domingo, 28 de fevereiro de 2010

Ainda há quem diga (e repita!) que os ecologistas é que são "chatos" e um travão ao progresso e ao bem-estar...


Esta reportagem é parte integrante do programa «Biosfera», da RTP 2, emitido em... Abril de 2008. Quem queira ver na íntegra esta reportagem televisiva, pode fazê-lo aqui: parte 1 e parte 2. Deve, ainda, ler-se o dossier que a revista «Visão» realizou: "A catástrofe [na Madeira] não caiu do céu".

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Molduras de mosaicos... na Biblioteca

A iniciativa teve lugar no [passado] dia 6 e contou com a participação de alunos de uma escola da ilha.

A Biblioteca Municipal de Santa Cruz das Flores continua as actividades que têm vindo a ser desenvolvidas pela educadora Susana Sousa e pela funcionária Sónia Sousa. Assim, no passado dia 6 realizou-se uma iniciativa conjunta com a Ecoteca das Flores com o apoio de Marlene Nóia. Neste encontro intitulado «Molduras de mosaicos» foi escolhida uma turma da UNECA [UNidade Especializada com Currículo Adaptado], que participou activamente e com muito entusiasmo.

Notícia: «Jornal Diário» e sítio da Câmara Municipal de Santa Cruz.
Saudações florentinas!!

Base das Lajes com novas valências: reafirmação da centralidade estratégica dos Açores no Atlântico, é isto,senhor secretário regional da Presidência?


O secretário regional da Presidência, André Bradford, afirmou [na passada quinta-feira, dia 25] que as novas valências para a Base das Lajes devem também ser entendidas como uma oportunidade de reafirmação(?) da centralidade estratégica dos Açores no Atlântico.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

JCP/Flores propõe alterações na Escola

Comunicado da JCP a todos os alunos, corpo docente, conselho executivo da Escola Básica e Secundária das Flores e comunidade em geral

O estado do ensino Básico e Secundário caracteriza-se pelo desinvestimento e elitização. As desigualdades aprofundam-se e caminha-se para a privatização e para a destruição da democracia neste nível de ensino. O abandono escolar torna-se cada vez mais frequente.

A elevada taxa de abandono escolar está profundamente ligada aos elevados custos do ensino – materiais, manuais escolares, alimentação, transportes –, das sucessivas barreiras impostas no prosseguimento dos estudos e da degradação das condições económicas e sociais (quando o ensino é obrigatório até ao 12º ano). Devido ao progressivo aumento dos custos do ensino, uma grande maioria das famílias não tem condições económicas de modo a conseguir manter os seus filhos na escola e cada vez mais o sistema de Acção Social Escolar é insuficiente face às necessidades existentes, tanto no número de estudantes abrangidos, como nos apoios prestados.


Assim, a JCP (Juventude Comunista Portuguesa), como organização revolucionária da juventude, propõe as seguintes alterações na Escola Básica e Secundária das Flores, como resposta ao elevado custo das despesas referidas anteriormente:
  • A diminuição dos custos dos bens de carência alimentar, disponibilizados no Bar da Escola;
  • A diminuição dos elevados custos de transporte para os alunos do Ensino Secundário;
  • A diminuição do custo do material escolar vendido na Papelaria;
  • O reforço da Acção Social Escolar, através do alargamento do número de alunos abrangidos e do aumento do valor dos apoios, de forma a garantir a igualdade de oportunidades no acesso, frequência e sucesso no ensino, nomeadamente como a existência de bolsas de estudo para estudantes.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Investimentos em cinco aeródromos

O Governo Regional dos Açores aprovou [na passada segunda-feira, dia 22] o plano anual de investimentos da SATA nos cinco aeródromos do arquipélago geridos pela transportadora aérea açoriana.

O investimento [total] ascende a mais de 6,3 milhões de euros. No plano de investimentos está previsto que o aeródromo do Corvo receba o investimento mais elevado, superior a 3,4 milhões de euros. Segue-se ainda o aeródromo da Graciosa, onde o investimento previsto para este ano ascende a 960 mil euros. E no aeródromo de São Jorge será feito um investimento de 925 mil euros. O aeródromo do Pico receberá 896 mil euros e o aeródromo da ilha das Flores tem um investimento previsto [para este ano] de 153 mil euros.

Notícia: «Jornal Diário», «Açoriano Oriental» e o inestimável "serviço informativo" do GACS [Gabinete de Apoio à Comunicação Social, da Presidência do Governo Regional dos Açores].
Saudações florentinas!!

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Perigo de "privatização do [nosso] mar"

O dirigente do PCP/Madeira, Edgar Silva, disse [no passado dia 7] que o «Livro Verde» das Pescas, que a União Europeia se prepara para fazer, vai privatizar os mares portugueses.

Numa acção política junto dos pescadores do Caniçal [na ilha da Madeira], Edgar Silva alertou os pescadores para os perigos do relatório que o Parlamento Europeu vai aprovar no final de Fevereiro e que prevê um «Livro Verde» que, na opinião do dirigente comunista, “poderá tornar-se no «Livro Negro» das pescas na Região Autónoma da Madeira”. “A lógica do «Livro Verde» é a de permitir uma privatização dos nossos mares, é retirar-nos o poder de decidir do uso dos nossos mares para os pescadores da nossa Região”, sustentou. Para Edgar Silva, essa proposta europeia “retirará aos nossos pescadores o acesso exclusivo à nossa área marítima”, prejudicando “um sector económico e os interesses da Região”.

