quinta-feira, 30 de abril de 2009

Atribuído estatuto de utilidade turística ao Centro Cultural e Lazer de Sta Cruz

O Governo [Regional] dos Açores declarou o Centro de Cultura e Lazer de Santa Cruz das Flores como empreendimento de utilidade turística, devido ao interesse para o desenvolvimento do sector do turismo que lhe está associado.

Um despacho do secretário regional da Economia alega que o projecto daquela infraestrutura, cuja propriedade e exploração cabem à sociedade Flores Invest, Empresa Municipal de Desenvolvimento S.A., compreende a instalação de um auditório com capacidade para 206 lugares, espaços comerciais, ginásio e piscina coberta, num investimento superior a quatro milhões de euros.

A declaração de utilidade turística é concedida a título prévio pelo prazo de três anos e permitirá à sociedade promotora do investimento dispor dos vários benefícios concedidos pela legislação actualmente em vigor. Após esse período, e com a conclusão do projecto, deverá ser requerida a declaração definitiva de utilidade turística do empreendimento.

Notícia: «Jornal Diário», «Correio dos Açores» e o sempre inestimável "serviço informativo" do GACS [Gabinete de Apoio à Comunicação Social, da Presidência do Governo Regional dos Açores].
Saudações florentinas!!

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Autarcas paga(ra)m multa$ pessoais com dinh€iro das Câmaras Municipais

Tribunal de Contas ordena inspecção geral aos gestores públicos [anteriormente] multados.

Vários autarcas usaram dinheiro das Câmaras Municipais para pagar multas passadas, a título pessoal, pelo Tribunal de Contas [TC], em vez de as saldarem do próprio bolso, como manda a lei. O Ministério Público será chamado a intervir.

Os casos foram detectados em inspecções correntes do Tribunal de Contas e já motivaram uma investigação mais aprofundada a outros gestores públicos, que também foram multados, para saber se também cometeram a ilegalidade [na passada semana] noticiada pela Agência Lusa. Para já, apurou o «Jornal de Notícias», só foram encontrados autarcas que usaram o dinheiro dos contribuintes para saldar multas que deviam ter sido eles próprios a pagar.

No mínimo, adiantou fonte oficial do TC, todas as pessoas encontradas nestas circunstâncias serão obrigadas a repor o dinheiro em falta, que constitui uma receita do Orçamento de Estado; e no máximo, admitiu o secretário de Estado do Tesouro, Carlos Pina, poderá estar em causa responsabilidade criminal, uma vez que foi usado dinheiro público para pagar uma dívida pessoal. Além disso, o governante admite que poderão ser assacadas consequências disciplinares.

Para já, o Tribunal de Contas não revela quantos casos foram detectados, nem o valor das multas indevidamente pagas com fundos do Estado. Não diz, também, quando espera ter conclusões, mas fonte oficial adiantou que estas serão comunicadas quer às Finanças quer ao Ministério Público, para que apure da existência de crimes como, por exemplo, peculato (utilização para fins pessoais de dinheiro do Estado).

O Tribunal de Contas tem autoridade para inspeccionar a actividade de todas as entidades públicas, desde o Governo até aos autarcas, passando por empresas e institutos públicos. Em certos casos, pode punir os seus gestores quando praticam uma série de actos proibidos na lei que rege o Tribunal gerido por Guilherme d' Oliveira Martins.

Entre esses actos [proibidos por lei] está promover obras públicas por ajuste directo quando deveria ter lançado concurso público; o pagamento irregular de facturas; o uso de empréstimos públicos para outros fins que não os previstos na lei; o atraso sem justificação do envio para o TC de documentos obrigatórios ou pedidos; ou, ainda, enviar ao Tribunal elementos que o induzam em erro nas suas decisões ou relatórios.

Em 2007, indica o relatório de actividades do Tribunal de Contas, foram ordenadas reposições e pagas multas, por parte de gestores de entidades públicas, no valor de 373 mil euros.


Notícia: «Jornal de Notícias» e «Diário de Notícias» [1, 2 e 3].
Saudações florentinas!!

Televisão Digital terrestre... nos Açores

Hoje terão início as emissões da Televisão Digital Terrestre (TDT) em Portugal Continental, Açores e Madeira.

A partir de 29 de Abril [hoje], os portugueses vão beneficiar de uma melhor qualidade na recepção de programas televisivos e funcionalidades avançadas de utilização da televisão, como sejam guias electrónicos da programação e serviços avançados de informação, gravação e pausa TV.

A TDT disponibilizará, igualmente, para além da RTP 1, RTP 2, SIC, TVI, RTP Madeira e RTP Açores (nas Regiões Autónomas), um canal em alta-definição, partilhado pelos operadores.

Os consumidores portugueses já têm um mecanismo de verificação de compatibilidade de equipamentos para a Televisão Digital Terrestre, segundo divulgou a Portugal Telecom, em comunicado.

Os consumidores podem procurar o símbolo de compatibilidade ao adquirir uma televisão ou caixa descodificadora, necessária para ver televisão de acesso livre em formato digital, explica o comunicado da operadora, no âmbito da actividade do Fórum TDT, de promoção e esclarecimento junto da opinião pública.

Assim, os fabricantes que pretendem verificar a compatibilidade dos respectivos equipamentos com a TDT passam a poder efectuar um pedido de verificação junto da PT Inovação, entidade que fará a verificação e análise dos equipamentos e que, consoante os respectivos resultados, indicará se os mesmos são ou não compatíveis com a TDT.

A Televisão Digital permite uma utilização mais eficiente no espectro, razão pela qual a Comissão Europeia determinou que fosse introduzida em todos os países da União [Europeia] esta tecnologia, estabelecendo um prazo, ou seja, até 2012, para o desligamento da actual transmissão analógica.


Notícia: RTP/Antena 1 Açores, «Açoriano Oriental», «Jornal Diário» e edição on-line do jornal diário «Público».
Anteriormente já havíamos publicado uma outra notícia sobre esta mesma temática: "Televisão Digital Terrestre vai chegar às ilhas [a todas??]... até ao final de 2010".

