quinta-feira, 31 de março de 2016

Naufrágios vão ser apreciados em terra

Mil naufrágios documentados tornam o mar dos Açores num "museu subaquático", com "cápsulas do tempo" já visitáveis através de mergulho mas que devem ser potenciados turisticamente em terra com a criação de Centros Interpretativos.

Em 2017 os Açores vão ter Centros Interpretativos do património subaquático das ilhas. Estes espaços vão permitir que quem não mergulha possa também conhecer a história dos mil naufrágios documentados nos mares do arquipélago.

“Aqui chegavam os navios de todas a rotas de todo o mundo antes de chegarem à Europa e, por isso mesmo, nós temos aqui pedaços, fragmentos, cápsulas do tempo de toda essa riqueza”, destacou José Luís Neto, acrescentando que nos Açores há navios naufragados que “fizeram a rota do chá, travaram guerras da independência americana e que representam a industrialização agrícola”.

O Roteiro do património cultural subaquático nos Açores é atualmente constituído por 25 parques arqueológicos subaquáticos visitáveis através do mergulho. Presentemente, as visitas a esses parques arqueológicos subaquáticos são acompanhadas pelos mergulhadores dos clubes navais ou operadores marítimo-turísticos das diferentes ilhas do arquipélago, que funcionam como guias, existindo também como auxílio pequenos documentários em vídeo sobre o que é possível encontrar dentro de água.

Entre os parques subaquáticos açorianos devidamente regulamentados está o 'Dori', próximo da cidade de Ponta Delgada, o 'Caroline', na ilha do Pico, o 'Slavonia', na ilha das Flores, o 'Canarias', em Santa Maria, entre muitos outros.

Segundo José Luís Neto, “os tesouros” trazidos a bordo dos navios naufragados estão expostos nos museus da Região ou na posse de cidadãos: “Por exemplo, na ilha das Flores quando as pessoas queriam receber muito bem alguém de fora, utilizavam as loiças do transatlântico Slavonia. O mesmo se passou no Pico com o Caroline e o mesmo se verificou em Santa Maria com as peças do Canarias”, sustentou o arqueólogo.


Notícia: «Público», «Açoriano Oriental» e «Correio dos Açores».
Saudações florentinas!!

quarta-feira, 30 de março de 2016

Novo Plano regional para os resíduos

Entrou hoje em vigor o Plano Estratégico de Prevenção e Gestão de Resíduos dos Açores (PEPGRA).

Foi ontem publicado em Diário da República o PEPGRA, que tem como objectivo prioritário reduzir a produção de resíduos e aumentar a sua reutilização, minimizando ao máximo o recurso a aterro ou à valorização energética como destino final.

Até 2020, os Açores querem passar a reutilizar e reciclar mais de 50% dos resíduos urbanos, incluindo papel, cartão, plástico, vidro, metal, madeira e resíduos biodegradáveis.

Com a execução e entrada em funcionamento da rede de Centros de Processamento em sete das nove ilhas, já foi possível em 2015 reciclar mais de 10.360 toneladas de resíduos de embalagens reunidos nos sistemas de recolha selectiva.

O PEPGRA, plano sectorial que foi sujeito a ampla consulta pública e à apreciação do Conselho Regional do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, sucede ao Plano para a Gestão de Resíduos dos Açores e visa a protecção e a valorização ambiental, social e económica dos Açores. Nesse sentido, estabelece as orientações estratégicas de âmbito regional da política de prevenção e de gestão de resíduos, envolvendo operadores, privados e instituições.


Notícia: «Jornal Diário» e o inestimável "serviço informativo" do GaCS [Gabinete de apoio à Comunicação Social, da Presidência do Governo Regional dos Açores].
Saudações florentinas!!

terça-feira, 29 de março de 2016

Quebra de valor do pescado em lota

A Federação das Pescas dos Açores anunciou uma quebra de 13% no valor do pescado nos Açores, em resultado do período de defeso da pesca do goraz e da falta de atum patudo, que em anos normais já estaria a ser pescado nos mares da Região.

O presidente da Federação das Pescas realçou a importância de activar os contratos de trabalho dos armadores com os pescadores, numa primeira fase na pesca costeira.

Apontou como um dos problemas da pesca na Região a falta de um sistema adequado de transporte de peixe. Gualberto Rita revelou a necessidade de haver um avião cargueiro a transportar o peixe da Região para o exterior. Em sua opinião, este avião cargueiro iria beneficiar sobretudo as ilhas dos grupos central e ocidental: “Os compradores querem o peixe a tempo e horas no mercado e qualquer atraso representa uma desvalorização do peixe e, com isso, perdem os Açores. Sabemos que nenhuma empresa concorreu ao concurso para o avião cargueiro mas é importante que se resolva esta questão”, disse o presidente da Federação das Pescas.

Gualberto Rita considerou importante a “venda do peixe à borda do barco” (ou seja, a venda directa de peixe do pescador ao consumidor), uma situação que já vinha ocorrendo em alguns portos de forma ilegal e que, agora, tem enquadramento legal em legislação regional até 50 quilos de peixe: “Precisamos de conhecer qual a legislação que vai regulamentar esta venda directa dos pescadores aos consumidores. Queremos saber como tudo vai funcionar”, afirmou o presidente da Federação das Pescas dos Açores para depois deixar claro que “embora importante, não é só esta medida que vai resolver os problemas dos pescadores”.


Notícia: jornal «Correio dos Açores».
Saudações florentinas!!

segunda-feira, 28 de março de 2016

Revisão do Plano Hidrográfico e de Riscos

A revisão do Plano de Gestão da Região Hidrográfica dos Açores e do Plano de Gestão de Riscos e Inundações está já concluída.

Segundo Luís Neto Viveiros, esta revisão deve ser aprovada pela Assembleia Regional dentro de três meses: “Os planos estão neste momento concluídos e aguardam agendamento para serem aprovados em Conselho do Governo Regional e, posteriormente, na Assembleia Legislativa Regional”.

Considerando que estes constituem dois documentos imprescindíveis para a gestão destas zonas, que integram a política de ordenamento do território dos Açores, Neto Viveiros recordou que estas matérias decorrem de obrigações assumidas com a União Europeia, no âmbito da Diretiva Quadro da Água.

O secretário regional da Agricultura e Ambiente referiu que a revisão do Plano de Gestão da Região Hidrográfica dos Açores contempla um conjunto de cautelas, que se impõem dez anos depois da sua criação, e que se devem ter em vários locais em função de determinados usos do solo, ou não, da construção e diferentes serviços.

Neto Viveiros declarou, em relação às lagoas que se confrontam com um processo de eutrofização nos Açores, designadamente na ilha de São Miguel, que os resultados obtidos “são satisfatórios”, na sequência das políticas desenhadas e postas em prática.

“No fundo, a revisão do Plano de Gestão da Região Hidrográfica dos Açores vem acautelar e reforçar também as medidas tendentes à melhoria da qualidade das nossas águas nas bacias da Região”, frisou o secretário regional da Agricultura e Ambiente.


Notícia: jornal «Açoriano Oriental».
Saudações florentinas!!

domingo, 27 de março de 2016

O turismo só é/será bom para os Açores, se for bom também para quem cá vive

A liberalização das ligações aéreas para São Miguel está em vigor há um ano e fez aumentar a procura e a oferta turística em 2015, ano em que se bateram todos os recordes nas dormidas dos hotéis e no número de passageiros nos Açores. Depois do “ano zero”, o arquipélago está à procura do modelo perfeito.

No dia 29 de Março de 2015 chegou à ilha de São Miguel o primeiro voo da RyanAir, que passou a fazer ligações diárias entre Porto e Lisboa até à principal cidade do arquipélago. No dia 2 de Abril a EasyJet começou a ligar Lisboa e Ponta Delgada.

O ano de 2015 foi o ano de todos os recordes: 1,5 milhões de dormidas em todas as tipologias (crescimento de 20%), quase 30% de aumento dos passageiros movimentados (cerca de 1,3 milhões de passageiros embarcados e desembarcados só em São Miguel, segundo a Vinci, proprietária do aeroporto de Ponta Delgada) e há 264 novas empresas de animação turística licenciadas.

Mas nem os muitos turistas, comerciantes, residentes ou mesmo os responsáveis políticos regionais se permitem a lançar foguetes e fazer já a festa. Vítor Fraga, secretário regional dos Transportes e do Turismo e autor deste novo modelo de acessibilidades, é o primeiro a admitir que “não há modelos perfeitos”. E este está, desde já, sujeito a revisão.

