-feira, 16 de junho de 2016

Ligação pedonal do jardim da Avenida Diogo de Teive com o Porto das Poças

No intuito de requalificar o espaço público, melhorar a mobilidade pedonal e criar zonas de lazer e recreio para usufruto da população, a autarquia de Santa Cruz pretende criar um acesso pedonal entre o jardim/miradouro da Avenida Diogo de Teive e o Porto das Poças.

Com esta intervenção procura-se reforçar as ligações entre dois pontos históricos da vila de Santa Cruz: o Porto Velho e o Porto das Poças; permitindo a plena fruição da frente mar urbana, valorizando o património cultural e natural e a qualidade ambiental, de forma a permitir maior interação com o mar.

Procura-se também criar mais uma ligação entre a vila de Santa Cruz e o Porto das Poças, considerando que naquele local se realizam as festas municipais Cais das Poças.

A Câmara Municipal de Santa Cruz prevê iniciar as obras durante o mês de Junho, devendo estar concluídas no início de Agosto.


Notícia: "sítio" da Câmara Municipal de Santa Cruz das Flores.
Saudações florentinas!!

quarta-feira, 15 de junho de 2016

Rota das Eco-escolas percorreu as 9 ilhas

A Rota dos 20 assinalou as duas décadas da implementação do programa Eco-Escolas em Portugal. Ao longo dos últimos cinco meses envolveu cerca de sete dezenas de estabelecimentos de ensino açorianos e todos os municípios da Região.

As eco-escolas foram desafiadas a identificar problemas e a apresentar junto dos respetivos municípios as suas propostas de melhoria para a mobilidade sustentável nos perímetros dos estabelecimentos de ensino. A criação de ciclovias e de parques para bicicletas, o melhoramento dos passeios, a instalação de abrigos para peões nas paragens de autocarro e a criação de passeios marítimos foram algumas das sugestões apresentadas.

O programa Eco-Escolas é uma iniciativa internacional da Associação Bandeira Azul da Europa que pretende encorajar ações e reconhecer o trabalho de qualidade desenvolvido pelas escolas, sendo o mais antigo programa de educação ambiental e para o desenvolvimento sustentável implementado nos Açores.


Notícia: «Diário da Lagoa», rádio Atlântida e o inestimável "serviço informativo" do GaCS [Gabinete de apoio à Comunicação Social, da Presidência do Governo Regional dos Açores].
Saudações florentinas!!

terça-feira, 14 de junho de 2016

Limpeza efetuada à Rocha dos Bordões

De 22 de Outubro a 4 de Novembro do ano passado, a associação “Os Montanheiros”, com sede na ilha Terceira, fez deslocar à ilha das Flores uma equipa de profissionais numa missão de limpeza da Rocha dos Bordões, um dos monumentos de interesse geológico mais impressionantes dos Açores e quase único no Mundo.

Formada por 8 pessoas esta equipa d' Os Montanheiros teve como objectivo limpar a vegetação que alastra na base e nas faces expostas dos bordões, acabando por cobrir uma das paisagens mais procuradas pelos turistas na ilha das Flores.

Deve ser dito que os bordões são formações geológicas, também conhecidas como disjunções prismáticas, que ocorrem quando há um arrefecimento muito particular da lava. Na Rocha dos Bordões tem mais de 100 metros de extensão com mais de 200 bordões, tendo alguns mais de 30 metros de altura, ali encostados quase na vertical.

A logística envolvida e a dificuldade da missão não permite que seja feita uma limpeza da vegetação todos os anos, por isso em 2015 perfaziam já dezanove anos desde a anterior limpeza efectuada na Rocha dos Bordões, precisamente também pelos Montanheiros. Segundo Paulo Barcelos, presidente da associação e responsável/supervisor da operação, esta missão exigiu muito conhecimento e preparação.

Assim, a Rocha dos Bordões ficou de "cara lavada" para receber as milhares de pessoas que se deslumbram com tamanha raridade e imponência. Costa Ocidental esteve no local a recolher imagens que fazem parte deste documentário sobre a operação de limpeza, bem como a entrevista a Paulo Barcelos e a outros elementos da equipa, que deram o seu testemunho mesmo dependurados a alguns metros de altura.

Obrigado a José Gabriel Eduardo (director dos Serviços de Ambiente da ilha das Flores), a Paulo Barcelos e aos elementos do grupo e todos os que tornaram possíveis estas imagens.


Vídeo: YouTube de José Agostinho Serpa.
Saudações florentinas!!

segunda-feira, 13 de junho de 2016

Quebra brutal no turismo para Ocidente

Câmara do Comércio e Indústria da Horta (CCIH) lamenta que as estatísticas do turismo nos Açores cresçam apenas para algumas ilhas da Região e defendeu melhores acessibilidades aéreas.

O presidente da CCIH afirmou que os dados do Instituto Nacional de Estatística revelam que o crescimento do turismo “se verifica em apenas quatro ilhas”: São Miguel, Terceira, Santa Maria e Graciosa. “A verdade é bem pior nas restantes cinco ilhas da Região, que veem as suas dormidas com taxas de crescimento negativas, designadamente as Flores, a cair 33,8%; o Corvo, a cair 11,4%; o Faial, a cair 9,4%; o Pico, que cai 8,9% e São Jorge 5,6%”, referiu Carlos Morais.