Saudações florentinas!!

terça-feira, 28 de abril de 2009

«Click's Florentinos» #10

EBSF é escola-electrão: recolha de equipamentos eléctricos e electrónicos (já sem uso ou em fim de "vida")

A Escola Electrão é um projecto da Amb3E, com o apoio do Ministério da Educação e da Agência Portuguesa do Ambiente, destinado às escolas do ensino básico (2º e 3º ciclos) e do ensino secundário.

Este projecto pretende sensibilizar e envolver professores, alunos, funcionários, pais e comunidade em geral, no esforço global da reciclagem e valorização dos equipamentos eléctricos e electrónicos em fim de vida.

Esta iniciativa inclui também uma acção de recolha de resíduos de equipamentos eléctricos e electrónicos nas escolas que se destina a premiar as escolas que depositarem a maior quantidade destes equipamentos em fim de vida. Para tal, serão colocados Pontos Electrão nas escolas participantes para que a respectiva comunidade possa lá depositar os equipamentos.


Na Escola Básica e Secundária das Flores a campanha de recolha de equipamentos eléctricos e/ou electrónicos decorre desde ontem e até à próxima terça-feira (dia 5 de Maio). Participe(m)!!
Saudações florentinas!!

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Quarteto de Saxofones do Porto actua amanhã no Museu da ilha das Flores

O Quarteto de Saxofones do Porto realiza concertos nas ilhas do Faial [hoje], Flores [amanhã] e Terceira [dia 29], integrados na temporada MusicAtlântico, uma iniciativa da Direcção Regional da Cultura que se prolonga até final do ano.

Com início às 20:30 horas, as actuações do Quarteto de Saxofones do Porto decorrem na Sociedade Unânime Praiense (no Faial), no Museu das Flores e na Sociedade Progresso Lajense (na Terceira). O programa destes concertos programados para os Açores inclui peças de Joseph Haydn, Chiel Meijering, Astor Piazzolla, Maurice Ravel, Pedro Iturralde e Georges Hamel.

O Quarteto de Saxofones do Porto tem em vista desenvolver um vasto repertório já existente na literatura musical do instrumento, que vai desde transcrições de música erudita até à música do próximo século, passando pelo ligeiro, contemporâneo e até mesmo pelo jazz.


Notícia: «Açoriano Oriental», «Diário de Notícias» e o sempre inestimável "serviço informativo" do GACS [Gabinete de Apoio à Comunicação Social, da Presidência do Governo Regional dos Açores].
Saudações florentinas!!

domingo, 26 de abril de 2009

CDEF participa no Regional de Voleibol

O Campeonato Regional de Voleibol masculino, em seniores, junta seis equipas na fase final que começou esta quinta-feira [dia 23] e prolonga-se até domingo [hoje].

Participam nesta competição (em representação das suas respectivas ilhas): Internacional Volei Açores [de São Miguel], Clube ANA [de Santa Maria], Associação de Jovens da Fonte do Bastardo «B» [da Terceira], Castelo Branco Sport Clube [do Faial], Futebol Clube da Calheta [de São Jorge] e Clube Desportivo Escolar das Flores (CDEF).

Quem conquistar este título regional obtém também a consequente promoção à série Açores da II Divisão nacional. Todos os encontros vão ser disputados na ilha do Faial, repartidos pelo Pavilhão Municipal da Horta e pela Escola Secundária Manuel de Arriaga.


Notícia: «Açoriano Oriental» e «Só Volei - o teu site de Voleibol».
Uma outra notícia do «Açores - Região Desporto» informa que "as condições climatéricas adversas que se fizeram sentir na ilha das Flores, levaram ao adiamento da terceira fase do Campeonato Regional de juniores, (...) que será agora disputada entre 30 de Abril e 2 de Maio".

Saudações florentinas!!

sábado, 25 de abril de 2009

Reno(volu)vação!

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Amanhã não é só um feriado, não é só um feriado... amanhã é 25-de-Abril!!!


Somos livres, somos livres... de dizer!!
Somos livres, somos livres... não voltaremos atrás!!

quinta-feira, 23 de abril de 2009

"Atlântida", estranho caso de um navio


Pela internet começou ontem a circular um vídeo, de autoria desconhecida, dando conta dos interiores de "luxo" do [navio] Atlântida. Intitulado «Atlântida: o Estranho Caso de um Navio», este vídeo tem quase cinco minutos de duração e mostra pormenores interiores e exteriores do ferry, nomeadamente os três salões de luxo e o mini-casino, entre outros. Entretanto, sabe-se já, os ENVC [Estaleiros Navais de Viana do Castelo] têm interessados na compra do [navio] Atlântida.

Notícia: «Diário de Notícias».
Saudações florentinas!!

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Hoje é Dia Mundial da Terra

Serão várias as actividades desenvolvidas pelas Ecotecas açorianas para assinalar este dia mundial.

A 22 de Abril celebra-se o Dia Mundial da Terra. Nos Açores esta data é assinalada pelas Ecotecas da Região; sendo que na ilha das Flores, a Ecoteca local celebra o Dia Mundial da Terra com um concurso de ilustração/cartoon que pretende incentivar a população a utilizar sacos de pano em vez de sacos de plástico. Assim, serão distribuídos pela população sacos em tecido, contando o concurso [de ilustração/cartoon] com a participação dos alunos da Escola Básica e Secundária das Flores.

Notícia: «Jornal Diário» e o sempre inestimável "serviço informativo" do GACS [Gabinete de Apoio à Comunicação Social, da Presidência do Governo Regional dos Açores].
Saudações florentinas!!

A/C do Delegado das Obras Públicas...

Já foi um miradouro sobre a Fajã do Conde [às portas de Santa Cruz], com acessos e a sinalização respectiva. Depois das obras de alargamento do troço Lajes-Santa Cruz, perdeu o acesso e o sinal indicativo! Sr. Delegado das Obras Públicas na ilha das Flores, não custa muito fazer umas escadinhas e um poste com uma placa a indicar o miradouro... O Verão está a chegar!

terça-feira, 21 de abril de 2009

«O pós-crise: reorganização do xadrez mundial», a opinião de Tércio Alves

Os Governos serão obrigados a ter um papel mais interventivo na economia por forma a evitar os excessos do capitalismo selvagem que levaram a esta crise, defende [o jovem florentino] Tércio Alves.