A alteração à política de mobilidade para a Região resume-se em dois passos. O primeiro é o que transforma os Açores num único aeroporto e cada uma das suas ilhas num terminal — a política de reencaminhamento implica que quem está no Continente pague o mesmo quer vá ou não para um dos “terminais” liberalizados (as gateways de Ponta Delgada, onde já há concorrência de mercado, e de Angra do Heroísmo, que ainda não despertou a apetência das low cost). O segundo passo foi deixar de pagar às companhias que prestam serviço público entre ilhas o subsídio de mobilidade, para passar a reembolsar aos passageiros o que despenderam nas tarifas acima do valor definido pelo Estado (86 euros por pessoa). Esta nova política deve continuar a custar os mesmos 16 milhões de euros que o Governo da República sempre pagou como subsídio à mobilidade dos açorianos. Mas, repete Vítor Fraga, “é um modelo sujeito a avaliação e a revisão”.

Faz sentido olhar para os números, não apenas do último ano, mas desde 2012. Foi, de facto, quando este modelo de acessibilidades começou a ser trabalhado. Foi também a altura em que o destino Açores começou a merecer mais atenção dos media internacionais e a posicionar-se como um destino de eleição no turismo sustentável e de natureza. “Mudámos a política de comunicação. Continuámos a promover a natureza, mas falámos para o turismo activo, em vez do turismo contemplativo. Sofremos muito com as restrições económicas que sentiu o nosso principal mercado emissor, e que ainda é o Continente, [e quisemos] captar a atenção de mercados com mais poder económico e que apreciam este tipo de turismo activo”, refere Vítor Fraga.

Os indicadores recolhidos mostram que foi uma boa aposta. O mercado internacional rapidamente superou a liderança que sempre pertenceu ao mercado nacional. Desde 2012, os mercados emissores dos Estados Unidos e Canadá cresceram 116%, França 91%, Reino Unido 89%, Suíça 84%, Alemanha 70%, Bélgica 66%, Itália 50%. Portugal, que no último ano foi ano foi quem mais beneficiou com este novo modelo de voos low cost cresceu "apenas" 33%.

A RyanAir já é o terceiro operador com uma quota de 20,7% no aeroporto de Ponta Delgada. A SATA Internacional tem 38% e a SATA Air Açores tem 27%. São os próprios mecanismos de promoção das low cost ou de motores de busca e reservas como o Expedia, o Kayak, ou mesmo o Booking que acabam por contribuir muito para a divulgação do destino.

Na ilha de São Miguel existem actualmente 407 unidades de alojamento, das quais apenas 41 são hotéis tradicionais. Há ainda 67 casas de turismo em espaço rural e quase 300 alojamentos locais, englobando desde guesthouses aos sete hostels que existem em Ponta Delgada. No total, a ilha de São Miguel oferece 7399 camas. Em todo o arquipélago a oferta atinge as 14.045 camas. Até ao final de 2017 devem estar abertas ao público mais 197 unidades que vão acrescentar ao arquipélago 1612 camas — 1352 serão em São Miguel.

“Os Açores tem vantagem em ter chegado mais tarde a este filão do turismo. Aqui há margem para progredir, mas temos a obrigação de não cometer os mesmos erros que outros cometeram e o dever de não estragar aquilo que temos de mais precioso, a natureza”, comenta o empresário Roberto Couto.

“Assentamos a nossa estratégia em três pilares de sustentabilidade. A ambiental e a económica mas também a social. A natureza é o nosso principal activo, o que nos caracteriza é esta espécie de isolamento positivo. Por isso digo que não necessitamos das grandes cadeias de hotéis que tanto estão aqui como em qualquer outra grande cidade. Mas necessitamos de unidades hoteleiras focadas na nossa oferta de natureza e de hotéis de charme com qualidade. Porque não há nenhum contra-senso em abrir o espaço aéreo às low cost e autorizar a abertura de unidades de luxo. O preço da acessibilidade não tem nada que ver com a qualidade do destino”, diz o secretário regional Vítor Fraga.


Notícia: jornal «Público».
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sábado, 26 de março de 2016

Os 23 destinos mais incríveis do Mundo

A ilha das Flores é o ponto mais ocidental do arquipélago dos Açores. O próprio nome deve-se às abundantes flores de campo que crescem na região. Além disso, a ilha tem fontes termais naturais e lagoas deslumbrantes. É uma das ilhas mais belas do arquipélago dos Açores e foi incluída, em 2009, na lista da rede mundial de Reservas da Biosfera da UNESCO.

A «Insider Pro», uma publicação financeira internacional, fez uma lista com os 23 principais lagos, lagoas e ilhas perdidas do mundo. “Há muitos lugares maravilhosos no mundo onde ainda não há – ou quase não há – turistas: desde uma praia escondida até ao único lugar no planeta onde é possível nadar entre dois continentes”, refere a publicação.

Entre estas maravilhas da natureza está uma ilha portuguesa “coberta” de milhares de hortênsias de cor azul, que dividem os campos ao longo das estradas, nas margens das ribeiras e lagoas: a ilha das Flores, nos Açores.

As ilhas Marietas (no México), o oásis de Huacachina (no Perú), a aldeia de Blagaj (na Bósnia Herzegovina), o lago Hillier (na Austrália), a fissura de Silfra (no Parque Nacional Thingvellir, na Islândia) são alguns dos outros 23 destinos mais incríveis do Mundo, segundo esta lista da «Insider Pro».


Notícia: portal financeiro «Insider Pro».
Saudações florentinas!!

sexta-feira, 25 de março de 2016

«Brumas e Escarpas» #102

Sexta-feira Santa e a tradição da Sopa de Funcho

Na década de 1950, a Sexta-feira Santa na Fajã Grande era um dia de recolhimento, de luto e de grande respeito por se comemorar a morte de Jesus. Desde a tarde da quinta-feira, ainda antes de se iniciar a celebração da missa in Cena Domini e do lava-pés, até à noite de sábado e da celebração da vigília pascal, o toque dos sinos e das campainhas na igreja era totalmente interdito. Durante esse tempo, todo e qualquer sinal de índole litúrgica, necessário a chamar a atenção e concentração dos fiéis num momento mais solene de qualquer celebração litúrgica ou destinado a anunciar e a chamá-los para qualquer ato religioso, assim como os toques do meio-dia e das trindades eram substituídos pelo roufenho som da matraca. As imagens dos santos permaneciam retiradas dos altares ou cobertas com panos negros ou roxos desde o Domingo da Paixão, na altura celebrado liturgicamente quinze dias antes da Páscoa.

A matraca era um instrumento construído em madeira, formado por três tábuas pregadas umas nas outras e com um suporte manual na parte superior, como se de uma pequena caixa se tratasse. Na parte exterior das tábuas estavam cravadas várias argolas de ferro, semelhantes a batentes de portas, que se soltavam batendo em conjunto e de forma violenta e agressiva na madeira, logo que a matraca fosse abanada com alguma força e agilidade, produzindo assim um som batido, matracado, estranho e esquisito.

Durante esse dia, o único do ano em que não havia missa, a maioria do povo não trabalhava e à tarde muitas pessoas seguiam em romaria até à Fajãzinha para assistir às endoenças, celebradas às três horas da tarde na Igreja Matriz daquela freguesia. Para além de três padres, as cerimónias que recordavam e celebravam a Paixão e Morte de Nosso Senhor exigiam alfaias litúrgicas diversas e paramentos que a igreja da Fajã não possuía. Os celebrantes deviam paramentar-se de capa de asperges, casula e dalmáticas roxas que eram mudadas na quarta e última parte da cerimónia por iguais paramentos, mas de cor preta. Presidiam a estas cerimónias para além do pároco da Fajãzinha, padre António Joaquim, o padre Pimentel e o padre Mota, párocos da Fajã e do Lajedo respetivamente.

Na Fajã as cerimónias litúrgicas resumiam-se, ao cair da noite, à procissão do Enterro ou do Senhor Morto. A igreja permanecia totalmente escurecida, não havia Santíssimo e era retirada a imagem de Cristo com os braços articulados, de um crucifixo muito grande que existia no altar da Senhora do Rosário e colocada dentro de um esquife debaixo do altar-mor, a simular o sepulcro e de onde fora retirado o frontal. A imagem da Senhora da Soledade, habitualmente nua e escondida numa arrecadação atrás do altar, era vestida e colocada num andor. A procissão percorria a rua Direita com as duas imagens e era simplesmente acompanhada pelo toque sincronizado da matraca. Depois de recolher à igreja, a procissão terminava com o sermão do Enterro.