No seu entender, estes números, além de preocupantes, mostram uma realidade que a restante Região procura “branquear e esquecer” e demonstra que a tão desejada liberalização dos transportes aéreos “não chegou a todas as ilhas. As cinco ilhas mais a ocidente merecem melhores acessibilidades, não só por forma a quebrar o seu maior isolamento, como para beneficiarem também desta nova realidade de serviço público, com preços mais baixos, ligações mais frequentes, diversificação de rotas e taxas de crescimento mais atrativas”, defendeu o empresário.

Para Carlos Morais, “os empresários destas cinco ilhas não podem continuar a gerir a sua atividade sem lucro, já que os dividendos do Verão são para tapar os buracos do Inverno”. Por isso, reclama do Governo Regional “a mesma atenção a todas as ilhas, para que possam crescer ao mesmo ritmo”.

“Também temos camas, carros e mesas para ocupar e que continuam à espera de um futuro com melhores dias”, insistiu o presidente da CCIH, que assegurou já ter apresentado estas propostas junto do Governo Regional, da administração da SATA e de alguns operadores turísticos nacionais.


Notícia: jornal «Açoriano Oriental» e rádio Faial.
Saudações florentinas!!

domingo, 12 de junho de 2016

«Brumas e Escarpas» #107

O curral das galinhas

Na Fajã Grande, na década de 1950, não havia casa que não tivesse um curral de galinhas. Até a do senhor padre Pimentel, assim como em todas as outras casas mais abastadas. É que as galinhas tinham um papel de relevo na alimentação, não apenas pela carne mas sobretudo pelos ovos. Além disso o custo da sua alimentação era fácil e barato, uma vez que eram alimentadas com milho que abundava na freguesia mas também com ervas e verduras, nomeadamente com erva-santa e ainda com o farelo que sobrava do peneirar da farinha. Ao farelo juntava-se água, fazia-se uma massa a que se adicionava, por vezes, couves cortadas, cascas de batatas picadas ou outras sobras de comida, a fim de que o cardápio das ditas cujas ficasse mais suculento.

As galinhas eram criadas num curral, construído para o efeito junto de casa. O curral era um pequeno espaço, geralmente retirado à courela da porta. Era murado com paredes bastante altas, muitas vezes encimadas com arame farpado ou rede porque as atrevidas das galinhas se não fossem piadas ou se não tivessem as asas amarradas ou cortadas, saltavam cá para fora e iam pôr os ovos onde bem entendessem. Depois era o diabo para os encontrar. Além disso esgaravatavam e davam cabo das colheitas por ali existentes. Os currais, geralmente, situavam-se junto ao pátio traseiro de cada casa, cuja parte inferior havia sido transformada em poleiro. Este era uma pequena concavidade escura, tendo a um canto o linheiro, devidamente preparado para elas porem os ovos. Nos currais mais afastados do pátio contruíram-se poleiros de madeira, ou seja, pequenos casotos ou encravados na aba duma parede, ou até colocados no meio do curral. Havia quem aproveitasse este espaço para nele construir o estaleiro.

No entanto, quem tinha hortas, por entre as terras de mato, tapava-lhes bem as paredes, amarrava e cosia as asas às galinhas e soltava-as na horta, com a dupla vantagem de lhes retirar as ervas daninhas e de lhes ir lançando algum estrume. Nas hortas também se construía o poleiro, ou adaptando uma furna ali existente ou construindo um de madeira, semelhante aos dos currais. Por vezes um cesto velho, deitado, também servia de poleiro. Mas, neste caso surgia um pequeno problema. É que as atrevidas das galinhas apanhando-se à solta decidiam pôr os ovos onde bem queriam e entendiam, aqui e além, muito escondidinhos e mudando de sítio em cada dia, o que obrigava os donos a uma tarefa árdua, incómoda, demorada e por vezes improfícua para lhes descobrir os esconderijos. Era costume, para evitar tal estouvado procedimento, deixar-lhes um ovo no linheiro inicial ou um objeto que imitasse um ovo e assim as parvas das galinhas, cuidando cada uma que ele era seu, iam à vez lá desovar os restantes.

Na verdade, por incrível que pareça, os currais das galinhas, apesar de simples e modestas construções, tiveram um importante papel na economia e sobretudo na alimentação da população fajãgrandense.


Carlos Fagundes

Este artigo foi (originalmente) publicado no «Pico da Vigia».

sábado, 11 de junho de 2016

E na onda floresceu um arco-íris

“Além podem ir por um trilho ver aquelas cascatas, as do Poço da ribeira do Ferreiro, que é das partes mais bonitas da ilha e que aparece sempre nas fotografias quando se fala das Flores. Temos aqui a Fajãzinha, temos ali a ribeira Grande, temos naquela primeira plataformazinha, com as suas casinhas de pedra, a Aldeia da Cuada, lá está ao fundo a Fajã Grande que, sempre a andar até ao mar, tem logo a zona balnear e as piscinas naturais, e mesmo lá ao fundo, onde está aquela igreja, é a Ponta da Fajã. Ali umas cascatas muito giras, as do Poço do Bacalhau, a uns dez minutinhos. Aquele ilhéu é o tal ponto mais ocidental da Europa, o ilhéu de Monchique”.

