domingo, 3 de janeiro de 2016

Condicionantes económicas levaram ao encerramento do jornal "O Monchique"

O Grupo Ocidental está sem jornal. "O Monchique" chegou ao fim depois de 18 anos de atividade.

Fechou portas o único jornal do Grupo Ocidental. "O Monchique", mensário dirigido por José António Corvelo, tinha 18 anos, feitos no passado mês de Dezembro. Terminam, assim, 130 anos de história de imprensa escrita na ilha das Flores.

"Procurámos estar sempre presentes nos vários acontecimentos para os quais fomos convidados e se ausências houve deveram-se a problemas de horários ou impedimentos pessoais. Nunca tivemos jornalistas ou funcionários a tempo inteiro, porque se os tivéssemos, já teríamos desaparecido há mais tempo. Fizemo-lo pela ilha; por estas duas ilhas", escreve, no seu último editorial, o diretor do jornal, para quem o encerramento d' "O Monchique" constitui o fecho de um ciclo na ilha das Flores.

Segundo o responsável, o desaparecimento do jornal está relacionado com condicionantes económicas: falta de publicidade e falhas nos pagamentos dos assinantes. Para dar a volta ao problema, "O Monchique" diz ter procurado ajuda junto das entidades públicas - na maioria dos casos, sem sucesso. "Até ao fecho desta última edição demos conta às duas autarquias da ilha do nosso propósito. Apenas a autarquia das Lajes se mostrou disponível para rever o número de publicações da sua página, embora ambas, na pessoa dos seus presidentes, tenham manifestado pena com o desfecho que apontámos para esta altura. Também demos conta ao departamento do Governo Regional que tem a responsabilidade da área da comunicação social, mas não tivemos resposta até à data", pode ler-se.

Há, contudo, outro motivo para o fecho, que tem que ver com a substituição da imprensa escrita pelas novas tecnologias.

Ainda assim, "O Monchique" diz esperar que outros projetos na área da imprensa possam surgir no Grupo Ocidental, liderados, nomeadamente, por gente nova e formada. É que os jornais, refere José António Corvelo, são repositórios da memória coletiva: "Há por aí muita gente jovem com formação superior nesta área que poderá fazer algo muito melhor. Fica o apelo. Os jornais são pedaços da nossa história coletiva que deixamos para as gerações vindouras. São registos que não têm preço, não têm dono. Têm sobretudo o cunho de homens e mulheres que dedicaram algum do seu tempo para que a nossa história não se perdesse. Quando houve alturas em que não havia imprensa escrita na ilha das Flores, ocorreram períodos da nossa história coletiva que se perderam no tempo e deles pouco se sabe. Está provavelmente nas suas mãos que isso não venha a acontecer", escreveu José António Corvelo.


Notícia: jornal «Diário Insular».
Saudações florentinas!!

2 comentários:

Anónimo disse...

o ilhéu continua sempre a existir
o jornal quando faleceu dele ninguém se foi despedir,
ele nunca teve dono que nele soubesse construir,
só alto quer subir,
ochala que ele quando vier a cair,
ainda tenha os galhos da geixa do corvo para o supir,
que a gueixa das flores já não tem rabo, nem galhos nem nariz,
que ela serviu todos os touros do baldio.

nasci na rua da gazela,
por isso veijo pla janela,
a perna da senhora bela,
que já não sequer deitar com o senhor da trela,
já provou a fruta da quinta do varela.

Anónimo disse...

Tambem já á algum tempo deicharam acabar com o jornal as flores e ficaram com o dinheiro dos assinantes