Uma outra tradição mantida neste dia, relativamente à alimentação, para além de se guardar jejum e abstinência, era a de se comer Sopa de Funcho. O funcho que na Fajã Grande proliferava e florescia nas encostas entre os canaviais, nas bordas das canadas e em cima dos maroiços, na Sexta-feira Santa era ou parecia ser mais doce do que habitualmente. O motivo desta suposta e adocicada alteração do sabor daquela planta aromática era de carácter eminentemente religioso e estava relacionado com os mistérios da paixão e morte do redentor. Segundo uma antiga lenda, muito provavelmente baseada nos Evangelhos Apócrifos, quando Nossa Senhora seguia a caminho do calvário a acompanhar o sofrimento do seu filho, como que para aliviar a sua dor, distraidamente ia apanhando e mascando folhas de funcho. Em homenagem à dor e ao sofrimento da Virgem Maria, a planta passou todos os anos como que a tornar-se mais doce naquele dia.

Ora, sendo a Sexta-feira Santa um dia consagrado ao jejum e à abstinência, o cardápio habitual e tradicional desse dia, na Fajã Grande, resumia-se a uma sopa cujo ingrediente principal era o funcho. Era a tradicional Sopa de Funcho.

A tradição da Sopa de Funcho na Sexta-feira Santa era por quase todos respeitada. Bastava apanhar aqui ou acolá uma mancheia de funcho, escolhendo-se as partes mais verdes e mais tenrinhas. Feito o caldo com água, cebola, alho, uma colher de banha de porco e uns pedacinhos de batata, juntava-se simplesmente o funcho finamente picado, como se de couve ou de outra hortaliça se tratasse.

Em muitas casas, sobretudo nas mais pobres, esta sopa era feita em muitos outros dias, na altura em que havia funcho fresco. Apesar de nesses dias se juntar à Sopa do Funcho uma talhadinha de toucinho, a qual lhe dava um gostinho muito saboroso e apetecível, ela nunca tinha aquele sabor místico e adocicado da Sopa de Funcho da Sexta-feira Santa.


Carlos Fagundes

Este artigo foi (originalmente) publicado no «Pico da Vigia».

quinta-feira, 24 de março de 2016

Lajes das Flores geminou-se com Içara

O Município de Lajes das Flores assinou no passado dia 7 de Março um protocolo de geminação com a cidade de Içara, no Estado de Santa Catarina, no sul do Brasil. O evento motivou a deslocação de uma comitiva lajense a essa cidade, constituída pelo presidente da Câmara Municipal, pelo presidente da Assembleia Municipal e ainda por José Agostinho Serpa, convidado do município para apresentar e tocar a viola da terra, instrumento açoriano construído pelo próprio. Posteriormente deslocar-se-ão às Lajes das Flores as autoridades de Içara para ratificar o protocolo de geminação.

Houve lugar a uma sessão solene na Câmara de vereadores de Içara (órgão legislativo), onde a comitiva portuguesa foi recebida e foi assinada a criação de uma Rota Açoriana de promoção e valorização da nossa cultura.

Do programa fizeram ainda parte um conjunto vasto de atividades, nomeadamente a visita a diversas instituições, associações e empresas da cidade, que permitiram um conhecimento aprofundado deste novo município-irmão de Lajes das Flores, que permitirão aprofundar o inter-relacionamento no futuro, com enriquecimento cultural, histórico e económico entre os dois municípios.

Foram ainda efetuadas diversas intervenções e entrevistas nos órgãos de comunicação locais, que permitiram a promoção e divulgação do concelho de Lajes das Flores.


Notícia: "sítio" da Câmara Municipal de Lajes das Flores.
Saudações florentinas!!

quarta-feira, 23 de março de 2016

Um "meteorologista" em cada açoriano

Nos Açores, a região do país com mais meteorologistas por habitante, há quem faça do contacto telefónico com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) uma rotina para programar as suas atividades.

“Há pessoas que ligam quase religiosamente para o Centro. Sabem o número e ligam a perguntar a previsão meteorológica para as suas atividades profissionais, para planear uma obra no exterior ou uma festa”, afirmou Diamantino Henriques, diretor da delegação regional do IPMA, acrescentando que “há pescadores que ligam diariamente antes de saírem para o mar”.

Num serviço prestado 24 sobre 24 horas, trabalham seis meteorologistas, todos em São Miguel. Nas restantes oito ilhas do arquipélago estão observadores meteorológicos, a quem cabe recolher informação, sobretudo para fins aeronáuticos.

Em entrevista a propósito do Dia Mundial da Meteorologia, que hoje se assinala, Diamantino Henriques considerou que o gosto dos açorianos pela meteorologia se prende com o facto de viverem em ilhas dispersas: “O tempo condiciona muito a atividade e qualquer situação meteorológica põe em causa o transporte marítimo e aéreo”, referiu.

“Desde o tempo do coronel Afonso Chaves [um dos pioneiros da meteorologia na Região] os Açores estão na vanguarda. Eram uma espécie de ponto avançado de observação nessa altura, no início do século XX, quando não havia satélites, nem sistemas de informação meteorológicos como há hoje”, adiantou Diamantino Henriques, destacando que já em 1901 foi criado nos Açores um serviço meteorológico, integrado depois, em 1946, no serviço nacional de meteorologia.

Esta apetência dos açorianos pela meteorologia tem feito com que muitos meteorologistas amadores criem páginas nas redes sociais, algo que o responsável não critica, embora chame a atenção para o facto de “nem toda a informação disponibilizada na Internet ser correta. Hoje em dia existe muita informação de boa qualidade na Internet. É preciso é saber interpretá-la”, advertiu Diamantino Henriques.

Além das regulares previsões meteorológicas, a delegação do IPMA nos Açores é responsável por boletins diários na RTP/Açores e por previsões do estado do tempo para o mar, algo que segundo Diamantino Henriques é “muito útil” à navegação internacional que passa ao largo do arquipélago.

O responsável pela delegação do IPMA nos Açores referiu que devido à evolução tecnológica tem sido possível “melhorar bastante” o grau de precisão e certeza das previsões meteorológicas feitas para três ou cinco dias, mas “nem tudo está feito. Necessitamos de radares meteorológicos para termos uma observação com o mínimo de abrangência para todo o território dos Açores e melhorar o sistema de observação marítima”, defendeu Diamantino Henriques, salientando que atualmente o único radar meteorológico existente na Região é propriedade norte-americana e está instalado na base das Lajes.

Mundialmente conhecido pelo anticiclone dos Açores, o arquipélago tem sido cada vez mais notícia pela passagem de furacões e ciclones. Segundo o meteorologista Diamantino Henriques, “com o evoluir das alterações climáticas, esse tipo de fenómenos vai ocorrer com maior intensidade e não com maior frequência”.


Notícia: jornal «Açoriano Oriental» e RTP Açores.
Saudações florentinas!!

terça-feira, 22 de março de 2016

Resíduos urbanos mais caros do país

A produção média diária de resíduos urbanos em Portugal foi 1,2 quilogramas por habitante.

Em 2014 cerca de metade dos municípios do país gastaram em serviços municipais entre 25 e 49 euros por habitante com a gestão de resíduos urbanos. Realce para os municípios situados nas zonas turísticas do litoral do Continente e também Açores e Madeira como as regiões que mais gastam com os resíduos urbanos, situando-se no escalão mais elevado de custos. Na ilha das Flores, o concelho das Lajes situa-se no patamar intermédio (25 a 50 euros por habitante), enquanto que o concelho de Santa Cruz está no mais alto escalão de custos com a gestão de resíduos urbanos (superior a 75 euros por habitante).

Quanto à quantidade de resíduos urbanos recolhidos per capita em 2014, refira-se que variou entre 204 kg por habitante em Lajes das Flores (mínimo nacional) e 1.121 kg por habitante em Albufeira (máximo do país). A actividade turística e o impacto da população flutuante associada fizeram sentir-se em especial na região do Algarve, em que todos os municípios apresentaram valores acima da média nacional (1,2 quilogramas por habitante em cada dia). Nos Açores, os municípios de Angra do Heroísmo (652 kg anuais por habitante) e da Horta (600 kg anuais por habitante) foram aqueles que registaram maior quantidade de resíduos urbanos recolhidos em 2014.