Notícia: «Açoriano Oriental», semanário «Sol» e «Diário Digital».
De salientar, ainda, uma outra notícia d' «A União»: "Comitiva de cerca de 50 pescadores e armadores portugueses deslocam-se dia 25 [amanhã] ao Parlamento Europeu, para assistir ao debate e votação do «Livro Verde» da Política Comum de Pesca".

Saudações florentinas!!

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

«Brumas e Escarpas» #3

Nunes da Rosa, as «Pastoraes do Mosteiro» e a Lenda da Cruz da Caldeira

Francisco Nunes da Rosa, filho de emigrantes naturais da ilha do Pico, nasceu na Califórnia, em 22 de Março de 1871, estudou no Liceu da Horta e no Seminário de Angra, ordenando-se sacerdote em 1893, altura em que foi nomeado pároco da freguesia do Mosteiro das Flores, cargo que exerceu até 1896, tendo sido, nesse ano, transferido para a paróquia das Bandeiras do Pico. Nunes da Rosa distinguiu-se também como escritor e jornalista, pese embora a sua obra literária nunca tenha obtido o reconhecimento público que talvez lhe fosse devido.

Durante os anos que viveu e paroquiou no Mosteiro, Nunes da Rosa, escreveu um dos seus mais interessantes livros, «Pastoraes do Mosteiro», um conjunto de contos naturalistas e idílicos, de uma simplicidade e singeleza ímpares e onde revela os traços físicos e humanos da ruralidade não só da freguesia do Mosteiro mas também da ilha das Flores, nos finais do século XIX, bem como costumes, vivências e tradições de um quotidiano laborioso mas alegre, pobre mas pleno de simplicidade, isolado mas repleto de ternura, de amor, de carinho e de troca de afectos.

Entre os vários contos que compõem as «Pastoraes do Mosteiro» há um, intitulado “A Cruz da Caldeira”, escrito em 1894, que, pelo seu conteúdo e por se enquadrar entre algumas lendas ou “estórias” que nos eram contadas pelos nossos avoengos, tem, em minha opinião, um interesse desmesurado e uma singularidade específica. Nele, Nunes da Rosa traz-nos ao vivo os antigos serões em que as pessoas se juntavam nas casas umas das outras para conversar e jogar às cartas mas também para se ajudarem reciprocamente nas tarefas agrícolas e domésticas, como era o caso do “encambulhar” e descascar o milho. Durante estes serões contavam “estórias” ou casos passados antigamente, geralmente caldeados com lendas, tradições e algo de estranho, misterioso ou até sobrenatural que, supostamente, tivesse acontecido. É o caso narrado pelo autor, neste conto, em que durante um serão numa casa do Mosteiro, o Tio José de Freitas, para espanto de todos os presentes, conta a “estória” de um homem que apostou com os outros ir, à meia-noite em ponto, à Quebrada da Muda, junto à Ribeira de António Luís, para os lados da Caldeira, dar três assobios, quando era crença comum entre o povo de que a meia-noite era a hora do diabo e quem assobiasse àquela hora corria sérios riscos de ser levado pelo “Cão Preto”.

Eu próprio, quando criança, ouvi muitas vezes contar a lenda da Cruz da Caldeira, no essencial muito semelhante à narrada por Nunes da Rosa, pese embora a obra deste escritor, muito provavelmente, à altura, não fosse conhecida na Fajã Grande. Contava-se nos serões em casa do meu avô, que certa noite, na Caldeira, se juntaram numa casa várias pessoas a seroar. Alguns eram da Caldeira, outros da Fajãzinha. Começaram a falar e a discutir sobre medos e temores, sendo que a maioria acreditava que a meia-noite era a hora do “Cão Negro” ou do Diabo e que a essa hora não se podia nem se devia assobiar e quem o fizesse seria arrastado pelo mafarrico, para as profundezas do abismo. No meio dos presentes havia um homem com ar de valentão e muito “anamudo” e que fez uma aposta: era capaz de ir à ribeira, sozinho, dar três grandes assobiadelas, quando batesse a meia-noite. Os outros que ele não ia, ele que ia. Aposta combinada e lá foi. Ficaram todos calados, cheios de medo e à espera dos assobios. À meia-noite em ponto ouviram o primeiro muito forte. Logo a seguir, ouviram o segundo muito fraco e já nem ouviram o terceiro. Ficaram todos apavorados. Alguns ainda pensaram em ir à ribeira mas não tiveram coragem. Ninguém dormiu naquela casa, durante o resto da noite, à espera do homem que nunca regressou. De madrugada foram à ribeira procurá-lo mas viram apenas restos de sangue, percebendo então que teria sido arrastado pelo Diabo para um enorme buraco que havia na ribeira. Procuraram por todo o lado, mas o homem nunca mais apareceu. Esse terá sido o motivo pelo qual foi construída uma cruz, a Cruz da Caldeira, que ainda hoje existe, precisamente no sítio onde foi encontrado o primeiro sangue, e que se situava no antigo caminho entre a Caldeira e a Fajãzinha, antes da descida da Rocha dos Bredos.

Nunes da Rosa termina o seu conto com esta informação: “E eu vos digo em verdade, que tenho visto o povo descobrir-se com um religioso terror, diante da Cruz da Caldeira!”