Estamos parados no miradouro, poucas horas depois de termos aterrado na ilha das Flores. O Sol brilha contrariando temporariamente as brumas de que tanto se fala. Já passeámos os olhos por Santa Cruz, a vila que cerca o aeroporto, pela beira-mar, pelos caminhos que nos trouxeram até este ponto, na costa ocidental da ilha. Quem nos aponta as localizações é Sílvio Medina, um dos nossos apoios nesta visita, motorista já com muita experiência em passear turistas. Parados no topo, abre-se em vale lá em baixo, como num abraço verde a terminar no mar, todo este mapeamento que Sílvio vai fazendo apontando o dedo. Seguimos-lhe os traços no ar como se estivesse a desenhar por entre esta overdose de verde e azul. Vemos, sim, como há beleza em tudo isto mas, nesse momento primordial – um momento semelhante ao vivido por si agora, caro leitor, à distância, caso nunca tenha pisado estas terras de que lhe falo – nem conseguimos adivinhar o avassalador quadro vivo que nos irá tomar nos dias seguintes. Para mais, sabendo que esta fértil baía protegida pelas encostas sofreu noutros anos enchentes e derrocadas que a obrigam a contínuo reagir e renascer.

Por aqui haveremos de descer até à Aldeia da Cuada, o nosso primeiro poiso, uma antiga aldeia abandonada que, casa a casa (são já 17), vem sendo recuperada para o turismo por Teotónia e Carlos Silva. Neste terraço de pedra com vista para o mar ficam estas casas de pedra, cada uma com seu espaço de intimidade preservado entre os campos e com interiores recheados tanto de conforto como de pormenores decorativos escolhidos a dedo. Mas sobre elas já saberemos mais daqui a pouco. Para já, queremos escapar-nos para o mar e, da Cuada, fugimos (a passo de caracol) por um túnel vegetal, um caminho deslumbrante protegido por muros de pedra até à estrada, com começo numa Casa do Espírito Santo e término numa velha igreja de Santo António. Vamos depois estrada fora, cirandamos pelas ruas da Fajã Grande, admirando janelas cercadas de pedra, pombas do Espírito Santo a decorar fachadas, janelas onde mostram bonecos e cenas que ainda não compreendemos, casas com baldes para o padeiro deixar o pão, cães simpáticos que decidem acompanhar-nos, cabras e ovelhas que parecem pedir-nos mais erva (o Enric tem uma especial aptidão para dar erva aos bichos), até encontrarmos o senhor Francisco que nos aponta na direcção que queremos.

Já junto ao mar, sentámo-nos nas margens de todo este mundo, que pressentimos nas nossas costas, por entre um Sol forte e pairando numa nuvem de maresia. Será sítio muito concorrido no Verão mas por hoje estamos sozinhos. E ficamos ali, só a olhar o mar, a passear os olhos pelo casario, pelas encostas, por aquela estranha língua de terra que se ergue à nossa frente com casas e igreja, pelas cataratas, pela praia bordada a calhaus ali ao lado, pelas serras de rochas onde se perfilam piscinas naturais. De vez em quando, mesmo ali à nossa frente, uma onda eleva-se para rebentar e no segundo antes de desfazer-se em espuma desfaz-se também em arco-íris. Um fenómeno simples, dizem-me. Um cliché, poderão apontar-me. Ou – atenção caçadores de arco-íris – “coisa frequente. Acontece muito por aqui, mesmo com as cataratas, às vezes olhas e brilha um”, como me dirá o Milton, o nosso especialíssimo anjo da guarda providenciado pelo Turismo dos Açores. A mim o que me interessa é que, logo ao primeiro arco-íris recortado em espuma, se me iluminou um sorriso que nenhum nevoeiro conseguiria apagar até ao final da viagem. Muito pelo contrário. Até neste momento em que vos escrevo, a memória volta a chamar esse sorriso para este check-in na ilha das Flores.


Notícia: blogue «Em Viagem» do jornal «Público».
Saudações florentinas!!

sexta-feira, 10 de junho de 2016

Esclarecimentos sobre o coelho-bravo

No âmbito da gestão dos efeitos da Doença Hemorrágica Viral (DHV) nos Açores serão realizadas sessões públicas de esclarecimento nas ilhas Terceira, São Jorge e São Miguel, subordinadas ao tema “Monitorização da DHV2 nas populações de coelho-bravo nos Açores”.

Destinadas sobretudo aos caçadores, nestas sessões públicas ocorrerá a apresentação de informações, considerações e esclarecimentos sobre a forma como as populações de coelho-bravo estão a reagir à DHV nos Açores e como se deverá proceder na gestão das populações afectadas, por forma a garantir a continuação da exploração da caça nos Açores de uma forma continuada e equilibrada.