No que toca à valorização dos resíduos de recolha indiferenciada, merece destaque o município de Lajes das Flores com uma proporção de 66,1% de resíduos encaminhados para valorização multimaterial.


Notícia: jornal «Correio dos Açores».
Saudações florentinas!!

segunda-feira, 21 de março de 2016

CDEF é campeão regional de voleibol

Na próxima época voltaremos a ter representação florentina na Segunda Divisão nacional de voleibol, com o Clube Desportivo Escolar das Flores (CDEF) de regresso à competição da Série Açores.

Em mais uma brilhante prestação, a equipa do CDEF sagrou-se campeã regional de voleibol em séniores masculinos na época 2015/16, disputando a fase final neste fim-de-semana na ilha de São Miguel.

Na finalíssima do Campeonato Regional de séniores masculinos, os grandiosos voleibolistas florentinos levaram de vencida a equipa B do Clube Desportivo Os Marienses por categóricos 3-0.

O Clube Desportivo Escolar das Flores voltará na próxima época a representar a ilha das Flores numa competição de nível nacional de voleibol. Muitos parabéns à valorosa equipa do CDEF por mais esta conquista desportiva para a ilha das Flores!

De salientar ainda que no anterior fim-de-semana a equipa feminina do Clube Desportivo Escolar das Flores tinha atingido a quinta posição no Campeonato Regional.

Saudações florentinas!!

domingo, 20 de março de 2016

«Brumas e Escarpas» #101

Do Cilindro ao Canto do Areal

Aquela que hoje é considerada uma das mais interessantes avenidas marginais da ilha das Flores, outrora era uma simples e tortuosa vereda. Iniciava-se junto ao Matadouro, num cruzamento que ali havia, designado a partir da década de 1950 por Cilindro. A razão deste topónimo teve a sua origem por altura da construção do troço de estrada entre o Porto da Fajã e a Ribeira Grande. Quando os empreiteiros vindos da Terceira chegaram à Fajã Grande, trouxeram apenas o material de apoio que a ilha não dispunha. O restante foi construído e fabricado por eles próprios, já depois de ali se terem fixado dando início às obras. Foi o caso dos cilindros com que haviam de calcar o cascalho e a bagacina que formavam o liso tapete da nova estrada.

O primeiro cilindro de pedra e cimento foi construído perto do Matadouro, situado entre a Via d’Água e o Porto, junto à Baía de Água e em frente à canada que dava para casa do José de Lima. Porém, este primeiro cilindro construído na Fajã Grande era enorme e pesadíssimo. O seu tamanho exagerado e o seu peso excessivo criaram um gravíssimo problema aos construtores: é que o cilindro de tão pesado que era, nunca permitiu às limitadas forças motoras existentes na freguesia – uma camioneta e meia dúzia de juntas de bois atreladas umas atrás das outras – que conseguissem movê-lo um centímetro que fosse do próprio lugar onde tinha sido construído. Perante tal inultrapassável imbróglio foi arquitetado um novo cilindro, mais pequeno e mais leve, enquanto aquele mamarracho ficou anos e anos ali parado, com a interessantíssima vantagem de apenas ter dado nome àquele local, que passou a chamar-se o lugar do Cilindro ou simplesmente o Cilindro.

Aí construiu-se, mais tarde, aquando da abertura da estrada, um pequeno largo com um cruzamento, no qual se iniciava, precisamente, a vereda ou canada que dava para as terras das Furnas, do Areal e do Canto do Areal, assim como para toda a orla marítima, desde da Baía de Água até ao Rolo do Canto do Areal. Era uma vereda muito estreita e sinuosa, com o piso de pedregulhos soltos, interdita a carros e corsões, traçada na direção norte/sul, ladeando na sua totalidade, a oeste pelas pedras negas do baixio e a leste delineada pelas paredes das courelas, belgas e terrenos de milho e de batata-doce que por ali existiam. No Respingadouro a vereda alargava-se e confrontava-se a oeste com o Campo de Futebol das Furnas a que, em arte, também dava acesso. Seguia-se, em frente à entrada principal do Campo um pequeno largo, transformado por vezes em descansadouro. Depois a vereda formava uma pequena curva, bifurcava-se com o Caminho das Furnas e da Rua Nova, passando, de seguida ao lado de uma lixeira ali existente, no enfiamento do Caneiro das Furnas e da Furna das Mexideiras. A partir daí, a vereda alargava-se com um pisoo mais liso, seguindo quase em linha reta até ao Canto do Areal, dando acesso a outras canadas e caminhos, nomeadamente à Rua das Courelas que se iniciava precisamente no Caminho do Areal.

Esta vereda era muito frequentada não apenas por quantos tinham propriedades a que a mesma dava acesso, mas também pelos pescadores e pelos apanhadores de lapas que procuravam os pesqueiros desde da Baía de Água ao Canto do Areal, nomeadamente do Rolinho das Ovelhas, Respingadouro, Furnas, Retorta, Redondo, Coalheira, Poça das Salemas e Canto do Areal.

Aos domingos e sempre que havia futebol, esta vereda era uma das vias de acesso ao Campo, para onde o povo se deslocava para assistir aos jogos de futebol entre o Atlético e a Rádio Naval, a Académica da Fazenda, o Sporting e a União, ambos de Santa Cruz.


Carlos Fagundes

Este artigo foi (originalmente) publicado no «Pico da Vigia».

sábado, 19 de março de 2016

Município das Lajes presente na BTL'16

A convite da associação Turismo dos Açores, o Município de Lajes das Flores participou na BTL - Feira Internacional de Turismo, que decorreu em Lisboa.

A participação da Câmara Municipal das Lajes foi composta por duas apresentações de divulgação da ilha das Flores e do concelho lajense em particular, nas quais constava um filme com fotos da ilha, montado e cedido gentilmente por Carlos Mendes. Uma das apresentações foi dedicada a profissionais da área turística (no dia 3 de Março) e outra ao público em geral (no domingo, dia 6).

O mercado nacional é um dos principais mercados de turistas para o arquipélago, tendo vindo a revelar um desempenho muito positivo após o trabalho de reposicionamento do destino efetuado pelos Açores, reforçado pela entrada em vigor do novo modelo de acessibilidades que possibilitou a entrada de novas companhias aéreas, nomeadamente as ‘low cost’, e que se traduziu numa redução muito expressiva do custo de acesso à Região em todas as cinco portas de entrada.

Assim sendo, esta participação do Município das Lajes teve o intuito de divulgar o que a nossa ilha e o concelho lajense têm para oferecer, com especial destaque para o turismo de natureza em todas as suas vertentes, com destaque para o canyoning, os passeios pedestres, a observação de aves, o mergulho e os passeios de barco.


Notícia: "sítio" da Câmara Municipal de Lajes das Flores.
Saudações florentinas!!

sexta-feira, 18 de março de 2016

Plano de ação para Reservas da Biosfera

UNESCO adopta um novo plano de ação para a Rede Mundial de Reservas da Biosfera, compostas por 651 áreas naturais, incluindo oito em Portugal.

O Plano de Ação de Lima, aprovado no quarto Congresso Mundial das Reservas da Biosfera, vai durante os próximos dez anos orientar a estratégia e as acções que serão empreendidas pelo Conselho Internacional de Coordenação do programa Homem e a Biosfera, da agência das Nações Unidas para a Educação e Cultura (UNESCO).

O documento impulsiona as Reservas da Biosfera como motor para alcançar os objetivos do desenvolvimento sustentável de 2030 e para a luta contra as alterações climáticas.

O documento, adoptado na presença de mais de 1.200 delegados de 120 países, exortou ao fortalecimento dos modelos de desenvolvimento sustentável dentro das Reservas da Biosfera, "incluindo soluções que protejam e promovam os conhecimentos dos povos indígenas”.

A declaração convidou os participantes no Congresso a usar estas Reservas como locais prioritários para a conservação da biodiversidade e dos seus ecossistemas, assim como para acompanhar as consequências das alterações climáticas, incluindo a sua mitigação e adaptação.

O plano instou a empreender estratégias de conservação das Reservas da Biosfera com as comunidades locais, científicas, juvenis e nativas, e também com o setor privado.

Os Açores formalizaram em Setembro de 2015 a candidatura das fajãs da ilha de São Jorge a Reserva da Biosfera da UNESCO. A candidatura deverá ter resposta neste Congresso Mundial de Reservas da Biosfera, que decorre em Lima.