Carlos Fagundes

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Crianças da Escola de Santa Cruz chegaram tarde às aulas na 5ª-feira

As crianças da Escola Básica e Integrada de Santa Cruz das Flores chegaram [na passada quinta-feira, dia 18] tarde às aulas devido a atrasos no transporte [escolar] de autocarros, porque metade dos condutores está de baixa médica. A Associação de Municípios das Flores duvida da veracidade de alguns [desses] atestados [médicos].

A Associação de Municípios da ilha das Flores tem seis condutores no seu quadro [de trabalhadores], sendo eles quem assegura o transporte colectivo de passageiros e também o transporte de crianças para as escolas. Só que desses seis, apenas dois [condutores] estão [presentemente] ao serviço e os restantes quatro [encontram-se] de [baixa com] atestado médico. Manuel Pereira, presidente da Associação de Municípios da ilha das Flores afirma que, desta forma, o serviço não pode continuar.

Por falta de condutores, o serviço de transporte de passageiros [na ilha das Flores] não se realizou na [passada] quarta-feira [dia 17] e na quinta-feira [dia 18] várias crianças chegaram atrasadas às aulas devido ao reduzido número de autocarros a operar. Manuel Pereira duvida da veracidade de alguns atestados [médicos] e as autarquias de Santa Cruz e das Lajesdisponibilizaram, entretanto, três condutores municipais para salvaguardar o transporte [escolar] das crianças.

Enquanto isto, a Associação de Municípios da ilha das Floressolicitou, por duas vezes, junto do Centro de Saúde de Santa Cruz, a verificação das doenças dos respectivos condutores, à procura de eventuais baixas [médicas] fraudulentas.


Notícia: RTP/Antena 1 Açores.
Saudações florentinas!!

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Construção do Centro de Tratamento e Valorização+Compostagem de Resíduos

Havíamos já publicado algumas informações sobre esta obra.
Saudações florentinas!!

Construção da Central Termoeléctrica

Comparar e conferir com o início da obra, em Novembro de 2008.
Saudações florentinas!!

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Efectuar denúncias de lixeiras

É uma maneira eficiente de reportar a existência de lixeiras em território nacional. Acedendo a uma página de internet, qualquer cidadão pode, agora, referenciar a localização exacta de um depósito de resíduos. A ideia inicial era que os munícipes reportassem ao seu município todos os problemas que detectassem.

A plataforma, desenvolvida por dois investigadores da Universidade de Aveiro, integra o projecto Limpar Portugal, mas pode vir a ser aproveitada por vários municípios nacionais. A aposta passa por ultrapassar a burocracia que os cidadãos têm que enfrentar, habitualmente, para relatar problemas detectados no meio que os rodeia.

O projecto está acessível através do endereço www.3rdBlock.net e já tem referenciadas cerca de cinco mil lixeiras. Todas elas "reportadas por cidadãos", adianta ao [jornal] «Público», João Paulo Barraca, o investigador que, juntamente com Cláudio Teixeira, desenvolveu a plataforma online. E o número não se deve ficar por aqui, uma vez que a divulgação da plataforma ainda não conta com muito tempo.

Para já, a plataforma está adaptada ao projecto Limpar Portugal, assumindo-se como um verdadeiro "observatório ambiental online, feito pela comunidade e para a comunidade". Contudo, diz João Paulo Barraca, no futuro "a sua abrangência pode vir a ser alargada a outros fins". Aliás, o projecto nasceu, precisamente, como uma plataforma de aproximação entre "munícipe e municípios".


Notícia: secção «Ecosfera» do jornal «Público».
Adicionalmente pode também ser consultado o espaço virtual do grupo de voluntários que na ilha das Flores se propõe (localmente) levar a cabo o projecto «Limpar Portugal: mãos à obra!».

Saudações florentinas!!

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Concurso de trabalhos multimédia

Nas comemorações do Dia da Europa é promovida a realização de um concurso de trabalhos multimédia, denominado “Açores, onde a Europa chega mais longe”, que integra a programação da Região Europeia do Ano 2010.

O concurso destina-se a todos os estudantes do 10º ao 12º ano do ensino secundário nos Açores, sendo constituído por trabalhos multimédia com a duração de 1 a 3 minutos, desenvolvendo-se em duas fases: a primeira, com as equipas concorrentes a competirem ao nível de ilha; e a final, em que competirão as nove equipas vencedoras, representantes de todas as ilhas açorianas.

As equipas que participarão neste concurso, segundo estabelece o regulamento, são formadas por 3 alunos e por um professor responsável, não havendo limites de equipas a concorrer por cada escola. A inscrição para participação no concurso deve ser efectuada até ao dia 26 de Fevereiro e o envio dos trabalhos tem o dia 1 de Abril de 2010 como data limite para a sua entrega.

A equipa vencedora terá como prémio uma viagem a Bruxelas, incluindo visitas às instituições da União Europeia e aos locais mais emblemáticos do centro de decisão política da Europa. A sessão comemorativa do Dia da Europa, que contará com um programa de actividades lúdicas e culturais, decorrerá no dia 6 de Maio, na Escola Básica e Secundária das Flores, este ano escolhida por se situar no território mais ocidental da União Europeia.