A economia mundial tem sido dominada nas últimas décadas pelos países desenvolvidos, principalmente pela tríade União Europeia, Estados Unidos da América (EUA) e Japão. Grande parte do poder desta tríade, manifesta-se não através dos Estados-nação, mas através da influência das suas multinacionais. Estas [empresas] são responsáveis por inúmeros postos de trabalho em vários países e o seu volume de negócios por vezes é superior ao PIB de alguns países. Por exemplo, a General Motors e a ExxonMobil, multinacionais com sede nos EUA, têm um volume de negócios superior ao PIB da Dinamarca e da Áustria, respectivamente.

Os Estados privatizaram alguns sectores-chave da economia, como a energia e a banca, intervindo o mínimo possível na economia. Quando existem problemas financeiros severos, como os decorrentes da actual crise, os Estados-nação (com o dinheiro dos contribuintes) vêem-se forçados a intervir. Recordemos a intervenção dos EUA na AIG ou de Portugal no BPN.

No contexto económico actual, os países da tríade crescem muito lentamente ou estão em recessão. Por outro lado, países populosos como a China, Índia e Brasil têm ritmos de crescimento mais rápidos. Estes são os principais países emergentes, que no futuro poderão substituir a tríade actual no comando da economia mundial. Este processo poderá ser acelerado, com a deslocação das sedes das grandes multinacionais para esses países, alterando relações de poder entre Estados. O desenvolvimento económico dos países emergentes é feito à custa da degradação ambiental, pobreza, sobreexploração de combustíveis fósseis e outros recursos naturais.

No pós-crise, os países da tríade poderão ver o seu domínio na economia passar para os países emergentes. Estes países têm registado um crescimento económico mais acelerado, cimentando uma maior influência na economia. Uma prova de força dos países emergentes foi dada na cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de Pequim. Tal como os Jogos [Olímpicos] de Berlim são recordados como afirmação da Alemanha nazi, a cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de Pequim poderá ser lembrada como a afirmação definitiva da China como potência económica e mundial.

Para evitar os excessos do capitalismo selvagem que levaram a esta crise, os Governos no futuro, provavelmente terão um papel mais interventivo na economia, voltando a nacionalizar alguns sectores-chave da economia como, por exemplo, a banca ou a energia.

Os problemas do mundo actual são comuns a todos nós, devendo, por isso, todos os países, no seio da ONU, actuar em conjunto, para resolver os graves problemas sociais, ambientais, económicos que a humanidade enfrenta. Actuando em conjunto consegue-se uma maior eficiência na resolução dos problemas.


Tércio Alves

O presente artigo de opinião de Tércio Alves (de 18 anos, natural da ilha das Flores) foi parte integrante da edição de 27 de Março do semanário regional «Expresso das Nove». Nesse número do semanário açoriano foi realizada uma pergunta "Que Mundo teremos depois desta crise?" a nove jovens, um de cada ilha dos Açores, tod@s com menos de 21 anos. Teve a palavra o futuro. Essa foi a edição especial do 19º aniversário do «Expresso das Nove».
Saudações florentinas!!

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Ilha das Flores conta com nova Tuna

A ilha das Flores tem mais uma Tuna, a TA - Tuna do Agrupamento 691 Nossa Senhora da Conceição - fez a sua primeira apresentação, no sábado [passado, dia 18], no salão do Grupo Desportivo «Os Minhocas».

A ideia surgiu da escuteira Diana Gonçalves, que pensou em fazer algo diferente que envolvesse a população mais jovem da ilha. Com a sua vontade depressa motivou alguns dos seus colegas para formarem uma Tuna.

Embora a Tuna pertença a um agrupamento de escuteiros, alguns dos elementos não o são, incluindo a ensaiadora e voz Isabel Freitas. E lançam mesmo o desafio a qualquer jovem da ilha para integrar este grupo.

A Tuna é constituída por 19 elementos, além das vozes conta com sete violões, três bandolins, um bombo, uma flauta, um clarinete e uma pandeireta.

No Verão, contam fazer várias actuações pela ilha e quem sabe dar um salto à ilha do Corvo.

domingo, 19 de abril de 2009

«A ocidental beleza açoriana» (4/4)

Considerações sobre alguns aspectos culturais

Os portugueses no início de quatrocentos trouxeram para as ilhas o grão de trigo, o baraço da vinha e a matriz cultural europeia. Desses primeiros tempos ficaram bem vincados na paisagem natural os testemunhos da arquitectura religiosa e civil que, pese embora a protecção legal que abrange os mais significativos, não os põe completamente a salvo de intervenções intempestivas enquanto os não classificados estão entregues à sua sorte. É urgentíssimo travar as obras arquitectónicas sem qualidade que estão a proliferar em demasiados locais. Edifícios com dimensões mastodônticas e formas bizarras, descontextualizados da escala envolvente, degradam de forma irremediável a paisagem que é o nosso maior recurso.

Estão em risco de desaparecer uma série de conhecimentos ligados a profissões que caíram em desuso por efeitos do avanço tecnológico. Estes saberes e uma série de crenças que se situam no âmbito do património imaterial, pela relevância que assumiram na vida das gentes, merecem uma atenção especial. A preservação e estudo destes ensinamentos assume grande importância e pode representar uma valorização futura no desenvolvimento turístico.

Clique aqui para ler na íntegra este artigo de opinião...
Remontam ao início da ocupação humana as festas em honra do santo padroeiro e do Divino Espírito Santo. As últimas ainda contam com uma assinalável pujança e mantêm características próprias que as distinguem das festas estritamente religiosas. Esta diferenciação resultante de um compromisso entre o religioso e o profano, a par de valores propostos como a igualdade e a fraternidade, conferem-lhe um cunho importante de tradição baseada em valores de grande actualidade. Uma parte relevante do testemunho cultural do passado está marcada pela influência da Igreja que exercia um domínio assinalável na sociedade até meados do séc. XX. Fora da sua tutela, no entanto, desenvolveu-se a música que animava os serões das festas do Espírito Santo e da apanha dos milhos. Durante as últimas décadas do século passado a tradição caiu em desuso e refugiou-se nos grupos folclóricos. Dos vários que existiram subsistem a Tuna da Casa do Povo da Fajã Grande e a Associação Cultural Lajense. A última com um trabalho meritório na recolha musical e da indumentária. As primeiras décadas de novecentos conheceram uma expansão assinalável das filarmónicas cuja acção de algumas extravasava o domínio musical porque serviram de apoio a pequenos grupos de teatro. À sua volta gerou-se uma interessante dinâmica social e cultural, constituindo-se a par da escola como pólos irradiadores de cultura nos locais em que estavam sedeadas. Mantêm-se em actividade a União Operária Nossa Senhora dos Remédios e o Grupo Cénico A Jangada.

