segunda-feira, 11 de abril de 2016

Ilhas vão ficar mais áridas até 2050

Madeira, Açores e Cabo Verde poderão enfrentar um aumento de aridez. As alterações climáticas poderão sujeitar quase três quartos das pequenas ilhas do mundo a uma maior aridez em 2050, revela estudo publicado na revista «Nature Climate Change».

Embora já se soubesse que as alterações climáticas vão provocar mudanças no equilíbrio entre a precipitação e a evaporação em muitas regiões do mundo, os modelos climáticos não permitiam estimar essas mudanças nas pequenas ilhas espalhadas pelos vários oceanos.

O método padrão para avaliar a aridez é calcular a diferença entre a precipitação e a evapotranspiração potencial (perdas de água pela evaporação e pela transpiração das plantas), mas isto não funciona para as pequenas ilhas, já que os modelos globais só fornecem estimativas de precipitação e não de evapotranspiração.

A equipa de Kristopher Karnauskas, da Universidade de Colorado Boulder, usou um método para estimar a evapotranspiração potencial das pequenas ilhas, o que lhe permitiu então calcular o índice de mudança de aridez para 80 arquipélagos em todo o mundo, incluindo a Madeira, os Açores, Cabo Verde ou São Tomé e Príncipe.

Os resultados deste estudo apontam para uma tendência de aumento da aridez em mais de 73% dos arquipélagos, incluindo a Madeira, os Açores e Cabo Verde. Embora se preveja que cerca de metade das ilhas experienciem mais chuva (sobretudo aquelas que se situam nos trópicos), os aumentos da evaporação são mais consistentes na globalidade dos arquipélagos, o que resulta numa mudança geral no sentido de mais aridez.


Notícia: «Açoriano Oriental» e «Diário de Notícias».
Saudações florentinas!!

3 comentários:

Anónimo disse...

Seria bom termos aqui um debate deste tema, necessariamente com o contributo de especialistas e estudiosos desta matéria.
É um assunto do maior interesse para quem vive em ilhas.

Anónimo disse...

A subida do nível médio das águas do mar é bem mais grave do que isso.
As reduções de precipitação tem pouco impacte dados os elevados montantes anuais que temos. A modificação do regime das precipitações é que pode ser complicada, se ocorrerem Verões mais prolongados e secos e Invernos mais chuvosos. As modificações no que evapora e no que as plantas transpiram não são fáceis de prever. Não sei o aumento apontado em que é que se baseia no caso dos Açores. A verdade é que temos a particularidade de apanharmos com a corrente do golfo que transporta ar quente e húmido das zonas tropicais, o que naturalmente induz evapotranspirações baixas. Se a corrente do golfo não sofrer desvios e continuar a passar por aqui não me parece que ocorram grandes alterações.

Anónimo disse...

Ora aí está,como eu desejava,uma opinião que,embora não esteja ao meu alcance compreender completamente,me parece autorizada.
Seria útil que viessem outras.