Notícia: «Jornal Diário», RTP/Antena 1 Açores e o inestimável "serviço informativo" do GACS [Gabinete de Apoio à Comunicação Social, da Presidência do Governo Regional dos Açores].
Saudações florentinas!!

Construção do armazém da APTO (I)

No Porto comercial das Flores encontra-se em construção o armazém da Administração dos Portos do Triângulo e grupo Ocidental.
Saudações florentinas!!

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Jornadas da Biosfera açoriana

Entre 2007 e 2009, as ilhas do Corvo, Graciosa e Flores foram classificadas como Reservas da Biosfera.

Este certificado da UNESCO confirma o excelente estado ambiental destes territórios, enaltece as possibilidade de desenvolvimento sustentável que apresentam e obriga ao desenvolvimento de plataformas logísticas adequadas para a sua utilização ou de suporte à investigação científica.

Em pleno Ano Internacional da Biodiversidade, para promover estas áreas e o seu potencial, a Secretaria Regional do Ambiente e do Mar prepara um conjunto de suportes e actividades especialmente orientadas para criação de dinâmicas em volta do ambiente nestas ilhas.

Nesta sequência, o director regional do Ambiente estará na quinta-feira [hoje] na ilha das Flores para apresentar o programa inerente a esta iniciativa. A sessão decorrerá no Salão Nobre da Câmara Municipal de Santa Cruz das Flores pelas 21h30.


Notícia: RTP/Antena 1 Açores, «Jornal Diário» e o inestimável "serviço informativo" do GACS [Gabinete de Apoio à Comunicação Social, da Presidência do Governo Regional dos Açores].
Saudações florentinas!!

Aprenda a fazer detergentes ecológicos

Encontram-se abertas as inscrições para uma formação (de três dias), organizada pela Ecoteca das Flores e realizada pela senhora Camille. Nesta formação poderá aprender a fazer detergentes com ingredientes simples e acessíveis, que acabam por ser mais baratos e também estará a ajudar o meio ambiente.

A poluição das águas constitui um dos mais sérios problemas ecológicos da actualidade. As fontes de poluição das águas decorrem (principalmente) da actividade humana, dos esgotos domésticos e industriais. A maior parte dos compostos usados pela indústria para fabricar detergentes domésticos são sintetizados e não são biodegradáveis, ou seja, não podem ser decompostos pelas bactérias, assim causando a poluição das nossas águas e oceanos.
Saudações florentinas!!

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Como vão as obras de construção do núcleo de recreio náutico das Lajes (II)

[+ outra fotografia]
Comparar e conferir com estado da obra há 4 meses atrás.
Saudações florentinas!!

A reabilitação da Fábrica da Baleia

[+ outra fotografia]
Comparar e conferir com o início da obra, em Junho de 2008.
Saudações florentinas!!

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Projecto “Escolas da Energia 2010” com [alguma/pouca] participação açoriana

Até ao momento, estão inscritos quatro estabelecimentos escolares açorianos no projecto “Escolas da Energia 2010”. O prazo de inscrição [que havia terminado no passado dia 12] foi prolongado até dia 22 de Fevereiro. A iniciativa visa a monitorização dos consumos energéticos no espaço escolar.

A iniciativa promovida pela Associação Bandeira Azul da Europa e desenvolvida no âmbito da Fundação Galp Energia, contará com a presença de quatro escolas açorianas. Escola Secundária Cardeal Costa Nunes (na Madalena), Escola EB1/JI da Conceição (na Ribeira Grande), Escola Secundária Manuel de Arriaga (na Horta) e Escola EBI Padre João José Amaral (na Lagoa) são os estabelecimentos [escolares açorianos] que, até à data, estão inscritos no “Escolas da Energia 2010”.

O projecto visa criar "equipas da energia" no interior da comunidade escolar, que terão como tarefa a monitorização (diária ou semanal) dos consumos de energia das escolas que frequentam, como electricidade, gás e outros. Informar e formar professores e alunos acerca das questões relativas à eficiência energética, mobilidade sustentável e “pegada carbónica” é o principal objectivo da iniciativa que propõe um conjunto de metodologias, projectos e actividades para desenvolver as vertentes da investigação e comunicação.


Notícia: jornal «A União».
Saudações florentinas!!

Houve "assalto" de Carnaval... na AAiF

Muitas outras fotografias deste "assalto" de Carnaval estão disponíveis no blogue da Associação Amigos da ilha das Flores.
Saudações florentinas!!

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Flores representaram-se na BTL 2010

De 13 a 17 de Janeiro decorreu na FIL (Feira Internacional de Lisboa), a Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL 2010), onde todas as Regiões de Portugal, agências de viagens e várias unidades hoteleiras se fizeram representar, dando a conhecer a sua cultura, produtos e serviços, como forma de cativar potenciais turistas. Além disso, no pavilhão internacional estavam representados alguns países com os seus costumes e tradições, que enchiam de cor e música os sentidos de quem lá passava.

Também o Município de Santa Cruz das Flores se fez representar juntamente com o Município das Lajes, sendo que o nosso stand representava assim o Grupo Ocidental, apesar de infelizmente a ilha do Corvo não se ter feito representar este ano.

Quem visitou o nosso stand pode recolher informação turística sobre a ilha das Flores, nomeadamente a nível de estadia, actividades náuticas, desportos radicais, restaurantes e trilhos pedestres, e ainda saborear os nossos queijos, bem como compotas, licores e aguardentes de fabrico artesanal.