Não sendo possível realizar apresentações públicas em todas as ilhas, a Direcção Regional dos Recursos Florestais facultará a possibilidade de qualquer interessado poder assistir on-line à transmissão das palestras na próxima quarta-feira (dia 15) pelas 20 horas, para isso será necessário seguir as devidas orientações para aceder à video-conferência.


Notícia: jornal «Correio dos Açores».
Saudações florentinas!!

quinta-feira, 9 de junho de 2016

Investigadores descobrem forma de travar a doença de Machado-Joseph

Duas equipas do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra descobriram que a progressão da doença de Machado-Joseph pode ser travada por uma redução de calorias controlada ou através da substância resveratrol, a qual está pronta a ser testada em ensaios clínicos.

A doença de Machado-Joseph é uma doença incurável, fatal e hereditária, de grande prevalência nos Açores, sendo caracterizada pela descoordenação motora, atrofia muscular, rigidez dos membros, dificuldades na deglutição, fala e visão, associadas a um progressivo dano de zonas cerebrais específicas.

Os resultados conseguidos pelas equipas de investigação do Centro de Neurociências e Biologia Celular foram publicados na revista científica «Nature Communications».

Segundo a investigação os resultados positivos em ratinhos de laboratório verificaram-se não só ao nível dos sintomas mas observando-se um bloqueio efetivo do desenvolvimento da doença. “O estudo sugere que uma ligeira redução de calorias, extremamente controlada, sem incorrer no risco de malnutrição e com a presença de todos os nutrientes essenciais ao organismo, ou a administração de resveratrol, contribuem para a melhoria da coordenação motora, marcha, equilíbrio, neuropatologia e ativam o processo de reciclagem dos elementos envelhecidos e danificados das células”, explica Cláudia Cavadas, coordenadora de uma das equipas de investigação.

Luís Pereira de Almeida, coordenador da equipa parceira de investigação, salienta que “os efeitos benéficos obtidos são explicados através de um regulador de informação presente nas células, chamado sirtuina 1, uma enzima cujos níveis aumentam no cérebro através da redução calórica ou administração de resveratrol”. O mesmo adianta que estão a ser feitos os esforços para testar os resultados do resveratrol em ensaios clínicos, o que está dependente de terem financiamento.


Notícia: «Diário de Notícias» e «Diário dos Açores».
Saudações florentinas!!

quarta-feira, 8 de junho de 2016

Fazendense dispensa treinador do futsal

O treinador Paulo Barroso coordenou todos os escalões de futsal do GDF nas duas últimas épocas desportivas.

A Direcção do Grupo Desportivo Fazendense comunicou o fim da ligação do clube com o anterior treinador-coordenador:

O Grupo Desportivo Fazendense vem por este meio informar o fim da presença do mister Paulo Barroso na coordenação do futsal deste clube. Agradecemos todas as conquistas que foram alcançadas, que não foram alcançadas por mero acaso do destino, mas deixamos uma palavra para os atletas deste clube que sempre souberam dar tudo para que o sucesso surgisse.

A Direcção do clube teve de ponderar que rumo dar e esta tomada de decisão também não veio por mero acaso, havendo inúmeros motivos para tal, sendo o principal, e o que realmente importa, o que contraria toda a estrutura deste clube e que nos garante a continuação da modalidade ao longo do tempo, que são os jovens atletas, aqueles que ninguém dá por eles, mas o clube dá, porque são para eles que trabalhamos, os atletas da formação, porque eles são os homens de amanhã.

Quando um clube vem em absoluto crescendo na modalidade ao longo dos últimos 7 a 8 anos, tempo em que a actual Direcção está em funções, e apenas numa época desportiva vê os seus escalões de formação reduzidos a “nada”, correndo mesmo o risco da equipa sénior não poder participar nos Nacionais devido à inexistência desses mesmos escalões de formação, isto após a coordenação e treinamento desses escalões de formação ocorrerem pela pessoa em causa, é razão para refletirmos e chegarmos à conclusão que algo não está bem! Qual seria o resultado final daqui a um, dois, três anos? O fim dos escalões de formação e da equipa sénior, o fim do clube.

Foi nesse pensamento que esta Direcção se baseou, que ainda assim apresentou três soluções para a continuidade do mister Paulo Barroso à frente unicamente da nossa equipa sénior, no entanto a nossa “pobre solução” era inferior ao que mesmo conseguiria auferir ao “tocar guitarra debaixo de uma árvore no Porto”, segundo as suas palavras, não sendo assim possível a sua continuidade. Desejamos a continuação de boa sorte para o seu futuro e uma palavra de amigo: olhe para os jovens atletas com bons olhos, porque inevitavelmente são eles a continuidade.

Saudações florentinas!!

terça-feira, 7 de junho de 2016

Ambos concelhos florentinos ainda sem revisão do PDM devidamente iniciada

Açores têm ainda cinco municípios sem o processo de revisão do Plano Diretor Municipal (PDM) iniciado.

Santa Cruz e Lajes (na ilha das Flores), Horta, Calheta (São Jorge) e Santa Cruz (na ilha Graciosa) são os cinco concelhos açorianos que ainda não iniciaram os respetivos processos de revisão do PDM.