Notícia: «Açoriano Oriental» e «Diário de Notícias».
Saudações florentinas!!

quinta-feira, 17 de março de 2016

Parque de lazer na Caldeira da Fazenda

Na sequência das intervenções no Parque de Lazer da Caldeira na freguesia da Fazenda, a Câmara Municipal das Lajes procedeu à instalação dos equipamentos de parque infantil e de fitness ao ar livre.

Com mais esta intervenção o Município lajense pretende que aquele espaço fique dotado com novas valências de modo a oferecer melhores condições de bem-estar para todos aqueles que dele queiram usufruir.


Notícia: "sítio" da Câmara Municipal de Lajes das Flores.
Saudações florentinas!!

quarta-feira, 16 de março de 2016

Joel Vieira privilegia a carne, o peixe e os produtos genuinamente açorianos

O chef florentino vai ele mesmo ao mercado escolher os produtos e regatear preços com os vendedores.

Joel Vieira faz questão de escolher directamente os produtos que vai usar. É em São Roque que compra o peixe. A carne de vaca é IG, vem da Terceira e é adquirida em Rabo de Peixe onde insiste no corte à sua maneira. Quase todos os outros produtos faz questão de ir comprar ao mercado. Depois de dar “uma volta para ver o que é que tem bom aspecto”, de confirmar os aromas e escolher o que quer levar para o menu do dia, tenta ainda “regatear os preços” com os vendedores.

Daria menos trabalho encomendar avulso num qualquer fornecedor mas isso não faz parte da sua filosofia de vida: “Faz muito mais sentido ajudar alguém que eu sei que vive da terra, do que ajudar uma empresa que só compra e vende caixas, que nunca meteu as mãos na terra e que não sabem o trabalho que aquilo dá”, explica Joel Vieira.

Conta, por exemplo, que gosta de comprar a fava a um senhor que cultiva – “se ele trabalha bem, merece ser reconhecido por isso” – e confessa que lhe dá um gosto especial ir depois mostrar-lhe o prato que fez com o ‘fruto’ do seu trabalho: “O respeito pelo produto é também o respeito pelas pessoas que proporcionam o produto”.

Também faz questão de usar os produtos da época, porque são frescos, e sempre que possível os produtos regionais: “Se não encontro banana de Vila Franca do Campo madura, prefiro não ter banana na carta”. Apesar de criticar a imagem errada que alguns programas de televisão dão sobre a profissão, Joel Vieira reconhece que tiveram a vantagem de mostrar que “existem coisas diferentes para além da pimenta da terra, coisas diferentes para além dos peixes e das carnes que conhecemos e das combinações que se podem fazer”.

Entre as coisas mais estranhas que já lhe pediram está uma omelete com chocolate, que cozinhou quando esteve em Boston. Sobre para quem gostaria de um dia cozinhar responde que não tem nenhuma ambição específica e que já cozinhou para as pessoas que para si são especiais: “Tive a sorte de já cozinhar para a minha mãe e para as minhas irmãs – foi o momento alto da minha curta carreira”.


Joel Vieira esteve a cozinhar em Hong Kong, na Índia, em Boston e em Londres

O gosto pela gastronomia e por novos conhecimentos levaram Joel Vieira a ter diferentes experiências: “Para ver ingredientes diferentes, maneiras de trabalhar e sempre com sede de aprender coisas diferentes”. Depois do curso na Escola de Formação Turística em Ponta Delgada e do estágio de um mês no restaurante Paladares da Quinta na Lagoa, esteve uns tempos no Douro, num hotel de cinco estrelas. Regressou aos Açores mas desta vez para a ilha Terceira, onde ficou uns meses no Angra Marina Hotel.

Quando a Escola de Formação o informou que havia uma oportunidade de trabalho numa região administrada pela China, não hesitou: “Cinco dias depois de concorrer estava em Hong Kong”. Explica que “era o que queria” pela experiência e não pelo dinheiro, pois “quem quer ganhar muito dinheiro não trabalha em cozinha”. O desafio permitiu-lhe sair da sua zona de conforto “não só a nível gastronómico mas também cultural”. Regressou passados três meses porque o seu visto expirou mas o encanto pela Ásia já o levou a pôr a mochila às costas e ir conhecer a Índia.

Estava novamente no arquipélago quando, também através da Escola, surgiu a hipótese de ir para Boston integrar “um projecto numa cadeia internacional que tem mais de 80 hotéis de cinco estrelas”. Seis meses depois voltou aos Açores mas pouco depois partiu para Londres.

Regressou no fim do Verão passado com vontade de abrir o seu próprio espaço mas não encontrou investidores. Encontrou sim o projecto de Fernanda Teixeira, Luís Medeiros e Carolina Borges, o restaurante Calçada do Cais, na Rua dos Mercadores, em Ponta Delgada. Na entrevista de emprego mais do que apresentar o seu curriculum num papel quis demonstrar do que era capaz e conquistou o lugar com um prato de bacalhau à brás, outro de bife com molho de 3 pimentas e risoto de cogumelos.

Reconhece que “não é fácil impressionar com uma coisa que toda a gente já comeu” mas explica que o desafio é mesmo esse, “as pessoas voltarem a descobrir uma coisa diferente”. Faz questão de privilegiar acima de tudo o sabor mas também o aroma, a textura e o visual.


Notícia: jornal «Correio dos Açores».
Saudações florentinas!!

terça-feira, 15 de março de 2016

Museus "regionais" vão alargar horários

Os museus açorianos vão ter horários alargados de forma a dar resposta cabal às visitas, adequando os seus horários à conveniência do público visitante.

De acordo com portaria publicada em Jornal Oficial, os museus da Região passam a estar abrangidos por um novo regulamento geral que determina horários de abertura ao público mais alargados. A portaria aprova os novos regulamentos dos museus regionais e de ilha e também a organização interna e funcionamento desses museus.

Na mesma portaria, que entra em vigor a 1 de Abril, são igualmente fixadas as modalidades de ingresso nos museus, a tabela de preços, reprodução e empréstimo de imagens, a tabela de preços para filmagens ou execução de gravações vídeo em espaços museológicos e a tabela para cedência de instalações e equipamentos.

De acordo com a portaria, as novas regras surgem devido à necessidade de proceder à atualização dos vários normativos que, até agora, regulavam estas matérias de forma a uma “melhor adequação” dos museus regionais e de ilha “às novas realidades, nomeadamente na área funcional e gestão interna”.

Por outro lado, foi igualmente considerada na portaria “a premência de introduzir mecanismos próprios de atuação, designadamente as parcerias entre os museus e as entidades públicas e privadas”, por forma a garantir “uma melhor articulação com a comunidade” e a possibilidade de “a cultura associar-se à nova dimensão do turismo no arquipélago, considerando o impacto cada vez maior que o mesmo está a ter na Região”, entre outras questões que justificam a medida.


Notícia: «Diário Insular», «Açoriano Oriental», rádio Atlântida e o inestimável "serviço informativo" do GaCS [Gabinete de apoio à Comunicação Social, da Presidência do Governo Regional dos Açores].
Saudações florentinas!!

segunda-feira, 14 de março de 2016

Chef florentino Joel Vieira faz questão de “respeitar o produto e quem o faz”

Joel Vieira, de 29 anos, nasceu na ilha das Flores e conta que “como qualquer criança” foi variando os sonhos sobre o queria fazer no futuro.

Engenharia Naval foi uma das hipóteses: “Sempre estive muito ligado ao mar, ia pescar, andava muito na zona do porto, fiz vela durante vários anos”. Viveu nas Lajes até aos 17 anos, altura em que se mudou para São Miguel para conseguir ter Física no curriculum. Esteve em Lisboa, no Instituto Superior Técnico, a estudar Engenharia Mecânica nas não gostou: “Detestei Lisboa, detestei o Técnico”.

De regresso a São Miguel ainda esteve quatro anos em Economia – “não gostava daquilo não me sentia realizado” – até ter encontrado a sua vocação, a gastronomia. Decidiu arriscar – “nunca devemos ficar na dúvida” - e foi tirar um curso na Escola de Formação Turística e Hoteleira dos Açores. Antes disso diz que gostava de cozinhar “pelo lado social”, que até sabia cozinhar, “mas muito mal”.