Aguardamos desta forma que a nossa participação [na BTL 2010] tenha algum usufruto futuro a nível de aumento de turismo na ilha, como se tem vindo a verificar nestes últimos anos.


Notícia: sítio da Câmara Municipal de Santa Cruz das Flores.
Saudações florentinas!!

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Folia carnavalesca na ilha das Flores

Nas Flores e no Corvo, ao longo de quatro dias são organizadas diversas festas, nas quais não faltam os mascarados e algumas iguarias típicas da época. Os habituais bailes e "assaltos" marcam o Carnaval nas ilhas das Flores e do Corvo. Para ajudar existe sempre uma ementa específica, na qual não podem faltar as malassadas e os coscorões.

Na ilha mais ocidental da Europa, as Flores, as tradições carnavalescas não diferem muito das que se realizam um pouco por todo o arquipélago. Assim, o costume é organizarem-se bailes de máscaras e assaltos.

O Carnaval é normalmente celebrado com os típicos bailes, segundo avança ao «Expresso das Nove», Márcio Mendes, responsável pelo espaço Hotel Café, do Hotel Ocidental. Uma das tradições dos florentinos é a realização dos típicos "assaltos em casa das pessoas" havendo mesmo quem os "organize em espaços públicos".

Este ano, o Hotel Café irá manter a tradição de organizar as festas de Carnaval e aposta nas festas temáticas para os dias 12, 13 e 15 de Fevereiro, com animação musical através da presença de um dj convidado, de forma "a dar mais alguma qualidade à nossa casa". O responsável adianta ainda que irá contar com casa cheia, num espaço que alberga cerca de 200 pessoas. A entrada será novamente gratuita, à semelhança do que aconteceu no réveillon.

Segundo o responsável [do Hotel Café], esta já não é a primeira vez que se organiza este tipo de eventos, que já ocorrem desde 2005. Márcio Mendes refere ainda que os florentinos têm por costume fantasiar-se e juntar-se em convívio, "pregando partidas e sustos" vivendo a máxima de que "no Carnaval ninguém leva a mal". O florentino adianta ainda que é costume as associações locais organizarem bailes temáticos com música ao vivo, e os restaurantes promoverem jantares de Carnaval na ilha.

As iguarias típicas desta festividade no ponto mais ocidental da Europa não fogem à regra. As filhoses e as malassadas são os doces típicos desta festividade que estarão à mesa dos habitantes da ilha das Flores.


Notícia integrante da edição de 12 de Fevereiro do semanário regional «Expresso das Nove».
Saudações florentinas!!

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Protestos no porto de Santa Cruz

O motivo [deste protesto] está relacionado com a avaria na grua de elevação dos barcos, que deste modo faz com que os pescadores não possam ir à pesca.

Fartos de esperar por uma solução para uma situação que se mantém há meses, os pescadores dizem que tudo piorou na última semana.

As cerca de 15 embarcações de pesca não conseguem ir para o mar e os pescadores já temem o futuro, porque, por exemplo, um dos profissionais da actividade, Carlos Mendes, acusa a Associação de Pescadores de nada fazer para resolver o problema.

Apesar desta denúncia dos pescadores da vila de Santa Cruz das Flores, a [rádio] Antena 1/Açores tentou obter uma reacção do sub-secretário das Pescas, Marcelo Pamplona, mas o governante [regional] prefere primeiro analisar a situação.


Notícia: RDP/Antena 1 Açores.
Saudações florentinas!!

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Pinturas faciais, amanhã na Biblioteca

Na Biblioteca Municipal de Santa Cruz das Flores, amanhã [sexta-feira, dia 12] à tarde, haverá uma actividade de pinturas faciais. Esta iniciativa marca o início das comemorações do Entrudo e prolongar-se–à até ao dia 17, proporcionando às crianças momentos divertidos e a sua ocupação durante a interrupção lectiva do Carnaval.

Notícia: sítio da Câmara Municipal de Santa Cruz das Flores.
Saudações florentinas!!

Corte no programa regional de estágios põe jovens florentinos no desemprego

No quadro da preparação do 9º Congresso da Juventude Comunista Portuguesa (JCP), vem a Organização da Região Autónoma dos Açores da JCP tomar posição pelos muitos jovens recém-licenciados da ilha das Flores, desempregados e na iminência de terem de emigrar da sua ilha e região de origem.

Vários jovens [florentinos] encaravam o programa “Estagiar L” como a solução para permanecerem na sua ilha, só que a sua não abertura devido à opção do Governo Regional de cortar as vagas existentes nos serviços públicos na ilha das Flores, deixou-os sem qualquer opção. Pese embora o objectivo declarado dos programas de estágios “promoverem a fixação de jovens nas ilhas de menor dimensão demográfica”, a realidade é que não garantem a necessária integração profissional.

O Governo Regional dos Açores falha na sua responsabilidade de fomentar a fixação de jovens na Região, o que na ilha das Flores assume contornos agravados dado o envelhecimento da população. Nesse sentido, o PCP/Açores apresentou já no Parlamento Regional uma proposta visando garantir a efectiva integração profissional dos jovens estagiários que, infelizmente, foi chumbada pela maioria [parlamentar] socialista.

Num quadro de grave desemprego e precariedade juvenil, o Estado e o Governo Regional têm que criar condições para a efectiva contratação de jovens quando terminam o seu estágio. A JCP não baixará os braços para que seja cumprido este direito dos jovens açorianos.