O Plano Diretor Municipal é um instrumento de organização da política de ordenamento do território e urbanismo, através do qual é disciplinado o uso do solo na totalidade do território de cada concelho.

A plataforma eletrónica criada pelo Governo Regional para gerir o acompanhamento dos PDM adianta que há oito concelhos com a respetiva revisão do PDM em curso: Corvo, Velas, São Roque do Pico, Madalena, Ribeira Grande, Povoação, Angra do Heroísmo e Praia da Vitória.

Seis concelhos açorianos têm a respetiva revisão do PDM concluída: Ponta Delgada, Lagoa, Vila Franca do Campo e Nordeste (na ilha de São Miguel), Vila do Porto e Lajes do Pico.

A elaboração da alteração ou revisão do PDM é competência das Câmaras Municipais, sendo acompanhadas por uma comissão composta por entidades públicas e associações representativas dos interesses económicos, sociais, culturais e ambientais do concelho. Após um período de discussão pública, os PDM são aprovados pelas respetivas Assembleias Municipais e a entrada em vigor depende da publicação no Jornal Oficial dos Açores.


Notícia: jornal «Açoriano Oriental».
Saudações florentinas!!

segunda-feira, 6 de junho de 2016

Campanha «Açores entre Mares 2016»

Desde o Dia Europeu do Mar (20 de Maio) decorre em todas as ilhas do arquipélago até ao Dia Mundial dos Oceanos (8 de Junho) a campanha 'Açores entre Mares 2016', subordinada ao tema Educação Marinha. Este ano a ilha das Flores "recebe" apenas três míseras actividades.

Esta iniciativa é uma oportunidade de divulgar e sensibilizar a sociedade para a importância do conhecimento sobre os oceanos, sendo que esta campanha visa aprofundar também a nossa cultura, intrinsecamente marítima, num quadro de cidadania ativa e de participação pública.

A campanha 'Açores Entre Mares 2016 - Educação Marinha' pretende contribuir para o ProSucesso, o programa do Governo Regional que visa reduzir o abandono escolar precoce e aumentar o sucesso escolar dos jovens açorianos.

“A ideia é colocar o mar como motivo central transdisciplinar para aprendizagem”, afirmou Filipe Porteiro, referindo que “um banco digital de recursos educativos tendo o mar como tema está disponível no portal Açores Entre Mares para todas as pessoas interessadas, em especial professores e alunos”.

A campanha 'Açores Entre Mares' é coordenada pela Direção Regional dos Assuntos do Mar e conta com a operacionalização da Azorina e dos Parques Naturais de Ilha, tendo ainda como parceiros algumas escolas, Câmaras Municipais, Juntas de Freguesia, empresas públicas e privadas, organizações não governamentais, como Escuteiros e Clubes Navais, entre outros.

Na próxima quarta-feira (dia 8), no Museu municipal de Santa Cruz às 20h30, ocorrerá a apresentação de um documentário original sobre o mar da ilha das Flores.


Notícia: «Diário da Lagoa», rádio Faial e o inestimável "serviço informativo" do GaCS [Gabinete de apoio à Comunicação Social, da Presidência do Governo Regional dos Açores].
Saudações florentinas!!

domingo, 5 de junho de 2016

Ilha das Flores, passos em volta

Uma ilha para passear sem pressas, com trilhos de tirar o fôlego. A cada esquina, uma beleza. Seja por terra, pelo ar ou pelo mar, como atesta a fotogaleria de Enric Vives-Rubio.

São pouco mais de 16 quilometros por 12 e menos de 4 mil habitantes. E porém, a cada passo, uma atracção extraordinária nesta também Reserva da Biosfera (o coração da ilha das Flores).

Para além das descobertas das vilas e aldeias e do património (as igrejas são admiráveis, a Fábrica-museu da Baleia ou o Museu das Flores em Santa Cruz, os museus do Lavrador ou de Lacticínios nas Lajes), é obrigatório serpentear e andar a pé — ou, caso disso, mergulho, pesca, mesmo canyoning, uma espécie de “alpinismo” em cascatas em que a ilha das Flores se está a tornar uma Meca.

Nós caminhámos do Lajedo rumo à Fajã Grande (PR2) e foram três horas de beleza campestre, pelos campos e pastos, com o mar sempre no olhar e cruzando aldeias hospitaleiras, metendo conversa, admirando as omnipresentes vacas.

Ficam por aqui também trilhos únicos: um imperdível, o do poço da ribeira do Ferreiro (antes chamado da Alagoinha ou lagoa das Patas), uma meia hora até à grande lagoa para onde correm cascatas em série; ou, na Fajã Grande, antes da surreal Ponta da Fajã — uma mini-aldeia em altaneira língua de rocha —, o caminho do Poço do Bacalhau, que se faz em minutos até uma outra bela lagoa-piscina e cascata.

Do outro lado da ilha das Flores, perto de Santa Cruz, ainda nos “perdemos” no caminho da baía da Alagoa, no silêncio de uma praia de areia negra e no cansaço prazenteiro de uma escadaria florestal que sobe (e desce) centenas de degraus. Por toda a ilha, assinale-se, há muitos mais percursos possíveis.

