segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Autarquias açorianas vão perder fundos comunitários que não gastem cada ano

A Associação de Municípios dos Açores alertou que as autarquias da Região terão acesso a 162 milhões de euros dos fundos europeus, mas se cada Câmara Municipal não gastar o valor a que tem direito por ano, essa verba é transferida para os outros municípios.

"Esta questão é fundamental porque cria, por um lado, a obrigação de todos os municípios executarem e isto gera investimento nos 19 concelhos em simultâneo e, por outro lado, penaliza a ineficiência, mas mantém as verbas dentro do foro das autarquias dos Açores", salientou Roberto Monteiro, presidente da Associação de Municípios da Região Autónoma dos Açores.

As taxas de execução anuais ficarão definidas no protocolo de repartição de fundos comunitários que os municípios vão assinar com o Governo Regional e se as Câmaras Municipais não se candidatarem a projetos num valor correspondente a um sétimo do total que lhes está adstrito para os próximos sete anos, será a AMRAA a redistribuir essas verbas por outras autarquias.

Até 2021 - porque as verbas vão até um ano depois do período do quadro comunitário - serão afetos 162 milhões de euros aos municípios dos Açores. Roberto Monteiro reconheceu que "nos primeiros anos, algumas autarquias terão maiores dificuldades do que outras no acesso aos fundos", tendo em conta os constrangimentos financeiros com que se deparam, mas salientou que na maior parte das autarquias os valores exigidos por ano são "relativamente baixos".

"É preciso que aqueles que não têm os projetos feitos rapidamente trabalhem neles e elaborem as candidaturas", frisou Roberto Monteiro. Por outro lado, "enquanto no Quadro Comunitário anterior, cada município só podia executar, no máximo, ao ritmo do ‘plafond’ de um ano mais o do ano seguinte, neste momento, quem tiver condições de executar, executa sem restrições".

Os municípios são também obrigados a canalizar 50% do montante "para os primeiros quatro eixos, muito em particular para o eixo 3, o da competitividade da economia local".

De acordo com o presidente da AMRAA, os municípios conseguiram assegurar a manutenção do "coeficiente percentual do FEDER (Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional) aplicado à Região" e uma maior abrangência das áreas a que se podem candidatar. Nesse sentido, vão deixar de estar vedadas às autarquias candidaturas em áreas como a gestão de riscos, a competitividade das economias locais (incubadoras de empresas, parques industriais), a eficiência energética ou a reabilitação urbana integrada.


Notícia: jornal «Açoriano Oriental».
Saudações florentinas!!

2 comentários:

Anónimo disse...

Por isso é que se pagam valores muito avultados por determinadas comidas e bebidas em determinadas inaugurações! O dinheiro tem de ser gasto, é isso.
Afinal não é favorecimento!

Anónimo disse...

Os fundos comunitários nunca são por inteiro. A autarquia, o governo ou os particulares tem de entrar com uma parte.
Há autarquias nos Açores, que à força de tanto esbanjarem, nem para isso tem.