Notícia: sítio da CDU/Açores e «Azores Digital».
Saudações florentinas!!

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Exposição sobre nossa História natural

“Açores: do Fogo à Floresta” é o título da exposição de fotografia, da autoria de Pedro Cardoso, que abriu ao público, na [passada] segunda-feira [dia 1], no Museu das Flores.

A mostra fotográfica retrata a evolução da história natural dos Açores, desde as erupções vulcânicas ao povoamento vegetal e animal das ilhas. A exposição estará patente ao público em Santa Cruz das Flores até 31 de Março, podendo ser visitada de segunda a sexta-feira, das 9 às 12 e das 14 às 17 horas.

Trata-se de um excelente instrumento de trabalho, quer para as escolas quer para todos aqueles que se dedicam à protecção ambiental, pois os temas são apresentados com rigor científico mas de forma muito didáctica e apelativa, facilmente compreendida por um público não especializado.


Notícia: «Jornal Diário», RTP/Antena 1 Açores e o inestimável "serviço informativo" do GACS [Gabinete de Apoio à Comunicação Social, da Presidência do Governo Regional dos Açores].
Saudações florentinas!!

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

"Famílias verdes" chegam aos Açores

Iniciativa do MIT-Portugal vai medir o consumo eléctrico de cem residências familiares açorianas.

O consumo eléctrico horário de uma centena de residências familiares dos Açores vai ser monitorizado pelo programa Green Families ("famílias verdes") do projecto Green Islands, em execução no arquipélago por iniciativa do MIT-Portugal, da Universidade dos Açores e do Governo Regional.

Uma fonte da Universidade dos Açores anunciou [no passado dia 30] que está já a decorrer o processo de selecção das [cem] famílias que serão abrangidas pela monitorização destinada a estudar os consumos de energia eléctrica nos lares da Região. Nas casas escolhidas serão instaladas pequenas caixas nas tomadas dos principais aparelhos eléctricos para se registaram os consumos horários respectivos, sendo que o funcionamento desses equipamentos permitirá às famílias abrangidas conhecer os gastos e adoptar medidas para a sua redução [do consumo de energia eléctrica].

Numa segunda fase, o programa Green Families prevê a instalação de equipamentos produtores de energia a partir de fontes renováveis em moradias de vinte famílias açorianas para monitorização do desempenho de unidades de micro-geração.

O projecto Green Islands pretende desenvolver estratégias para a sustentabilidade dos sistemas energéticos dos Açores e promover o incremento de novas tecnologias através do estabelecimento de parcerias entre empresas nacionais e estrangeiras do sector.


Notícia: TVI 24 e portal «Ciência Hoje».
Adicionalmente leia-se ainda uma outra notícia do «Jornal Diário»: "Optar pelo contador bi-horário pode levar a uma poupança de 7% [no consumo de energia eléctrica], segundo estudo da Quercus".

Saudações florentinas!!

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Petição contra o treino de caças super-sónicos americanos na Base das Lajes

Anteriormente, já havia chamado a atenção para este assunto (por três vezes, aqui no «Fórum ilha das Flores»): «Açores vão tornar-se campo de treino militar aéreo norte-americano???!!» [publicado há 2 anos], «N-Ã-O!!!! Nos Açores... não, não e não!!!» [publicado há 14 meses] e «F-22 a voar nos céus dos Açores: N-Ã-O!!» [publicado há 7 meses].

Toda e qualquer pessoa pode/deve assinar a petição "Somos contra o treino de caças F-22 americanos na Base das Lajes" e também pode aderir ao grupo no FaceBook.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Bailes de Carnaval n' «Os Minhocas»

Saudações florentinas!!

Carnavalão na Casa do Povo das Lajes

Saudações florentinas!!

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Dar prioridade aos professores que pretendam fixar-se nas ‘ilhas da coesão’

O CDS/PP pretende criar condições que permitam fixar os professores nas ilhas menos desenvolvidas do arquipélago, defendendo a criação de uma prioridade para os docentes que se candidatem por períodos de seis anos.

“Para defender a qualidade do ensino é essencial proteger aqueles que, efectivamente, se querem fixar nestas ilhas”, afirmou o deputado regional Paulo Rosa, autor de uma proposta de alteração ao regulamento do concurso de pessoal docente que dará entrada brevemente no parlamento [regional] açoriano. Em causa estão os docentes do ensino pré-primário, básico e secundários nas escolas do Corvo, Flores, Graciosa, São Jorge e Santa Maria, vulgarmente designadas como ‘ilhas da coesão’.

Paulo Rosa, que falava numa conferência de imprensa em Ponta Delgada [ilha de São Miguel], considerou que o actual modelo do concurso de professores “é um caso de sucesso sem paralelo no país”, mas defendeu que além da prioridade que é dada aos docentes que se candidatam por três anos, deve ser criada uma nova prioridade para quem se pretenda fixar por seis anos.


Notícia: «Açoriano Oriental» e jornal «A União».
Saudações florentinas!!

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

«Brumas e Escarpas» #2

Quando o Carvalho Araújo fazia serviço na Fajã Grande

A ilha das Flores era a única ilha dos Açores em que o velhinho [navio] Carvalho Araújo, que as visitava mensalmente, atracava em duas localidades: em Santa Cruz e nas Lajes. Como ambas as vilas estavam e ainda estão actualmente viradas a Leste, sempre que o mar estava bravo numa, ainda estava pior na outra, impedindo assim aquele paquete de fazer o serviço na ilha, o que se verificava geralmente uma vez por ano e no Verão.