Estes agentes culturais precisam de condições para exercerem a sua missão. Nesse aspecto as coisas têm melhorado de forma significativa pois a Direcção Regional da Cultura tem um programa de incentivos financeiros dirigidos à aquisição de materiais e instrumentos musicais, construção de sedes e formação nas áreas específicas que muito facilita a vida destas colectividades. Continua a faltar uma sala polivalente adequadamente equipada e confortável para receber o público. As artes do palco não têm um espaço condigno para se exibirem.

A Direcção Regional da Cultura, através do Museu das Flores, tem desenvolvido uma estratégia cultural assente em dois grandes eixos: a promoção de eventos culturais de qualidade e a formação de públicos. Recorde-se que já expuseram no Museu das Flores os pintores Carlos Carreiro e Eduardo Nery, o fotógrafo José Guedes da Silva, cantou o barítono florentino a residir no Porto José Gomes Corvelo e no presente ano haverá um concerto de acordeão com músicos premiados internacionalmente. No domínio da formação de públicos há um enorme esforço concentrado no serviço educativo que tem proporcionado um atelier mensal dirigido às crianças e que versa temas abordados nas exposições ou baseia-se nas colecções do museu. Para os adultos foram realizados dois cursos de iniciação à pintura sobre tela e outro de iniciação à fotografia conduzido por Guedes da Silva.

Perspectiva-se, a breve trecho, um forte investimento que vai dotar as Flores de infra-estruturas culturais de grande qualidade. A Biblioteca Municipal já foi inaugurada, o Convento de São Boaventura vai sofrer obras de requalificação para instalar a exposição de longa duração e a Fábrica da Baleia será musealizada. Vai abrir ao público o Centro de Interpretação Ambiental que dará a conhecer aspectos da fauna e flora do nosso litoral.


Continuamos com um problema por resolver: as dinâmicas culturais requerem massa crítica e a nossa população sofreu uma sangria violenta na segunda metade do século XX, ao ficar reduzida a metade por força da emigração. Hoje, devemos andar pelos quatro milhares de pessoas espalhadas por localidades pequenas e dispersas. É pouca gente para criar movimentos culturais de alguma importância.

Devemos ter uma estratégia concertada entre todos os poderes públicos e os vários promotores de cultura baseada na preservação dos testemunhos do passado cultural e ambiental, atenta aos valores estéticos da contemporaneidade, sem atropelos mútuos, que aposte na formação de públicos nas áreas cultural e ambiental e promova o aparecimento de espaços adequados ao exercício e à fruição culturais. A cultura e o ambiente serão factores determinantes no desenvolvimento sustentado da nossa ilha neste início de milénio. Acreditamos que todo este esforço de formação contribuirá a prazo para termos um público melhor formado, mais conhecedor e exigente, composto por ilhéus de visão universalista.


Luís Filipe Nóia Gomes Vieira
Licenciado em História

Artigo de opinião de Luís Filipe Gomes Vieira, integrante da edição de 27 de Março do semanário regional «Expresso das Nove», contendo um caderno temático especial exclusivamente sobre a ilha das Flores.
Saudações florentinas!!

sábado, 18 de abril de 2009

«A ocidental beleza açoriana» (3/4)

"Há bloqueios, mas também potencialidades. Importa ultrapassar uns e identificar os outros", diz o empresário florentino Renato Moura.

Uma ilha pequena, onde há meio século a população se dedicava sobretudo à agricultura e à pecuária. Cultivava-se a maior parte do que se consumia, criava-se gado e exportava-se; produzia-se muito leite, fabricava-se artesanalmente manteiga considerada excelente no mercado açoriano e continental.

O padre José Furtado Mota, nascido em Santa Cruz e que paroquiava no Lajedo, lançou em 1912 uma ideia salvadora, que levou à criação, nos anos seguintes, de um movimento cooperativo pioneiro, muito forte durante dezenas de anos, que libertou os produtores locais da exploração dos empresários privados da indústria dos lacticínios. Dependência absoluta, porque esses empresários eram também os principais empregadores e os maiores comerciantes, onde era obrigatório adquirir o calçado, o riscado para as camisas, o cotim para as calças, o açúcar, o sabão...

A emigração foi levando tanta gente; muita terra arável passou a pastagem; os matos, do alimento para o gado e da lenha para cozinhar, tornaram-se impenetráveis e deram lugar às rações e ao gás. Gado de leite substituído pelo de carne; aspirada função pública, para toda a vida, garantida a muitos; acomodação ao trabalho por conta de outrem, que o alargamento dos serviços permitiu.

A ilha das Flores ficou assim mais pequena! Restou-lhe o contributo útil, de parceria com o Corvo, para a dimensão consideravelmente maior dos Açores. Mas nem os modernos Governos, da já Região Autónoma, cederam ao reclamado reconhecimento de que aqui era a porta ocidental da Europa e, por isso, se deveriam construir nas Flores as plataformas adequadas, que valorizariam não só os Açores mas Portugal, se aptas para oferecer apoio, a vários níveis, aos parceiros europeus e não só.

Clique aqui para ler na íntegra este artigo de opinião...
Os franceses já haviam descoberto [a ilha d]as Flores antes de meados da década de 60 e aqui instalaram uma Estação de Medidas dos engenhos [balísticos] sem ogiva nuclear, enviados da França para Ocidente. O acordo luso-francês foi essencial para o desenvolvimento económico e social da ilha, durante cerca de três dezenas de anos. A ilha teve um aeroporto, quando a maioria [das outras ilhas] não tinha; um Hospital com cirurgião, parteiras, analista, um serviço de saúde francês com médico, radiologista, anestesista e dentista, todos eles também ao serviço dos florentinos. Nascia-se nas Flores, todas as cirurgias vulgares se faziam sem ter de sair da ilha. Uma central eléctrica, suportada exclusivamente por fonte hídrica, iluminou toda a ilha. Ponta Delgada, a maior freguesia depois das sedes de concelho, ficou com estrada. A Estação [francesa] gerou muitos empregos, a economia cresceu, pois os agentes franceses ganhavam bem, melhor por estarem deslocados, recebiam em francos e pagavam em escudos; e aumentou o poder de compra de muitos portugueses que chegaram a ter duplo emprego, também com a criação de muitos postos de trabalho de mão-de-obra feminina. A convivência entre os dois povos foi culturalmente importante e deixou marcas.