Não deixe também de fazer a sacramental volta das sete lagoas (a visão das lagoas Funda e Rasa é deslumbrante) e passar ao lado do surreal desenho do monumento geológico da Rocha dos Bordões.

E não se apresse, há que dar tempo à contemplação. Como aquele momento em que nos perdemos a olhar para as ondas a enrolarem-se na praia da Fajã Grande e em cada onda nascia um arco-íris.


Crónica: edição especial do suplemento «Fugas» do «Público».
Saudações florentinas!!

sábado, 4 de junho de 2016

Olhai a ilha das Flores desde o mar

Um passeio de barco em redor da ilha das Flores oferece visões tão abruptas quanto emocionantes.

Pôr os pés a caminho por toda a ilha, atravessá-la por entre explosões de verde e água, cascatas, campos agrícolas, pastos e vacas, lagoas e fajãs, tudo isso é tão fácil como emocionante. Mas dar a volta à ilha das Flores em barco é abarcar-lhe a beleza de uma forma muito mais transcendental.

“Preparem-se, se já andaram pela ilha e ainda não estão convencidos, agora é que vão ter a prova derradeira desta beleza.” Quem avisa é Carlos Mendes, do Hotel Ocidental, nosso guia marítimo (além de especialista em actividades radicais e fotógrafo).

Entramos no barco nessa manhã nublada e saímos de Santa Cruz rumo à costa norte e em volta até à Fajã Grande. Não será pera doce, será uma viagem de vento, chuva, saltos nas ondas, voos rasantes, encostos às rochas e passagens por entre cascatas. E eu não a trocava por nada deste mundo.

Lá à frente, seguimos hordas de centenas de cagarros em ataque ao peixe. “Os golfinhos devem estar a empurrá-los”, diz Carlos. Sucedem-se ravinas e precipícios, cascatas e ilhéus — até um em que vivem isoladas cabras selvagens. Entrámos pela beleza visceral da Gruta dos Enxaréus e deixamo-nos comover pela arte bruta da natureza.

É como quando Milton Barcelos, o nosso jovem companheiro do Turismo dos Açores que voltou recentemente para a ilha depois de estudar na Universidade de Aveiro, olha lá para cima, para uma ponta onde está plantado o altaneiro Farol do Albarnaz, e todo o seu rosto se ilumina: “Foi além que eu cresci, foi além” (o pai era chefe do farol). “Era disto que eu tinha saudades”, ouve-se na ventania. Nós que nem nunca aqui tínhamos estado, até nós sentíamos saudades.

Antes de aportarmos na Fajã Grande, o momento-mor: contornámos e “tocámos” o ilhéu de Monchique, o rochedo mais ocidental de Portugal, o ponto final atlântico do país, um final feliz.


Crónica: edição especial do suplemento «Fugas» do «Público».
Saudações florentinas!!

sexta-feira, 3 de junho de 2016

As notícias do Pôr do Sol

José António e Nélia têm vindo a cozinhar um Pôr do Sol em cenário idílico na Fajãzinha. Um restaurante que está a tornar-se um chamariz florentino.

Já passava do meio-dia quando entramos no Pôr do Sol. Este restaurante da Fajãzinha, num alto virado ao mar, tem-se vindo a tornar um ícone da ilha das Flores e para tal contam vários factores. Juntam-se o enquadramento natural e a casa de pedra rodeada de flores e horta. Acrescenta-se o interior aconchegante onde pontuam pormenores da vida da ilha. Mistura-se tudo com uma ementa enriquecida por iguarias tradicionais da ilha das Flores.

Seriam ingredientes q.b., mas ainda faltam os principais: José Corvelo e Nélia Freitas, o casal proprietário, anfitriões de primeira e a que não falta iniciativa. “Eram umas casas em ruínas, recuperámos e ampliámos e fomos fazendo”, conta-nos José, resumindo todo o restaurante como uma “experiência cultural”.

Na sala, um caleidoscópio de peças, entre velhos serviços de mesa, fotografias e muitas peças de artesanato. Na nossa mesa, enchidos, morcelas, linguiça, inhame e mais há-de vir que as especialidades aqui são uma potência – do cozido de porco à feijoada, passando pelo peixe “ainda a saltar” , além das tortas de algas e as lapas.

Na cozinha, Nélia conta-nos que foi aprendendo “cozinha toda a vida” mas também “investigou o receituário tradicional, aquilo que se aprende e passa das avós, das mães”, reinventou alguns pratos, aprendeu técnicas velhas e novas – bom exemplo: pegou nas papas de milho tradicionais e cortou-as fritas às tirinhas, servindo de entrada.

Por aqui, quase tudo é produzido na horta ou na ilha das Flores, e na produção própria incluem-se também as vacas, porcos, galinhas. Os próprios enchidos são feitos na casa, do cuidar do animal ao fumeiro. “Tudo à antiga”, garantem-nos, para dar “aquele sabor de volta ao passado. Consola ver as pessoas felizes com a comida”, sorri Nélia.