Quando tal acontecia, em contrapartida o mar na Fajã Grande, freguesia voltada a Oeste e com um pequeno porto protegido por altas rochas, estava calmo e tranquilo. O vento era, com se dizia, “de cima da terra”. Nessas condições só era possível ao Carvalho fundear e fazer serviço na Fajã Grande, pese embora a grande oposição das populações de Santa Cruz e das Lajes, nomeadamente dos comerciantes daquelas duas vilas. É que só havia estrada até aos Terreiros e de lá até ao porto da Fajã, os passageiros tinham que ir a pé, atravessando rochas e veredas, saltando ribeiras e grotões, percorrendo ladeiras, atalhos e calcorreando caminhos maus e estreitos. Apenas os doentes eram transportados a cavalo ou em carros de bois e, os casos mais graves, em macas levadas aos ombros. Além disso os passageiros ou os seus familiares e amigos tinham que carregar a própria bagagem às costas.

Mas o principal e grande problema era o do gado e da manteiga que se havia de embarcar e, sobretudo, da mercadoria que o navio trazia e que teria que ser descarregada no porto da Fajã e depois transportada para os Terreiros a fim de ser levada em camionetas para as vilas. Assim todos os sacos de farinha, de açúcar, de adubo, de cimento, caixotes de sabão e de bebidas, bidões de cal e de petróleo ou gasolina, grades com garrafas de cerveja e de pirolitos e muita outra carga que o navio trazia com destino à ilha, tudo era descarregado no porto da Fajã Grande e transportado para os Terreiros em carros de bois, o que acarretava um enorme aborrecimento e uma despesa acrescentada para os comerciantes das duas vilas a que as mercadorias se destinavam. Por tudo isto, toda a população das Flores detestava e barafustava com a vinda do Carvalho para a Fajã Grande.

Ao contrário este dia na Fajã era de grande festa, contentamento e regozijo. Era rigorosamente, mais do que o tradicional “dia de São Vapor”, pois era uma verdadeira festa, a “Festa de São Vapor”. Nesse dia ninguém trabalhava nos campos, nem sequer havia escola ou catequese e toda a população se deslocava para o Porto, uns para trabalhar na carga e descarga, outros para arrumar e acartar a mercadoria e outros simplesmente para apreciar o espectáculo. Além disso, quase todos os carros de bois que existiam na Fajã eram requisitados para transportar a carga até aos Terreiros. Como os meios eram reduzidíssimos e menos operacionais do que os de Santa Cruz ou das Lajes, esta azáfama era muito demorada, prolongando-se por todo o dia, pela noite dentro e até de madrugada.

E era precisamente à noite, enquanto os homens paravam os carros carregados com os sacos de açúcar e outras mercadorias fora das suas casas, para uma frugal ceia, que nós, os garotelhos de então, à socapa, aproveitávamos uns pequenos buraquitos que os sacos de açúcar traziam e alargando ligeiramente a serapilheira, deitávamo-nos debaixo dos carros de boca aberta e voltada para cima, com as mãos a fazer de funil, a encher a barriga com o açúcar, que ia caindo a conta-gotas, vingando-nos da abstinência que dele tínhamos nas nossas casas durante todo o ano.

E creio que era esta a principal e mais importante razão porque eu e os ganapelhos da minha idade gostávamos tanto de que o Carvalho fizesse serviço na Fajã Grande, ao contrário dos comerciantes das Lajes e da Vila, que penalizados por tantas contrariedades, nem por sombras desconfiavam que, ainda por cima, lhe papávamos uma pequenina parte do açúcar que importavam de Lisboa.


Carlos Fagundes

Este artigo foi (originalmente) publicado no «Pico da Vigia».

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Três açorianos, 3 destinos diferentes: trabalhar “lá fora” para alcançar o sonho de uma vida...

Três açorianos, três destinos diferentes. Tércio Sousa, Tiago Santos e Dário Miguel fizeram as malas, despediram-se dos mais próximos e lutam agora naquela que todos apelidam de “aventura”, lá fora.

Moçambique, Espanha e Brasil, são os países aos quais Tércio, Tiago e Dário, respectivamente, escolheram ou tiveram oportunidade para encontrar um trabalho diferente, quem sabe um destino melhor. As razões que levam estes e tantos outros jovens a deixar os Açores são normalmente motivadas por questões económicas ou pelo espírito de aventura propício da sua juventude e leva a que estes muitas das vezes se transformem em histórias e com carreiras de sucesso.

Tércio Sousa, natural de Santa Cruz das Flores, 26 anos, viajou para Moçambique há quatro meses e ocupa actualmente a direcção de logística de uma empresa de construção civil, Castanheira e Soares, não sabe ao certo quanto tempo vai ficar no continente africano, mas considera o seu trabalho cativante e “não é o mesmo de trabalhar em Portugal/Açores”, afirma. “Conhecer África, a verdadeira África, onde posso coabitar com os locais, nos mais diversos sítios e as questões monetárias”, tornam a sua presença em Moçambique numa experiência de vida fantástica e que o florentino aconselha a qualquer pessoa que tenha algum espírito de aventura.