As primeiras lembranças sobre cozinha remontam à sua vida na ilha das Flores: “Tenho três irmãs mais velhas que com a minha mãe sempre foram figuras muito presentes na minha educação e muito importantes na minha vida... tive a felicidade de as ver cozinhar”. A sua vida na ilha das Flores influenciou a sua maneira de estar na vida e principalmente na profissão, já que desde muito novo Joel Vieira se habitou a ter não só “vacas, porcos e galinhas” mas muitos produtos vindos da terra: “Tínhamos tudo o que era de cultivo: as batatas, as cenouras, as cebolas, os pepinos no Verão, as alfaces e o tomate...”

“Sempre tive essa envolvência – apesar de nessa altura não gostar – fui crescendo com essa envolvência e acho que isso também foi uma coisa que me deu um gosto e uma sensibilidade um bocado diferente”, afirma Joel Vieira. Assim foi com a horticultura, como foi com o peixe e com a carne: “Ver uma vaca a crescer e depois ser abatida, deu-me um respeito pelo produto que se calhar a maior parte das pessoas não tem”.

É por isso que hoje em dia, que chefia a cozinha no restaurante Calçada do Cais (em Ponta Delgada), faz questão de “honrar o produto”, querendo com isto dizer “respeitar o produto e quem o faz” e “ter o mínimo de desperdício possível”.

É tarefa difícil pedir-lhe que classifique o seu tipo de cozinha e é a custo que o faz: “Matriz regional, sazonal, fresco e de respeito pelo produto”. Insiste neste último ponto: “Tento ao máximo respeitar o produto porque sei que aquilo deu trabalho a fazer, deu trabalho a semear ou a plantar, deu trabalho a colher e é também uma maneira de respeitar todas as pessoas que estiveram envolvidas”.


Notícia: jornal «Correio dos Açores».
Saudações florentinas!!

domingo, 13 de março de 2016

Teatro florentino esta noite na RTP/A

Hoje pelas 21h35 a RTP Açores mostra «Ser e Estar no Feminino», recente espetáculo do Grupo de Teatro A Jangada.

Celebrar a mulher dos Açores e do mundo. Teatro, poesia, música, dança e performance... num espetáculo universal com ponto de partida na ilha das Flores.

«Ser e Estar no Feminino» é uma produção do Grupo de Teatro A Jangada em parceria com a RTP Açores.

Saudações florentinas!!

sábado, 12 de março de 2016

Abertas candidaturas ao Eco-freguesia

O Governo Regional promove a sétima edição do concurso ‘ECO Freguesia, freguesia limpa’, a que se podem candidatar todas as autarquias locais do arquipélago até ao próximo dia 31 de Março.

Organizado pela Direção Regional do Ambiente, este concurso de limpeza pública tem como principal objetivo reconhecer e distinguir os esforços das freguesias, em colaboração com as populações, na limpeza, remoção e destino final dos resíduos abandonados no espaço público.

Em complemento ao esforço de limpeza, são incluídas na avaliação as ações de sensibilização ambiental realizadas por cada freguesia.

A partir deste ano, o concurso passa também a integrar dois novos projetos, ‘A minha ribeira’ e ‘Costa limpa’, dirigidos a todas as freguesias em que existam linhas de água e zonas de costa que importe monitorizar e assegurar a manutenção de condições de limpeza.

Considerando o excelente desempenho da generalidade das freguesias e o número crescente de inscrições, o Governo Regional determinou o reforço em 20% da dotação destinada a este programa ambiental assegurando-se, assim, um apoio médio de cerca de 3 mil euros às autarquias locais.


Notícia: rádio Atlântida, revista NO, jornal «Diário Insular» e o inestimável "serviço informativo" do GaCS [Gabinete de apoio à Comunicação Social, da Presidência do Governo Regional dos Açores].
Saudações florentinas!!

sexta-feira, 11 de março de 2016

Reabilitação da Escola em Santa Cruz

A empreitada de reabilitação da Escola Básica e Secundária das Flores, cujo valor estimado ascende a mais de 120 mil euros, deverá realizar-se no decurso da interrupção da atividade letiva no Verão.

O processo de conservação da escola iniciou-se com a adjudicação do projecto, que se encontra em fase de elaboração, a que se seguirá o procedimento da respectiva empreitada.

As obras de reabilitação prevêem a substituição da cobertura de fibrocimento com amianto no edifício do Jardim de Infância, consistindo em remoção da cobertura existente, limpeza de caleiras, reparação de fissuras e impermeabilização das mesmas com tela líquida, reparação de alguns barrotes existentes sobre os muretes de apoio às chapas de cobertura e aplicação de placas de fibrocimento sem amianto de cor natural.

A impermeabilização das lajes de cobertura do anfiteatro, a revisão global de todos os vãos exteriores em alumínio no edifício do Jardim de Infância em Santa Cruz e a substituição de tectos em cortiça estão também previstas nesta empreitada.

Serão, igualmente, reparados os pavimentos em madeira no edifício do Jardim de Infância e efectuadas pinturas interiores “prioritariamente nas zonas mais afectadas pelas infiltrações causadas pelas coberturas danificadas” e exteriores do paramento exterior do edifício principal orientado a noroeste.


Notícia: «Jornal Diário», revista NO e o inestimável "serviço informativo" do GaCS [Gabinete de apoio à Comunicação Social, da Presidência do Governo Regional dos Açores].
Saudações florentinas!!

quinta-feira, 10 de março de 2016

AtlânticoLine aumenta ligações este ano

A operação da AtlânticoLine para este ano tem início a 28 de Abril e termina a 25 de Setembro.

A AtlânticoLine vai realizar mais de meio milhar de ligações durante a operação sazonal deste ano do transporte marítimo de passageiros e viaturas, estando previstas 534 viagens quando o ano passado foram efetuadas 497. Todas as ilhas da Região aumentam o número de viagens recebidas neste Verão, com excepção da ilha das Flores.

De acordo com o presidente da AtlânticoLine, "os horários foram devidamente analisados e ajustados àquilo que entendemos ser as expectativas dos nossos passageiros. Desta forma, projetamos os horários para que fossem considerados os diversos eventos que se realizam em toda a Região, sendo nossa pretensão possibilitar que os passageiros que connosco viajam possam participar nas diferentes festividades".

Outra mudança realçada por João Ponte é o facto de o navio este ano permanecer mais tempo na ilha das Flores em três das seis viagens programadas, para permitir a visita ao Corvo.

As diferentes rotas operadas pela AtlânticoLine são identificadas por cores e será disponibilizado um novo serviço de informações.


Notícia: jornal «Diário Insular».
Saudações florentinas!!

quarta-feira, 9 de março de 2016

Lajes das Flores faz geminação com o santa-catarinense Município de Içara

A lei municipal criando a Rota Cultural Açoriana foi sancionada pelo prefeito de Içara (município do Estado de Santa Catarina - Brasil) na sessão especial que recebeu uma comitiva da cidade de Lajes das Flores, nesta segunda-feira (dia 7).

A Rota Cultural pretende incentivar a produção dos fazeres culturais açorianos, promover eventos e desenvolver o turismo rural. Com uma extensão de 12,9 quilómetros a Rota Cultural tem início na Rodovia Lorisval Nunes de Mello no bairro Sanga Funda, passando pela comunidade de Boa Vista, Coqueiros até Campo Mãe Luzia no limite entre Içara e Araranguá.

A sessão especial fez parte dos eventos programados pelo Município de Içara na recepção aos portugueses. Içara e Lajes das Flores agora possuem um protocolo de geminação, que permite aprofundar os laços afetivos e também o intercâmbio cultural e institucional entre os dois municípios.


Na cerimónia os portugueses apresentaram um pouco da sua cultura com apresentação de músicas instrumentais. “Esta Casa cumpriu o seu objetivo representando a população içarense na acolhida a esta comitiva, temos a certeza que esta geminação entre as duas cidades produzirá bons frutos”, destacou o presidente da Câmara Municipal de Içara.

Notícia: rádio Difusora 910.
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terça-feira, 8 de março de 2016

Cuidados continuados... só no fim do ano

Criada há cerca de um ano e meio, a Rede Regional de Cuidados Continuados Integrados está muito longe das metas estabelecidas, que apontavam 15 unidades de internamento de cuidados continuados e três unidades de internamento hospitalar, abrangendo todas as ilhas dos Açores e funcionando todos os dias do ano.

“A Rede de Cuidados Continuados passa a estar presente em todas as ilhas, de Santa Maria ao Corvo, tendo 15 unidades de internamento de cuidados continuados, num total de 210 camas, e três unidades de internamento hospitalar, com mais 20 camas para internamento em cuidados paliativos”, afirmou Andreia Cardoso (secretária regional da Solidariedade Social), em 26 de Janeiro... de 2015.