José diz-nos que isto até começou como uma “brincadeira” mas está bem ciente de que o restaurante tem vindo a ganhar fama (ainda no outro dia era capa de livro de viagens gastronómicas de Paulo Salvador, da TVI). “No Verão não paramos” – já no Inverno abrem apenas aos fins-de-semana.

Nota-se-lhe o orgulho na casa mas, por estes dias, também uma certa tristeza. É que José foi o fundador e, durante 18 anos, responsável pelo que era o último jornal em papel da ilha, “O Monchique”. Acabou em Dezembro e Corvelo não esconde a tristeza. “Uma pena, era história da ilha”, lamenta. “Era como um filho”. Mas tristeza não pagam dívidas. Venha, sente-se à mesa do Pôr do Sol e fique a saber as novas da ilha das Flores de viva voz.


Crónica: edição especial do suplemento «Fugas» do «Público».
Saudações florentinas!!

quinta-feira, 2 de junho de 2016

Aldeia da Cuada, uma ilha dentro da ilha

Raul Brandão em «As Ilhas Desconhecidas»: “É a voz da floresta adormecida que me extasia juntamente com o ruído das águas, o mais límpido e o mais belo que conheço para esquecer o tempo e a eternidade!”

A aldeia foi sendo relevantada do chão, casa a casa. Hoje, já vemos projectos parecidos pelo país. Mas estamos a falar de “há uns 26, 27 anos. Não se falava sequer em turismo rural. Foi a primeira do país a ser classificada como Turismo de Habitação”, lembra o pioneiro Carlos Silva, depois classificada como Turismo de Aldeia. Seria a única deste género no arquipélago (foi entretanto feito projecto similar em São Miguel, no Sanguinho) e agora é também património protegido, para que não surjam surpresas “de betão” e para que este seja um santuário de história e intimidade – até há bem pouco tempo o único acesso à aldeia era por um caminho velho, um longo e florido caminho murado e vegetal (belo de tirar o fôlego), que começava na Igreja de Santo António de Lisboa (tal como se lê na fachada), na estrada para a Fajã Grande, e ia até à casa do Império do Divino Espírito Santo da Cuada, entrando-se então na aldeia posta no sossego do seu planalto.

Actualmente já há acesso viário directo à recepção — que é também um pequeno museu da aldeia — à entrada. Mas, ainda assim, para circular por aqui, só a pé por caminhos de pedras que não são para todos (Carlos reconhece que ainda falta uma adaptação para cidadãos com dificuldades de mobilidade). Isto dito, carregar as malas de uma ponta à outra da aldeia ainda custa — não há problema, Sílvio, que cuida da aldeia, leva-as a trote e garante que “não custa nada”, estão habituados (nós experimentámos, custa).

A conservação dos caminhos “tal como eles eram” pode ser uma teimosia, mas faz parte do conceito global do casal de ser fiel ao ambiente original sem adulterar mais que o necessário. As casas foram reconstruídas com a sua pedra, adaptando-as aos tempos modernos, mas seguindo a sua “construção pobre” pedra sobre pedra. No início até era tudo mais primitivo ainda. “As primeiras casas que alugámos foi até com lamparinas a petróleo, não havia luz eléctrica.” É então que aponto para o único detalhe disruptivo neste onírico éden: postes e fios que cruzam algumas partes. “Estamos a tentar fazer com que isso desapareça daqui...”, diz. A ideia é passá-los em breve a subterrâneos.

“Bom dia, sejam bem-vindos”, diz-nos agora Teotónia, a cara-metade da Cuada, que, acompanhada pela filha, ultima os preparativos da maior casa da aldeia, onde há seis quartos e também sala para pequenos-almoços. Tal como por todas as casas, debruadas a pequenos detalhes íntimos e familiares, também por aqui se vêem utensílios de outras épocas e quadros de exímios bordados. “Muitas são coisas que já tinha, outras vou adquirindo, não tenho formação nenhuma em decoração nem nada disso, mas vou vendo as coisas e vou por intuição”, confessa Teotónia, contando que antes fazia “muitos crochézinhos” mas agora já não. “Estes vieram do Pico, de onde é o meu marido, foram oferecidos pela minha sogra, são lindos, obras de arte”. E são. “Isto tudo é um trabalho de pormenores, assim é que dá gosto”, sorri. É também tudo isto que retira a carga Disney que sempre paira sobre um projecto assim.

Até porque a família Silva também vive na aldeia, intercalando-a com a sua casa em Santa Cruz. A aldeia continua, igualmente, fiel às suas raízes e nem toda está apenas entregue ao turismo ou às visitas de passagem. Por exemplo, aqui estamos agora na casa do Império do Espírito Santo da Cuada, provavelmente o mais antigo da ilha das Flores, ainda e sempre, apesar do esvaziamento da aldeia, pertença da irmandade e parte dos festejos destas grandes e solidárias festas açorianas. Acaba, aliás, mostra-nos Carlos, de ser restaurado, incluindo modernizações (casas de banho, por exemplo, ao lado) e, na casa, também as imagens e símbolos religiosos rebrilham de dourado, azul e vermelho. Está tudo pronto para a festa anual — que inclui partilha de carne entre os “irmãos” —, que foi agora em Maio, precisamente.