Tiago Santos, natural de Ponta Delgada, São Miguel, viajou aos 23 anos para Valência, em Espanha, para ingressar no ramo da informática. Técnico de instalação e manutenção de redes informáticas de uma empresa chamada ProSeleccion, o micaelense planeia ficar pelo menos mais 6 meses na vizinha Ibérica porque se adaptou bem e gosta do modo de vida a que se habituou. A possibilidade de aprender coisas novas e o seu grande interesse pela língua, o espanhol, aliado a motivos pessoais motivaram a sua saída dos Açores e, garante o próprio, voltaria a fazer o mesmo se surgisse novamente a proposta laboral. “Um grande apoio da minha família, e amigos em especial, foi essencial e voltaria a tomar a mesma decisão de sair dos Açores se fosse hoje”, referiu Tiago.

Dário Miguel, 31 anos, natural da Terra Chã, na Terceira, está há 9 meses em Cuiába, no Estado do Mato Grosso, no Brasil, e trabalha no ramo da hotelaria, no hotel Deville. A falta de trabalho nos Açores, e a esposa, que também se encontra no Brasil, levaram Dário a viajar para a América do Sul onde “temos oportunidade de crescer profissionalmente”, salientou.


Ambições

A nível profissional, Tércio está empenhado em ajudar a empresa onde trabalha a referenciar-se no mercado. “É difícil, mas são os objectivos complicados que nos fazem trabalhar mais e melhor”, sublinhou. “A nível pessoal, sinceramente não posso responder a isso, vou deixando a vida decidir. Por enquanto, não penso em regressar a Portugal”, salienta o jovem das Flores que agora tem que acordar às 4:30 da manhã para iniciar um dia trabalho.

Tiago ambiciona viver a vida a cada momento. “Nunca se sabe o que o futuro nos reserva, mas gostava de continuar a trabalhar na minha área”, refere. A falta dos amigos e da família são os principais condicionalismos de estar tão longe de casa.

Já Dário que mora numa cidade com muito movimento, muita poluição e com “trânsito muito desorganizado”, afirma que se vive praticamente com a mesma cultura, mudando os hábitos alimentares e o vestuário que agora são mais “leves”. A picanha e o arroz com feijão substituiu a alcatra à moda terceirense, e até o vocabulário teve que sofrer algumas alterações... “saudades da família que ficou nos Açores e das gentes das nossas ilhas, sem falar da beleza natural”, são as coisas que mais relembra.


Vivências

Tomar café a seguir ao jantar, “algo banal em Portugal”, refere Tércio, é um luxo em África. São pequenos detalhes como este que mostram a diferença e a variedade cultural que os continentes intercalam. A RTP-África é aquilo que liga Tércio a Portugal, mas iniciativas por parte da comunidade portuguesa não são frequentes.

Tiago refere que o português não se fala [quase] nada em Espanha pelo que, não fosse o seu interesse pelo espanhol, estaria agora em “maus lençóis”. “O sonho é correr e conhecer o mundo todo e quem sabe depois de esta grande experiência não seja possível”, afirma Tiago Santos.

Dário Miguel traz uma curiosidade às nossas questões. Segundo o terceirense falar “do jeito como se fala na Terceira... (risos) brasileiro não entende”. O vocabulário teve mesmo que sofrer algumas alterações e nem a língua de Camões parece ser mesmo suficiente para bom entendedor.


O futuro

A Pérola do Índico, Moçambique, é a casa de Tércio Sousa. “Viajar” por cidades e províncias, contactar directamente com populações, chamadas do “Terceiro Mundo”, e vivenciar de perto situações de miséria e desenvolvimento simultâneo são ocorrências diárias e que acrescentam história ao caminho e percurso deste florentino.

A falta da presença dos amigos e família nunca pode ser colmatada e qualquer um destes jovens açorianos vai relembrar a sua terra mais que ninguém. “O facto de acordar sempre com uma temperatura apetecível, com milhares de quilómetros de praia, uma gastronomia fabulosa, as melhores frutas que já tive o prazer de comer, e um povo amistoso”, são razões que, para Tércio, atenuam a distância e o que ficou para trás. “Como se diz cá: Moçambique quem te conhece, não te esquece jamais”, relembra Tércio Sousa.

Tiago Santos acostumou-se às tradições de Espanha e da sua língua. O facto de a Europa estar cada vez mais próxima reduz uma distância, que afinal não é tão grande para quem é ilhéu e sabe o que custa sair e voltar aos Açores. O seu contrato, o seu trabalho que enaltece e quer ver reconhecido podem ser a rampa para um mundo de sonhos e concretizações pessoais e profissionais. São Miguel e o mundo esperam-no.

Dário Miguel saiu da Terceira, deixou para trás a sua família, os seus amigos, as suas gentes e costumes. Agora, como referiu, tem oportunidade de crescer e enfrentar novos desafios num mercado promissor em terras americanas. Quando se fala num português nos “quatro cantos do mundo”, podemos acrescentar um açoriano, um ilhéu, um desejo de poder ir e conquistar um sonho ou simplesmente aventurar-se numa nova etapa. O Tércio, o Tiago e o Dário são apenas três exemplos, três açorianos, três destinos diferentes.


Reportagem integrante do «Diário dos Açores» desta 2ª-feira (dia 1).
Saudações florentinas!!