Quando os franceses deixaram Santa Cruz, já lá vão mais de quinze anos, quase simultaneamente com a extinção, nas Lajes, da Estação Rádio Naval, responsável pela presença de muitos militares da Armada, importantes para a dinamização da vida e da economia local, a ilha das Flores sofreu um rude golpe.

Os principais problemas das Flores tinham sido identificados muito antes e a pressão política levou a que, em 1987, fossem finalmente reconhecidos pelo Governo [Regional] e decidida “uma resposta global que permita ultrapassar os impasses e as carências existentes”, a qual incluía na Resolução um conjunto de medidas, com realce para o último aumento da pista de aviação, construção da fábrica de lacticínios, aumento do aproveitamento dos recursos hídricos para produção de energia, construção do lar de idosos e de polivalentes para as “Casas do Povo”.
Todavia ainda seria necessário ir até à ruptura política que deixou o Governo Regional [então presidido por Mota Amaral] sem o apoio de uma maioria parlamentar absoluta, em 1991, para que finalmente a Resolução tivesse um grau de cumprimento aceitável. Resolvidos alguns problemas, o desenvolvimento da ilha deveria ter prosseguido.

Há bloqueios, mas também potencialidades. Importa ultrapassar uns e identificar os outros. Mas os Governos autónomos nunca determinaram as verdadeiras vocações desta ilha. Cada um faz o que lhe parece e os mais habilidosos desenrascam-se com uns apoios dos orçamentos públicos. Estão a construir-se alguns equipamentos colectivos importantes. Mas o que é que se quer fazer desta terra?

Nesta ilhaduas Câmaras Municipais, dois presidentes, quatro vereadores a tempo inteiro, três deputados [regionais], vários delegados de Secretarias Regionais, uma Associação de Municípios, um Conselho de Ilha, cerca de uma centena de autarcas a receberem dinheiro dos orçamentos. Esta gente toda tem deveres próprios e se forem bons responsáveis políticos, saberão pensar, dialogar franca e abertamente, discutir e pronunciar-se directa e frontalmente sobre o que o Governo [Regional] e as autarquias fazem e sobre o que não fazem. Terão de trabalhar muito e pavonear-se menos. São eles que vivem aqui e a terra é a deles.

Os erros e omissões do passado terão fechado caminhos. Mas a imobilidade e a ineficácia do presente acabarão com o dinamismo que ainda resta em alguns empresários e fará com que se percam oportunidades que não voltarão.

É que o verdadeiro desenvolvimento é algo de complexo que só se promove quando estão definidos os objectivos e traçado o rumo. As políticas do Governo [Regional] e das autarquias locais têm de ser compatibilizadas e articuladas, pensadas, promovidas e realizadas com a participação directa de todos os parceiros locais, que são sobretudo os empresários, mas também as associações e colectividades de natureza cívica, social, recreativa, desportiva, ambiental, empresarial e sobretudo cultural, pois sem nível de cultura elevado, não haverá futuro.

Quando existe uma ilha que muitos consideram a mais bonita dos Açores, estando ela ainda por descobrir, quando é possível preservar o ambiente e remediar alguns erros cometidos, onde abunda água, quando há mar e mar, persistindo alguma população e alguns jovens que foram estudar e voltaram, é preciso agir depressa e bem.


Definam-se as opções. Um turismo que não seja de três meses e acrescente valor ao que produzimos? Uma agricultura que não pode ser de mera subsistência? Uma pecuária com garantia de preços e escoamento? A criação de serviços que possam ter viabilidade económica e garantam oferta aos que vêm, qualidade de vida aos que residem e estímulo para que os florentinos voltem e outros se fixem? Mas as escolhas têm de se articular e complementar.

Aqueles que – na política ou na sociedade – acordarem da lenta mudança em que os fizeram anestesiar, os que romperem o conformismo e sacudirem o torpor de uns míseros interesses, poderão vislumbrar que os recursos florentinos existem. A ilha pode voltar a ser grande: se o sentimento de esperança for colectivo, pois somos pequenos de mais para estar divididos; quando se descobrir onde fincar os pés para agarrar o futuro.


Renato Moura
Empresário

Artigo de opinião de Renato Moura, integrante da edição de 27 de Março do semanário regional «Expresso das Nove», contendo um caderno temático especial exclusivamente sobre a ilha das Flores.
Saudações florentinas!!

sexta-feira, 17 de abril de 2009

PCP/Açores repudia o autoritarismo da Administração da empresa ICTS

O PCP/Açores repudia a atitude autoritária da empresa ICTS, que presta serviços de vigilância em diversos aeroportos da Região.

Recentemente, no Aeroporto da ilha das Flores, para além de diversas situações de procedimentos irregulares, em termos de dias de folga e de remuneração dos dias de trabalho extraordinário, a Administração da ICTS não afixou atempadamente o mapa de férias, e marcou-as unilateralmente sem atender às solicitações dos trabalhadores, e para cúmulo informando-os do facto por sms!

A situação foi já motivo para uma queixa à Inspecção Regional do Trabalho, de quem se exige uma rápida e adequada intervenção.

Este acto unilateral da Administração da ICTS demonstra grande desrespeito pelos trabalhadores, que são assim considerados como mercadoria descartável e sem direitos, como infelizmente muitas vezes tem sucedido em empresas de vigilância e segurança, onde existem graves situações de precariedade, desrespeito pelos direitos laborais básicos e salários extremamente baixos.

O PCP/Açores considera que este procedimento é incompatível com a prestação de um serviço público de qualidade e é atentatório dos direitos e garantias dos trabalhadores, merecendo por isso profunda censura.

Notícia: CDU/Açores.
Saudações florentinas!!