Continuamos a cirandar pelas casas, paramos para sentir o cheiro intenso das flores num recanto, noutro os loureiros, prestar atenção ao que nos dizem os melros e tentilhões noutro. E ali no meio do campo, aponta Carlos, estão outros habitantes importantes, a vaca Mimosa e a burra Florentina. A cabra Tina também deve andar por aí. Mantendo ainda a tradição, na aldeia também há agricultura. Para já, só pelos proprietários. Mas em breve querem abrir a horta aos hóspedes: “Podem ir buscar uma couve para o almoço e plantar outra.” Nada como meter as mãos na terra para vivê-la melhor.

E assim revivida, a Aldeia da Cuada, continua, de certo modo, a ser familiar. Não só porque “muitos turistas, muitas famílias, voltam todos os anos e ficam na mesma casa, até”, como lembra Carlos, mas também porque, não esqueçamos, este é um projecto familiar, é agora, afinal, a aldeia dos Silvas. E a memória de quem cá viveu não se apaga nem permanece apenas em cenário: cada casa tem o nome de quem lá vivia, como se de uma “identidade” se tratasse. Nós ficámos na Casa Fátima mas há a Casa da Esméria, da Luciana, do Antonino, do Fagundes… A última, a derradeira a ser terminada, é a Casa do Luís.


Crónica: edição especial do suplemento «Fugas» do «Público».
Saudações florentinas!!

quarta-feira, 1 de junho de 2016

É preciso uma aldeia para criar uma ilha

É um portal com caminhos para paraísos logo ao virar da esquina e é também um marco em si própria. Ao longo de quase três décadas, esta aldeia abandonada foi recuperada com dedicação por uma família. A última casa original, a décima sétima, foi agora terminada. Aldeia da Cuada, uma ilha dentro da ilha.

Catrapisco os olhos e sei que já há uma luzinha ténue a invadir-me os sonhos. Afasto a manta de retalhos e ajoelho-me à janela de pedra. O dia começa a clarear, o céu e o mar parecem ainda a mesma coisa. Vou descalço até ao jardim da minha casa de pedra.

Está um silêncio impossível, apenas acompanhado do chilrear de uma orquestra da passarada. Fico a admirar tudo isto, quadro inteiro de pedra e verde, como se o momento abarcasse toda a aldeia, toda a ilha.

É certo que a ilha das Flores dá-nos uma explosão de muito, toda uma natureza de mãos largas, entre lagoas, cascatas em catadupa, poças oníricas e uma costa de beleza brutal, fajãs de fábula e grutas assombrosas.

Nunca nos iludamos: é tudo da natureza, sim. Mas também é tudo do engenho humano, da incomensurável persistência açoriana. É também esse o caso desta aldeia velha de séculos reconquistada por dois pares de mãos. Já não é a aldeia que era, é museológica e turística, mas é ainda e sempre a Aldeia da Cuada.

“Foi toda abandonada até aos anos 1970, só havia duas casas ainda com telha, o resto estava tudo em ruína”, diz-nos Carlos Silva, que com a esposa Teotónia, ambos hoje com 66 anos, tornaram a Cuada o projecto das suas vidas. São quase três décadas de dedicação a esta obra que, por sinal, atinge agora um marco: a recuperação da última construção original, a décima sétima, contando palheiros reconvertidos. “Isto começou tudo com uma asneira”, conta-nos Carlos enquanto vamos serpenteando pela aldeia, repartida pelas casas quase isoladas umas das outras, entre caminhos de lajes e jardins.

A “asneira” para eles, que costumavam ir veranear para a Fajã Grande, ali a dois quilómetros, foi comprarem uma das casinhas abandonadas na aldeia nos anos 1980. Já não restava ali ninguém, nesta terra que remontará a 1676. O documento mais antigo será até um registo paroquial de casamento de 8 de Novembro de 1705, está visto que o mote romântico perdura. Mais de três séculos depois cá estamos, nesta aldeia abandonada em grande parte em nome da emigração, que até há pouco nunca tinha visto um veículo motorizado (nem, diga-se, água canalizada ou electricidade).

Ora, depois de comprarem uma das casinhas, surgiu a oportunidade de comprar outra, depois outra. Começaram seriamente a pensar num projecto turístico, conta Carlos, que trabalhava nas Finanças, e Teotónia, que trabalhava na Sata. “Não foi fácil”, lembra: a Direcção do Turismo da altura, por exemplo, até “considerou louvável a iniciativa” mas não aprovou. “Diziam que nunca iria ter viabilidade económica.” Quem é que quereria vir para esta aldeia perdida nesta ilha perdida nas lonjuras atlânticas de Portugal, aqui mesmo de onde podemos olhar para aquele que é ponto mais ocidental do país, o ilhéu de Monchique e, virando a cabeça, pela série de cascatas lá ao longe, do outro lado, como nascendo de um céu verde? Quem? Nós? Sim.


Crónica: edição especial do suplemento «Fugas» do «Público».
Saudações florentinas!!