quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Antigos caldeiros da Fábrica da Baleia

Ali mesmo junto ao mar, junto ao Museu, junto à rampa do porto do Boqueirão, onde outrora floresceu a maior base da economia da ilha das Flores (a baleação), encontra-se quase destruída esta relíquia do passado e de muitas memórias.

Estas duas caldeiras, que outrora fizeram parte das vivências de muitas famílias, parte integrante e fundamental da faina à baleia, estão votadas ao desprezo, ao abandono, à vandalização... é injustificável, inaceitável, intolerável! Milhares ou mesmo milhões de euros foram gastos na recuperação do Museu da Baleia, ali a duas ou três dezenas de metros.

Mesmo debaixo do olhar atento destes dois cartazes que anunciam grandes proezas, grandes epopeias monetárias... Para quê tudo isto se as atrocidades começam mesmo ali? A dois metros de distância. “Cego não é aquele que não vê, mas sim aquele que não quer ver!” Como será possível este lapso, este esquecimento, este ponto de encontro com o passado, que passados estes anos após a desactivação da Fábrica da Baleia ainda ali está resistindo a tudo e a todos, à espera de ser “encontrado/integrado” no restante conjunto do Museu Baleeiro que está muito bem restaurado.

Infelizmente não são bidões, são enormes caldeirões em ferro fundido com uma enorme capacidade de cozedura, que actualmente têm um valor incalculável, dada a sua história, localização, valor patrimonial/imaterial e o próprio valor monetário. Uma preciosidade da História da própria Humanidade... e que a História florentina (em cumplicidade com os nossos historiadores e responsáveis da nossa ilha) teimam em apagar.

Quão irrisória seria a quantia para a recuperação desta relíquia? Mas é assim a vida... É assim quando certas vontades servem outras tantas certas vontades e quando a razão não consegue ter razão perante as evidências, que claramente dão lugar a certas atrocidades que a História não consegue explicar... só mesmo algumas certas vontades.


José Agostinho Serpa

3 comentários:

Anónimo disse...

Com um pouco de sorte nas próximas autárquicas alguém se lembrará de recuperar :S

Anónimo disse...

não admiro nada no porto das Lajes ou mais concreto no clube naval das lajes onde estás os caldeiroes
está a porta sem fechadura há meses.

Anónimo disse...

A camara do corvo dá-se ao luxo de mandar o navio Lusitania ao Pico para transportar um barco baleeiro, muito vale ter um amigo da junta autonoma que parece ser chefe desse navio não sei porquê ...até tem uma tripulação mista...