quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Um náufrago maçon na ilha das Flores

Esta é uma pequena história com 136 anos de vida, que fala de 12 náufragos e um bloco de pedra com uma inscrição e um símbolo maçónico que durante muito tempo não foi reconhecido por nenhum dos historiadores e curiosos que se debruçaram sobre o assunto.
John Coustos, mestre maçon, dá mais pormenores.

“No aprazível local da Fajã do Conde, junto à Ribeira da Cruz, na ilha das Flores (Açores), entre uma densa e verdejante vegetação, encontra-se um bloco de pedra, de forma mais ou menos cúbica, onde se pode observar a seguinte inscrição:

CAPT. W. H. LANG
AND 11 MEN
LANDED MAY 5 73
FROM BARK MODENA
OF BOSTON MASS. FOUNDERD
APRIL 22

Hoje sabe-se que esta enigmática inscrição se ficou a dever ao facto da tripulação de uma embarcação americana – registada em Boston pelos proprietários J. Rideout e H. O. Roberts com o nome Modena, de 206 toneladas –, quando se viu em apuros nas águas das Bermudas, ter sido socorrida por uma outra embarcação. Tinha saído da Serra Leoa e dirigia-se para Boston, na costa leste dos Estados Unidos da América. No dia 9 de Março de 1873 aportara na Bermuda, onde fez escala até ao dia 15 de Abril. Uma semana depois de ter levantado ferro, a 22 de Abril, o seu comandante, o capitão W. H. Lang, ordena o abandono da Modena que se afunda nas águas do Atlântico, entre as Bermudas e Boston, a cerca de 150 milhas a Norte daquelas ilhas.

Depois de alguns dias à deriva, o capitão Lang e os seus onze tripulantes são recolhidos, a duas mil milhas dos Açores, por um navio que vinha da América para a Europa. A primeira terra avistada foi decerto a ilha das Flores, no extremo ocidental do arquipélago dos Açores, onde no dia 5 de Maio foram “depositados” no local conhecido por Fajã do Conde.

Sobre a barca Modena, sabe-se ainda que foi construída em Duxbury, Massachusetts (EUA), no ano de 1851, conforme registo em documentação naval. Já em relação à estada destes náufragos na ilha das Flores, o facto é apenas documentado por esta interessante inscrição, só descoberta em 1960. Até ao momento não se encontrou qualquer outro registo que nos ajude a conhecer melhor o destino destes homens que devem ter permanecido naquela ilha algum tempo a aguardar a oportunidade de embarcarem para o seu destino inicial.

A curiosidade desta história reside no facto do capitão W. H. Lang ser maçon, a atestar pelo esquadro e compasso que inscreve na pedra, logo abaixo do seu nome, símbolo que nunca foi reconhecido pelos historiadores e curiosos que descreveram e opinaram sobre a inscrição.


Este texto foi (originalmente) publicado nos sítios do Grande Oriente Lusitano - Maçonaria Portuguesa e da Loja Maçónica de Acopiara (no Ceará, Brasil) e (posteriormente) no blogue «Filhos de Hiram».
Saudações florentinas!!

2 comentários:

Anónimo disse...

onde fica esta pedra escrita, é que um dia que eu vaia ás flores gostaria de ver.

Anónimo disse...

se quezer saber onde fica a pedra ponde ir a junta de freguesia de santa cruz e pergunte ao srºpresidente que ele ponde-lhe dizer onde fica.