sábado, 4 de julho de 2015

Cada vez mais águas-vivas nos Açores

O número de águas-vivas no mar dos Açores tem aumentado exponencialmente, em parte devido à forte diminuição das tartarugas marinhas provindas dos EUA.

A diminuição do número de tartarugas marinhas que passam pelos Açores é um dos fatores responsáveis pelo aumento do número de águas-vivas nas águas e nas zonas balneares do arquipélago. A um predador em extinção junta-se a proliferação da sua presa nos últimos anos, que tem privado os banhistas dos seus mergulhos habituais de veraneio.

O diretor regional dos Assuntos do Mar aponta a degradação e alteração do habitat, o lixo flutuante (nomeadamente o plástico, que é confundido com comida), a pesca acidental e as redes flutuantes como alguns dos principais fatores de ameaça, por exemplo, da 'caretta caretta' (ou tartaruga-comum), uma das espécies de tartarugas marinhas mais presentes nos Açores.

Inseridas na lista de espécies em risco da União Internacional para a Conservação da Natureza, a principal organização responsável pela conservação dos recursos naturais a nível mundial, as tartarugas marinhas que circulam no mar da Região, e que são em cada vez menor número, são provenientes da Flórida e afastam-se da costa americana ainda durante a juventude, passando pelos Açores, Madeira e Canárias até voltar novamente aos EUA, já adultas.

Filipe Porteiro adianta mesmo que estas "alterações (populacionais) entre presas e predadores provocam cascatas ecológicas" que acabam por desequilibrar os ecossistemas das duas espécies, ao ponto de as águas-vivas, que anteriormente rondavam o arquipélago apenas nos meses de Abril, Maio e Junho, passarem agora mais tempo junto à costa açoriana.

Contudo, não existe uma solução única ou sequer concreta para impedir a proliferação destes animais, pelo que o especialista apenas aconselha os banhistas a ter em atenção a incidência dos ventos, já que são eles que trazem as águas-vivas para a costa, e a procurar zonas menos propícias à existência de águas-vivas, como têm feito até agora.


Notícia: jornal «Diário Insular».
Saudações florentinas!!

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