Série documental «As ilhas desconhecidas» estreia hoje na RTP 1

A série documental «As ilhas desconhecidas», realizada para televisão pelo jornalista, argumentista e cineasta Vicente Jorge Silva, com o apoio do Governo [Regional] dos Açores e da SATA, estreia esta sexta-feira, dia 17 [hoje], na RTP 1, às 22:20 horas.

As ilhas das Flores, Corvo e Graciosa são tema do primeiro episódio duma série “inspirada livremente” na obra homónima de Raul Brandão, que teve antestreia nacional em Ponta Delgada [São Miguel].

Nesta série de cerca de 200 minutos, o realizador [Vicente Jorge Silva] procura entrecruzar o percurso de Raul Brandão em 1924 com a actualidade, evocando a passagem do tempo entre o ontem e o hoje, as mudanças sociais oitenta anos depois, mas também aquilo que permanece essencialmente imutável na natureza das ilhas.

Editado pela primeira vez em 1926, o livro “As ilhas desconhecidas” resulta da viagem que Raul Brandão realizou aos Açores e à Madeira em 1924, no âmbito das “visitas dos intelectuais” portugueses, organizadas pelos autonomistas insulares.

O realizador e autor da adaptação participa nesta série como narrador, seguindo umas vezes os passos originais de Brandão e outras distanciando-se deles, “num jogo permanente de contrastes e fusão”, como define Vicente Jorge Silva. Os textos de Brandão são lidos pelo actor João Perry, a música é de Bernardo Sassetti e a imagem de Xavier Arpino.


Notícia: «Jornal Diário» e o sempre inestimável "serviço informativo" do GACS [Gabinete de Apoio à Comunicação Social, da Presidência do Governo Regional dos Açores].
Saudações florentinas!!

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Concurso para vagas de emprego no Centro Meteorológico da ilha das Flores

Segundo o Aviso nº 7958/2009, do Diário da República, 2ª série — nº 71 — 13 de Abril de 2009, encontra-se aberto procedimento concursal para o preenchimento de sete postos de trabalho na carreira de Assistente Técnico, na vertente de apoio à meteorologia, para a Região Autónoma dos Açores, sendo duas vagas para o Centro Meteorológico das Flores.

Mais informações podem ser consultadas no sítio do Instituto de Meteorologia ou no sítio do Diário da República.

XôrInginheiro: «Sem eira, nem beira...»

AtlânticoLine rejeita navio "Atlântida"

A instrução para rejeitar o navio veio do Governo Regional, após se verificar que a embarcação não atinge a velocidade mínima que o contrato exigia e que os Estaleiros Navais de Viana do Castelo demorariam ainda alguns meses a resolver a questão.

O Governo [Regional] dos Açores deu orientações ao Conselho de Administração da AtlânticoLine S.A. para recusar recepção do navio Atlântida e desencadear os mecanismos legais e contratuais à sua disposição visando o ressarcimento de todos os prejuízos derivados das vicissitudes do processo de construção do ferry. A posição do Executivo foi anunciada em Ponta Delgada, pelo secretário regional da Economia.

Em conferência de imprensa, Vasco Cordeiro indicou que foram transmitidas orientações para que sejam desencadeados “os procedimentos necessários para accionar as garantias bancárias prestadas pela Estaleiros Navais de Viana do Castelo S.A. a favor da AtlânticoLine S.A., de forma a esta receber os montantes por si já pagos” e que totalizam cerca 31,7 milhões de euros.

O secretário da Economia acrescentou que a decisão do Governo dos Açores foi tomada na sequência de contactos da Atlânticoline, SA com a empresa Estaleiro Navais de Viana do Castelo S.A. que comprovaram que, a 13 de Maio, data do início da operação de transporte marítimo de passageiros, o navio não estará em condições de atingir a velocidade mínima que o contrato considera aceitável.

As alterações propostas pelos Estaleiros Navais de Viana do Castelo para ultrapassar esta situação, “para além de questões de carácter técnico sobre a sua eficácia para a resolução do problema e impacto nos custos de exploração futura do navio”, levariam a que fossem necessários “mais sete a nove meses para serem concretizadas”, explicou.

A empresa responsável pelo transporte marítimo inter-ilhas de passageiros foi também instruída para que sejam tomadas as medidas necessárias e adequadas a garantir que o início da operação se dê a 13 de Maio do corrente ano, tal como previsto.


Notícia [do passado dia 9 de Abril]: «Jornal Diário», «Açoriano Oriental», «Diário Digital», edição on-line do semanário «Expresso», secção de Economia da edição on-line do «Público» e o sempre inestimável "serviço informativo" do GACS [Gabinete de Apoio à Comunicação Social, da Presidência do Governo Regional dos Açores].
Saudações florentinas!!

terça-feira, 14 de abril de 2009

Navio encomendado pelo Governo não atinge a velocidade desejada

O navio Atlântida terminou [no passado dia 26 de Março] os testes de mar realizados no Continente sem ter conseguido atingir os 19 nós de velocidade, a 75 por cento da potência, como pretendia o Governo Regional.

De acordo com o que revelou [no passado dia 27 de Março] à Agência Lusa fonte ligada à construção, depois de três dias de testes, o máximo que o [navio] Atlântida conseguiu alcançar foi 16,5 nós, a 85 por cento da potência, ou seja, uma velocidade inferior à contratualizada, e com recurso a maior esforço das máquinas.

Esta situação que não deverá estar alheia aos problemas de estabilidade em caso de avaria, detectados ainda na fase de projecto do navio de transporte de passageiros que está em fase final de construção nos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC).

O navio recebeu um reforço na sua estrutura e viu aumentado o calado, o que o tornou mais seguro mas, por outro lado, também mais lento, como agora demonstram os testes de mar.

A velocidade é uma das exigências fundamentais do caderno de encargos do Atlântida, uma vez que o contrato determina que o dono do navio está obrigado a recebê-lo, se a velocidade máxima atingir, pelo menos, 18 nós. Abaixo desse valor, o Governo Regional não é obrigado a aceitar o barco e pode mesmo, em termos legais, rescindir o contrato com o construtor.

Os ENVC também não conseguiram cumprir com os prazos de entrega do navio, que inicialmente devia estar a operar em Abril de 2008, data alterada depois para Setembro do mesmo ano. O contrato assinado entre o executivo socialista e o construtor determina que o dono da obra pode rescindir o contrato no caso do prazo de entrega exceder três meses, situação que se verifica também nesta altura (já se passaram seis).