Serão ainda constituídas 17 equipas de apoio domiciliário integrado, a funcionar em todas as ilhas, todos os dias do ano, e 17 equipas comunitárias de suporte em cuidados paliativos, que também funcionarão todos os dias do ano. “Ao longo do primeiro trimestre de 2015 teremos a constituição das equipas, mas também a formação destas equipas para que possam desenvolver o seu trabalho a nível de ilha”, frisou Luís Cabral (secretário regional da Saúde), tendo salientado em 9 de Outubro de 2014 que os cuidados continuados chegariam a todas as ilhas dos Açores... em 2015.


Notícia: jornal «Açoriano Oriental».
Saudações florentinas!!

segunda-feira, 7 de março de 2016

Nenhuma candidatura a bandeira azul

Região apresentou 39 candidaturas ao galardão Bandeira Azul para a próxima época balnear. 2016 será mais um ano em que nenhuma zona balnear da ilha das Flores é candidata a receber bandeira azul.

A Direção Regional dos Assuntos do Mar validou 34 candidaturas de zonas balneares costeiras nas ilhas de Santa Maria, São Miguel, Terceira, Graciosa, Pico e Faial e ainda mais cinco marinas. Estas 39 candidaturas açorianas foram também validadas pelo júri nacional Bandeira Azul, aguardando-se agora a homologação pelo júri internacional.

As candidaturas das zonas balneares à Bandeira Azul são voluntárias e apresentadas anualmente pelas entidades gestoras, nomeadamente pelos municípios. O Governo Regional afirma estar empenhado em continuar a trabalhar com as autarquias para melhorar a qualidade das zonas balneares do arquipélago, proporcionando aos utilizadores condições de excelência no acesso ao mar.

A Bandeira Azul é um galardão internacional que distingue as zonas balneares que cumprem, com um nível de excelência, requisitos ligados à qualidade da água balnear, aos serviços e segurança dos utentes, à disponibilização de informação útil e à gestão e educação ambiental.


Notícia: «Açoriano Oriental», rádio Atlântida, «Jornal Diário» e o inestimável "serviço informativo" do GaCS [Gabinete de apoio à Comunicação Social, da Presidência do Governo Regional dos Açores].
Saudações florentinas!!

domingo, 6 de março de 2016

Fazendense já tem calendário no futsal

Na semana passada foi realizado o sorteio da segunda fase da Série Açores da Segunda Divisão Nacional de futsal, tendo o calendário ditado que o Grupo Desportivo Fazendense receba na ilha das Flores a equipa do Clube Escolar de Vila Franca do Campo na segunda jornada, agendada para 19 de Março. A equipa florentina vai folgar na jornada de abertura desta fase de manutenção/despromoção da Série Açores, pois esta competição tem número ímpar de concorrentes.

Relembre-se que esta segunda fase da Série Açores é disputada no sistema de todos contra todos mas apenas a uma volta, partindo os intervenientes com metade dos pontos averbados na primeira fase. Descem às provas de ilha quem ficar nos três últimos classificados, sendo substituídos pelos respetivos campeões associativos da corrente época.

Se o Clube Norte Crescente (vencedor da primeira fase da Série Açores) alcançar a subida à Primeira Divisão, apenas devem ser despromovidos os dois últimos colocados da segunda fase.

Saudações florentinas!!

sábado, 5 de março de 2016

«Brumas e Escarpas» #100

Sopas de leite

Na Fajã Grande, na década de 1950, na maioria das casas, a ceia, hoje denominada de jantar, era constituída apenas por sopas de leite. Estas sopas eram feitas com pão de milho ou, na falta deste, com bolo, cozido para o efeito num tijolo ou com papas. Era um manjar pobre, simples, mas muito saboroso e desejado, sendo que, por vezes, era reforçado e acompanhado com algum conduto, nomeadamente uma fatia de queijo, um pedacinho de linguiça, uma tirinha de torta ou até, um pratinho de sopa de agrião ou couve.

No caso do pão utilizado no leite, havia duas hipóteses de confecionar esta refeição. No dia de cozer o pão, com ele ainda muito quente e logo após ser retirado do forno, este era esmiolado dentro da tijela com o leite, sendo que este nem era fervido. Era o pão que o aquecia. Nos dias seguintes, quando o pão já estava frio, o leite era fervido e deitado de imediato, ainda bem quente sobre o pão esfarelado, sendo assim o leite a aquecer o pão. Se o pão já fosse velho e tivesse alguma apetência para criar bolor, era estufado, isto é, aquecido ao vapor da água colocada no fundo de um caldeirão. Neste caso como ficava muito quente era ele também a aquecer o leite. Em todas estas situações o pão transformado em sopas com o leite era, na verdade, um manjar delicioso, saboroso e muito apreciado

Quando faltava o pão de milho, ou simplesmente quando rareava, cozia-se bolo no tijolo. Depois de cozido, este ainda quente, tal como o pão, era migado no leite fresco e colocado numa tijela, constituindo, assim, uma das mais frequentes e tradicionais ceias da população, sobretudo da mais pobre. Caso o bolo sobrasse de um dia para o outro, procedia-se ao contrário, isto é, fervia-se ou simplesmente aquecia-se o leite, sendo o bolo migado no mesmo, mas ainda frio. Neste caso, era o leite que aquecia o bolo, enquanto no primeiro era ao contrário, isto é, o bolo é que aquecia o leite. Finalmente quando faltava o pão e o bolo faziam-se papas com farinha de milho, as quais, ainda quentes eram misturadas no leite, da mesma forma que o pão ou o bolo.

Este belo manjar era comido em tijelas de louça, muitas delas pintadas, algumas até com interessantes desenhos e com a ajuda duma colher. Estas sopas tornavam-se muito mais apetitosas se fossem acompanhadas com uma fatia de queijo fresco ou meio curado ou com outro conduto ou até com um pratinho de sopa que se ia comendo em conjunto. Havia também quem gostasse delas acompanhados de uma tirinha de linguiça ou outro conduto de porco. Na altura em que as vacas davam bezerro o leite era substituído pelos crostes, sendo que com estes também se fazia queijo, muito bom e adequado para acompanhar as próprias sopas.


Carlos Fagundes

Este artigo foi (originalmente) publicado no «Pico da Vigia».

sexta-feira, 4 de março de 2016

Região aposta no turismo de experiências

Os Açores voltam a marcar presença na BTL - Feira Internacional de Turismo, que decorre em Lisboa de 2 a 6 de Março, mantendo e reforçando a aposta no turismo de experiências.

A Região estará em destaque no pavilhão 1 da FIL com o stand que foi construído especificamente para este efeito e que é utilizado desde 2014, onde sobressai a utilização de materiais endógenos, convidando os visitantes a conhecer um arquipélago de descobertas num oceano de aventuras e dando destaque às emoções e experiências que os turistas podem usufruir em cada uma das nove ilhas, sempre em estreita ligação com a natureza que distingue os Açores.

Ao longo dos próximos dias, o stand dos Açores na BTL será também palco para a apresentação das várias provas desportivas internacionais que vão decorrer em 2016 no arquipélago, como é o caso do Red Bull Cliff Diving, do Azores Airlines Rallye, do Azores Trail Run, do Canyoning International Meeting in Azores ou do ISA World Junior Surfing Championship, entre outras.

O diretor executivo da Associação de Turismo dos Açores frisou que o principal objetivo em participar na BTL é o de promover a Região, adiantando que “vamos ter uma degustação de produtos certificados, sendo que ao longo da feira estão agendadas diversas ações de animação musical com artistas açorianos, onde serão sorteadas ofertas de produtos turísticos como viagens, passeios e outras ações em parceria com os festivais Tremor e Walk&Talk, bem como dar relevância a eventos desportivos, nomeadamente um simulador para a promoção do Azores Airlines Rallye, e serão ainda desenvolvidas campanhas de promoção do destino”, afirma Francisco Coelho.

Até ao encerramento desta feira, marcado para domingo, haverá espaço ainda para a apresentação de vários municípios açorianos, além de outros parceiros do setor do turismo.


