sexta-feira, 31 de julho de 2015

Cais das Poças mostra nossa identidade

Para o presidente da Câmara Municipal de Santa Cruz das Flores, o Cais das Poças é uma montra de excelência dos saberes, sabores e arte de acolher dos florentinos. José Carlos Mendes espera que uma revisão dos preços no transporte marítimo e alterações no horário possam trazer mais gente à ilha das Flores em próximas edições.

É precisamente pelo grande envolvimento da comunidade do concelho de Santa Cruz que o Cais das Poças não é apenas um festival de música. É também um festival de gastronomia, de etnografia, de encontros e reencontros de velhos amigos, de divertimento. Em suma, é um certame popular, uma festa despretensiosa que serve para as pessoas se divertirem e para as pessoas participarem.

Também é importante referir que este festival só acontece porque tem o envolvimento de mais de uma centena de pessoas. E tendo em atenção a população que temos no concelho de Santa Cruz, que são cerca de 2200 habitantes, este número é deveras relevante já que estamos a falar de uma participação voluntária. Ora, tendo em atenção o cortejo, o concurso da pesca, a confeção do caldo de peixe que é oferecido a toda a gente, envolvemos, como já referi, mais de uma centena de pessoas. E é gente que ano após ano chega cheia de boa vontade e alegria para fazer a sua festa, para que eles próprios participem e desfrutem da mesma mas, em grande medida, para que se dê o melhor de nós e do concelho a quem nos visita.

É por isso que têm a preocupação que conceber um programa com atividades que vincam várias vertentes da vossa identidade cultural, desde o cortejo às atividades náuticas?

Esse foi, desde o início, o nosso grande objetivo. São três dias que resumem a identidade florentina para aqueles que chegam pela primeira vez. Não é à toa que o cortejo etnográfico recebe o nome de "Vivências e Tradições". Não é à toa que há uma intensa componente de atividades ligadas ao mar. Com tudo isso, nesses dias mostramos a quem nos visita quem somos e o que somos com um acolher genuíno, de quem gosta de receber e conversar. Aliás, o grupo ocidental e as suas gentes são conhecidos pela simpatia e pela arte de bem receber.

E que peso tem este evento na economia local?

Em termos de economia é uma agitação diferente e isso nota-se nas ruas, no comércio, por todo o lado. Há gente que já vem de propósito à ilha das Flores nesta altura do Verão a pensar na festa Cais das Poças, seja ao nível dos emigrantes, seja ao nível dos florentinos que estão espalhados por outras ilhas. Também já temos turistas, especialmente franceses e espanhóis que optam por estas datas porque fazem questão de participar no concurso da pesca desportiva.

Por tudo isso, entendemos que este evento é um dos grandes investimentos que o município faz na economia. Toda esta gente que vem cá gasta dinheiro, dinamiza e revitaliza a nossa economia. E é isso que nós precisamos. E é isso que faz falta: mais riqueza, mais desenvolvimento e, por essa via, mais emprego.

Mas é preciso fazer chegar as pessoas à ilha das Flores?

Neste momento, penso que as coisas estão numa situação que podemos considerar estabilizada ao nível do transporte aéreo. Nesta altura do ano temos voos em quantidade suficiente. Já quanto aos transportes marítimos podia ter sido um pouco diferente. O barco da AtlânticoLine, infelizmente, chega no sábado e sai no domingo. Pretendíamos que fosse na sexta-feira, uma vez que desta forma não dá oportunidade às pessoas de estarem presentes na festa toda. Para o ano, já temos contactos feitos com a AtlânticoLine que nos asseguram que o barco vai chegar na sexta-feira.

A grande maioria das pessoas chega por barco?

Não, chega por avião. E isso acontece por uma simples razão: a viagem de avião é muito mais rápida, muito mais confortável e também a diferença do preços entre o transporte marítimo e o transporte aéreo não é suficientemente apelativa para que as pessoas procurem o barco em massa. Se uma pessoa que sai de São Miguel para vir às Flores paga 90 euros no barco e se paga 120 no avião, a escolha é simples.

Acha que os preços deviam ser revistos?

No que respeita ao grupo ocidental, no nosso entender e devido à distância, impreterivelmente o preço teria de ser apelativo.

Mas já tem muita gente das outras ilhas no festival?

Evidentemente que sim. Aliás, nesta altura de Verão a nossa capacidade está praticamente esgotada.


Notícia: suplemento especial do jornal «Açoriano Oriental».
Saudações florentinas!!

4 comentários:

Anónimo disse...

A economia (precisamos de dinheiro fresco como de pão para a boca) e a diversão (as pessoas também tem de se divertir) estão aliadas nesta festa, que promete.
Há contudo coisas que não dependem das Camaras, mas que há que ter coragem de dizer que não estão bem. Porque quem omite ou cala, consente.
O transporte aéreo não está estabilizado. Nem nas Flores nem em 8 ilhas do arquipélago. Está virado de banda para uma ilha só, que é S. Miguel.
Nesta altura do ano temos voos em quantidade suficiente ... Pois temos!
E os preços?
Ou melhor, e a que preço?
Quando uma companhia, que só por isto se vê não ter pisca de vergonha na cara, pede seiscentos e cinquenta euros por uma viagem entre Lisboa e a Terceira, há qualquer coisa que não anda bem. 650 € por uma viagem doméstica, que dura 2 horas, é um escândalo para a nossa carteira e um desaforo para quem paga impostos.
É assim que vamos ter turistas nas ilhas centrais e ocidentais, a contrabalançar com os preços de uva mijona que se praticam em S. Miguel?
Quem é o não residente que se abalança vir para as flores e enfrentar só pelo caminho uma roubalheira destas?
Quem é o cidadão sério, que paga religiosamente os seus impostos, que não se sente incomodado com esta bandalheira?
Dos 650 € que pagamos, apenas desembolsamos de 135 € imaginam alguns, quem é que paga o resto?
O resto "paga o governo".
E quem é que mete dinheiro nas mãos do governo, para depois meter nas mãos das companhias aéreas oportunistas os restantes 515 €?
Todos os Açorianos com os seus impostos.
E quem é que paga as viagens grátis da SATA para S. Miguel que obrigam sempre a dormidas?
Todos nós com os nossos impostos.
Escolhemos com o nosso voto dois deputados para o parlamento europeu.
Será que terão de ser sempre os alemães a denunciar subsídios encapotados a companhias caquéticas, desmesuradas atulhadas de funcionários e com administrações sem vergonha?

De ano para ano a história dos transportes marítimos repete-se.
De ano para ano vai-se acreditando: para o ano vai ser melhor.
O que é que se pode dizer mais?

Anónimo disse...

no mes de agosto vai quatro vezes às flores e no mes de julho altura que eu queria ir foi uma vez haja paciencia com este governo socialista, enquanto houver maiorias eles fazem o que querem.

Anónimo disse...

Já que tanto se fala do barco!
Alguém me confirma que ele volta em breve sem festas locais e fica por cá 4 dias....

Anónimo disse...

Gostei muito do cortejo etnográfico! Espelhou um pouco da cultura Florentina e daquilo que se fez no passado!
Um aparte, no concurso de pesca para além dos prémios atribuídos aos concorrentes com melhor desempenho nas diferentes categorias recebem um determinado número de litros de combustível.
Desconhecia que também se apoiava entidades para elaborar um carro para o desfile como o da matança do porco... Para arca de quem foi o mesmo animal? É porque servido à população em geral foi o caldo de peixe não ouvi falar em nada de porco. E esta heinnnn