A mesma fonte disse à Agência Lusa que os Estaleiros [Navais] de Viana [do Castelo] também não deverão conseguir assegurar as exigências contratuais em relação à capacidade de carga do [navio] Atlântida, que devia estar preparado para receber 750 passageiros, 40 tripulantes e 140 viaturas.

O polémico navio, que deverá custar 48 milhões de euros aos cofres da Região já levou os partidos da oposição nos Açores (PSD, CDS, BE, PCP e PPM) a propor a criação de uma comissão parlamentar de inquérito, para apurar os «inúmeros problemas» detectados durante a construção do Atlântida.

O Governo Regional e a AtlânticoLine, a empresa de capitais públicos que ficará responsável pela gestão do navio, continuam a garantir, no entanto, que o [navio] Atlântida estará operacional no dia 13 de Maio, depois de devidamente certificado pelo Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos (IPTM). O último relatório do IPTM ao Atlântida, concluído a 5 de Fevereiro deste ano, aponta ainda cerca de uma centena de falhas que o construtor terá de alterar, antes de entregar o navio ao Governo Regional.


Notícia [do passado dia 27 de Março]: edição on-line do semanário «Sol», «Correio do Minho», «Diário dos Açores», TVi 24, «Correio dos Açores» e «A União».
Saudações florentinas!!

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Corridas animam Domingo de Páscoa

A Avenida do Emigrante, na ilha das Flores, encheu-se de pessoas que vieram ver mais uma Corrida da Páscoa. As corridas realizadas na vila das Lajes passaram a ser já uma tradição. Há nove anos que a Câmara Municipal das Lajes teve esta iniciativa lúdica e desde então o Domingo de Páscoa é preenchido com esta actividade desportiva.

A organização pretende continuar com esta iniciativa e mesmo realizar mais actividades desportivas como esta, visto que contam agora com um novo pólo adicional, o Pavilhão GimnoDesportivo Municipal.

Este ano a Corrida da Páscoa contou com 66 participantes, a maioria deles com menos de 18 anos. O participante mais novo tinha apenas 3 anos, o mais velho 56.

O bom tempo esteve presente durante toda a tarde, o que animou ainda mais as corridas.

PSD prestes a definir os seus candidatos autárquicos florentinos...

O PSD terá já definido os primeiros nomes das suas candidaturas para as próximas eleições autárquicas na ilha das Flores.

No concelho das Lajes, ao já esperado João Lourenço, devem seguir-se na lista social-democrata Armando Meireles Monteiro, Floriberto Lourenço e Carlos Alberto da Silva.

Por sua vez em Santa Cruz, depois de vários nomes em cima da mesa, a escolha terá recaído em Hélio Ramos para encabeçar a lista laranja. O 3º lugar deverá ser ocupado por José Francisco Fernandes; esperando-se ainda pela definição do segundo elemento da lista, que poderá surgir de um entendimento pré-eleitoral entre o PSD e o CDS-PP, colocando-se a possibilidade de Anselmo Furtado ser o candidato popular.
Saudações florentinas!!

«A ocidental beleza açoriana» (2/4)

"Outra área que não pode ser esquecida é a promoção do sector marítimo, uma vez que as actividades náuticas são actualmente alvo de procura por parte dos turistas."

O concelho das Lajes das Flores situa-se no extremo ocidental da Europa, tem uma área de aproximadamente 70 km2, distribui-se por 7 freguesias e conta com uma população residente à volta de 1.490 habitantes. O concelho caracteriza-se por uma forte ruralidade que está bem patente na ocupação cultural e populacional, nas paisagens características da ilha e na sua identidade cultural.

A maioria dos problemas de desenvolvimento socioeconómico que a ilha das Flores apresenta, e o concelho das Lajes das Flores em particular, tem “à cabeça” as dificuldades estruturantes causadas pela distância e isolamento e pelo índice de envelhecimento da população (cerca de 85%).

Se aos dois primeiros factores, que têm levado ao êxodo dos florentinos, juntarmos o índice de envelhecimento, chegamos à conclusão que se caminha para uma perigosa desertificação da ilha, originada pelo decréscimo da população, o que só contribui para vermos cada vez mais agravados os problemas estruturantes que travam o desenvolvimento da ilha das Flores, e de uma forma muito mais acentuada do concelho das Lajes.

Clique aqui para ler na íntegra este artigo de opinião...
Estes problemas estão relacionados essencialmente com as acessibilidades e as comunicações.
Quanto às acessibilidades, porque precisamos de mais e melhores transportes aéreos e marítimos, para além de facilitar a vida dos florentinos que saem da ilha, quer seja por razões profissionais, de saúde ou simplesmente para férias, sabemos que não há turismo se não houver transportes que correspondam às necessidades e anseios dos que nos pretendem visitar.
Quanto a comunicações, porque como é sabido o Grupo Ocidental do Arquipélago dos Açores ficou de fora da ligação de cabo de fibra óptica ao restante arquipélago (esta situação, segundo informações recentes, parece estar encaminhada e prestes a ser resolvida).

A economia do concelho das Lajes das Flores assenta essencialmente nos sectores primário e terciário.
Relativamente ao sector primário tem-se verificado uma diminuição do número de explorações agro-pecuárias. Na pesca a situação também é semelhante, não se tendo verificado um aumento do número de pescadores.
No que se refere ao sector terciário, as hipóteses de emprego são diminutas atendendo à reformulação que se tem verificado ao nível da administração pública, com uma reduzida disponibilização de ofertas de emprego. Esta situação tem sido compensada pela Município das Lajes das Flores que tem disponibilizado um razoável número de postos de trabalho.

No que se refere à cultura, mais uma vez devido ao decréscimo da população, não é muito fácil manter instituições culturais em funcionamento. Contudo no concelho existe a única Filarmónica da ilha, a Filarmónica Nossa Senhora dos Remédios, da freguesia da Fajãzinha, que com muito empenho dos seus dirigentes e músicos vai mantendo a sua actividade. É também neste concelho que existe o único grupo folclórico da ilha, o Grupo Folclórico e Etnográfico da Associação Cultural Lajense. Esta Associação tem desenvolvido uma apreciável actividade cultural que, para além do referido Grupo Folclórico, tem contemplado desfiles etnográficos, encontros de Ranchos Tradicionais de Natal, aulas de música, e bem recentemente organizou uma dança de Carnaval tradicional da ilha das Flores, que já há muitos anos não se via, e que actuou em todas as freguesias e lugares da ilha.