Notícia: «Açoriano Oriental», rádio Atlântida, «Jornal Diário» e o inestimável "serviço informativo" do GaCS [Gabinete de apoio à Comunicação Social, da Presidência do Governo Regional dos Açores].
Saudações florentinas!!

quinta-feira, 3 de março de 2016

Doença de Machado-Joseph atinge uma pessoa em cada 146 na ilha das Flores

A doença de Machado-Joseph é uma patologia que, a nível mundial, atinge a prevalência mais elevada nos Açores. Trata-se de uma doença neurológica hereditária, crónica e altamente incapacitante.

O diretor regional da Saúde revelou que esta doença atinge uma pessoa em cada 2500 açorianos, sublinhando no entanto que a ilha das Flores é a que regista a maior prevalência da patologia, o que se traduz na grande preocupação da Direção regional da Saúde.

“Na ilha das Flores temos um agravamento desta situação que passa para uma pessoa em cada 146 indivíduos. É uma doença rara, mas em certas partes da Região passa a ser mais prevalente e isso é que nos motiva para recordar essa doença e dar todo o apoio necessário”, afirma João Soares.

Desta forma, o diretor regional da Saúde adianta que, tal como acontece nas ilhas Terceira e São Miguel, onde há maior divulgação desta doença, pretende-se sensibilizar os florentinos sobre toda a informação disponível, bem como alertar para a existência de um teste genético gratuito à disposição de todos os açorianos: “Nós queríamos que na ilha das Flores as pessoas passem a estar informadas e sensibilizadas para poderem movimentar, mesmo em termos associativos, de forma a requererem este teste genético para que possam fazer um planeamento familiar, de modo a evitar que não tenham a possibilidade de transmitir esse traço genético a outras pessoas”, disse João Soares.

O diretor regional da Saúde acrescenta, ainda, que há decretos regulamentares regionais específicos que apoiam estes utentes com material clínico gratuito, como medicação e material, nomeadamente fraldas, que, no seu entender, “são muitas vezes as grandes necessidades que estas pessoas carecem”.


Notícia: rádio Atlântida.
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quarta-feira, 2 de março de 2016

Distribuição “é um pouco complicada” mas toda a produção da queijaria tradicional Pico Redondo é escoada

A queijeira Ilda Henriques, única funcionária da queijaria tradicional Pico Redondo, não consegue quantificar a quantidade de queijos que faz por dia ou por mês, mas indica que tudo depende “do leite que temos”. Geralmente no Inverno as vacas produzem menos leite e “por isso há alturas em que laboramos 100 litros e outras alturas em que laboramos 50 litros”, refere. Já no Verão, quando há maior produção de leite, “a partir de Abril até Setembro”, é quando são laborados cerca de 220 ou 230 litros. Ilda Henriques admite que, mesmo assim, “não é muita quantidade” já que além de usarem apenas a sua própria exploração, apenas oito vacas é que produzem o leite necessário para laborar.

Esse é talvez o segredo para o queijo Pico Redondo ser considerado “um dos melhores do mundo”, ou pelo menos o melhor da ilha das Flores. É esse o entendimento de quem visita a queijaria e, especialmente, dos filhos de Ilda e Francisco Henriques. “Nunca houve ninguém que provasse, pelo menos na minha frente, e que dissesse que não gostava”, afirma.

Ilda Henriques explica que “não há segredos” na confecção dos seus queijos mas admite que “talvez um dos maiores segredos se deve ao facto de ser usado leite apenas da minha exploração. Se fosse feito com leite de outros sítios, talvez alterasse a qualidade do queijo, por isso acho que o maior segredo é esse”.

O marido Francisco é o responsável pela exploração onde Ilda também ajuda quando é necessário. E a prova de que a queijaria além de tradicional é familiar é que também os filhos do casal, quando regressam à ilha “também ajudam” na distribuição. “De resto sou só eu”, responde Ilda Henriques quando questionada sobre o período em que os filhos não ajudam.

Com a queijaria situada na Fajãzinha, Ilda Henriques admite que é um pouco complicado distribuir o seu queijo nos cerca de 12 postos de venda por toda a ilha das Flores mas “em quatro horas consigo dar a volta à ilha” e faz o mesmo percurso duas vezes por semana. “A ilha também não é muito grande”, brinca ao acrescentar que já foram mais os postos de venda, que entretanto encerraram. “Já houve restaurantes onde eu ia e que depois desistiram e alguns fecharam. Desde 2006 até agora tenho numa lista de gente na facturação que não está activa”, refere.

Além dos postos de venda na ilha das Flores, Ilda Henriques também faz chegar o seu queijo a São Miguel, que se vende na loja Rei dos Queijos, em Ponta Delgada, e à vizinha ilha do Corvo. “Já mandei queijos para a Terceira mas desisti”, confessa ao acrescentar que por enquanto se vai ficar pelas encomendas que envia para as duas ilhas referidas, especialmente no Verão quando tem uma maior produção, embora garanta que durante todo o ano também é possível encontrar o queijo Pico Redondo.

Ilda Henriques refere que para poder enviar mais queijos para fora da ilha das Flores “precisava ter uma produção maior”, o que nem sempre é possível. Por isso, acrescenta que não é possível pensar em fazer chegar o queijo Pico Redondo ao Continente. “O meu filho, que está lá, está sempre a dizer isso mas não é fácil. Era preciso uma produção maior e o transporte também é mais complicado”, admite.

Já para enviar os queijos para São Miguel e para o Corvo “fica um pouco caro”, mas o investimento é comparticipado em 90% por parte do Governo Regional “o que é uma coisa boa”, admite. No entanto, “para isso tem de se tratar de muita papelada e há muita burocracia”, refere Ilda Henriques.


Notícia: jornal «Correio dos Açores».
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terça-feira, 1 de março de 2016

Queijaria Pico Redondo conjuga saber tradicional com turismo para rentabilizar exploração pecuária na ilha das Flores

A pequena queijaria tradicional Pico Redondo é ponto de paragem quase obrigatória para quem visita a ilha das Flores. Os turistas que chegam à queijaria são prontamente atendidos por Ilda Henriques que faz uma visita guiada às instalações e presta esclarecimentos sobre o processo de fabrico, armazenagem e cura. “Os turistas quando visitam a queijaria gostam de ver todo o processo” e no final “muitos levam queijos”.

A queijaria faz parte de um roteiro do INATEL para as Flores e os grupos que chegam à ilha através daquela instituição. “Os grupos grandes que vêm pelo INATEL passam sempre por aqui e gostam muito de ver e provar o nosso queijo”, admite Ilda Henriques. A aposta de aliar a queijaria tradicional ao turismo está aos poucos a ser ganha e a ilha das Flores fica assim com mais um motivo de interesse para quem visita o ponto mais ocidental da Europa.

Ilda Henriques é queijeira, distribui, vende e recebe os turistas que se deslocam à Queijaria Pico Redondo, na Fajãzinha. Com mãos sábias e experientes, que tanto ajudam o marido na exploração como embalam os dois tipos de queijo produzidos, Ilda Henriques explica que os turistas gostam muito de visitar a pequena queijaria e provar o produto final. O segredo para os seus queijos, que também já podem ser encontrados em São Miguel, é o facto de usar apenas leite da sua exploração.

Na Fajãzinha, a rua do Pico Redondo é também sinónimo de um dos melhores queijos que se faz na ilha das Flores. O casal Ilda e Francisco Henriques decidiram rentabilizar o leite que tiravam da exploração que têm naquela freguesia e começaram a fazer queijo fresco. Inicialmente era apenas para consumo próprio, mas depois o queijo fresco feito pelas mãos de Ilda Henriques começou a ganhar fama e começou a chegar a algumas casas na própria freguesia e pela ilha.

O casal decidiu apostar na qualidade e em 2006 abriu portas oficialmente como queijaria tradicional. Ilda Henriques, que se dedica à confecção, distribuição, venda e até de guia turística quando é necessário, conta que na altura foi complicado tratar de toda a papelada para conseguir abrir a queijaria com todos os requisitos legais para poder produzir o queijo fresco artesanal. No entanto, refere que “o Governo Regional ajudou-nos a fazer este projecto” apesar da burocracia necessária.

Durante dois anos a queijaria foi confeccionando apenas o queijo fresco, mas conta Ilda Henriques que em 2008 começaram a apostar também no queijo curado Pico Redondo. “É um queijo de pasta mole, que não é picante, é amanteigado, é o tipo de queijo tradicional de cá” e que não requer muito tempo de cura já que “leva geralmente entre 10 a 15 dias a curar”.


Notícia: jornal «Correio dos Açores».
Saudações florentinas!!