Quanto a perspectivas de desenvolvimento futuro, e atendendo às limitações referidas, e segundo o empresário Pierluigi Bragaglia o "combate à desertificação deve ser feito através da construção de pequenas unidades hoteleiras, uma vez que as ilhas pequenas dos Açores cativam turistas aficionados e são aquelas onde os pequenos hotéis esgotam porque a pequenez é o segredo do seu sucesso".

Neste aspecto partilho da sua opinião chamando a atenção para o Turismo no Espaço Rural, particularmente o AgroTurismo (não confundir com Turismo de Habitação e Turismo Rural), que é o exercício da actividade turística em casas de habitação ou seus complementos integrados numa exploração agrícola, caracterizando-se por algum modo de participação dos turistas nos trabalhos da própria exploração (ordenha, muda dos animais, etc.), ou em formas de animação complementares, como sejam os passeios a pé, o hipismo, a caça e as festas de raiz popular. É necessário compreender que com o AgroTurismo a função agrícola não se extingue, continuando a ruralidade a influenciar a cultura popular das comunidades, mantendo o espaço rural a sua qualidade ambiental e sendo preservada a paisagem agrária humanizada.

E é nos passeios a pé que entram os trilhos pedestres, sendo necessário aumentar-se muito substancialmente as verbas para a sua recuperação e manutenção, sendo também necessário pensar-se em ajudas ao investimento para unidades de turismo no espaço rural e actividades de animação turística.

Outra área que não pode ser esquecida é a promoção do sector marítimo uma vez que as actividades náuticas são actualmente alvo de procura por parte dos turistas que visitam a ilha das Flores. Aqui, com a prevista construção do Pólo de Recreio Náutico das Lajes das Flores, poderão surgir novas oportunidades de investimento viradas para o mar, e para todas as actividades com ele relacionadas, desde o mergulho ao excursionismo náutico e à pesca desportiva.

É também aqui, neste aspecto do sector marítimo, que se nota o estigma das ilhas mais pequenas e que é não se fazer grandes investimentos porque a população é pouca, mas se não se fazem investimentos também não se criam condições para a fixação das pessoas, e que tem a ver com a construção duma Marina. A ilha das Flores, e o Porto das Lajes das Flores são o primeiro ponto de entrada nos Açores dos iates que cruzam o Atlântico; sem as mínimas condições chegam a estar na baía deste Porto, principalmente no mês de Junho, cinco dezenas de iates, mas nunca foi entendido pelos sucessivos Governos [Regionais] esta necessidade, que irá agora, parcialmente, ser colmatada com o pólo de recreio náutico.

Outro aspecto que pode vir a revelar-se positivo, se a candidatura for aprovada, é a classificação da ilha das Flores como Reserva da Biosfera da UNESCO, galardão este que se pode tornar um símbolo que potencia uma divulgação internacional a nível turístico e científico.

Ao nível da actividade desportiva estão criadas condições para a sua prática uma vez que o Município das Lajes, em parceria com Governo [Regional] dos Açores, construiu um Pavilhão Gimnodesportivo, recentemente inaugurado, com todas as condições para diversas modalidades desportivas “indoor”. Em anexo a este Pavilhão, e já em fase de projecto, está a construção de uma piscina coberta aquecida, que será uma mais-valia importantíssima, quer para utilização pela população, quer para a “arte do aproveitamento do mar”, arte esta que quer para o lazer, quer para o negócio essencialmente de Verão, e citando novamente Pierluigi Bragaglia, começa no Inverno, numa piscina coberta e aquecida com monitores de natação e mergulho.

Ao nível desportivo há ainda a realçar a previsão da construção, por parte do Município, dum complexo desportivo na freguesia da Fajã Grande, que contará com um campo de futebol de sete, um campo de futebol de praia e um campo de voleibol de praia.


Apesar dos problemas estruturantes referidos, julgo que estão a ser criadas neste concelho algumas condições que podem permitir a fixação de mais alguma população, apesar de haver ainda muito a fazer, como por exemplo na área da saúde, na qual está prevista a criação do Posto de Saúde das Lajes das Flores.


Paulo Reis
Presidente da Assembleia Municipal de Lajes das Flores

Artigo de opinião de Paulo Reis, integrante da edição de 27 de Março do semanário regional «Expresso das Nove», contendo um caderno temático especial exclusivamente sobre a ilha das Flores.
Saudações florentinas!!

domingo, 12 de abril de 2009

«A ocidental beleza açoriana» (1/4)

Queremos turismo selectivo e de qualidade

O concelho de Santa Cruz das Flores situa-se na metade norte da ilha das Flores. Tem uma área de cerca de 72 km2, está dividido em 4 freguesias e tem uma população que, hoje, ronda os 2.500 habitantes, praticamente sem variação relativamente aos Censos de 2001.

Com uma localização charneira entre o município das Lajes das Flores, a sul, e a ilha e município do Corvo, a norte, a vila de Santa Cruz das Flores constitui-se como a principal povoação da ilha e do Grupo Ocidental, servindo de sede a um conjunto significativo de infraestruturas e serviços, como é o caso do Aeroporto das Flores, do Centro de Saúde, da Escola Básica e Secundária, do Tribunal Judicial e da maioria das delegações governamentais e dos serviços dependentes do Estado e da administração regional autónoma.

Quando nos propomos reflectir sobre o futuro deste concelho torna-se oportuno citar Abraham Lincoln: “Se pudermos primeiro saber onde estamos, e para onde poderemos ir, estaremos em melhores condições para definir o que fazer, e como fazê-lo...”. Comecemos então por nos situar quanto ao presente.

Clique aqui para ler na íntegra este artigo de opinião...
No que concerne ao sector primário da actividade económica, em Santa Cruz das Flores predominam a agro-pecuária e as pescas.
A indústria transformadora reduz-se praticamente aos lacticínios e, apesar da excelência dos produtos, a produção é escassa por falta de matéria-prima, uma vez que existe uma clara predominância da fileira da carne sobre a fileira do leite.

No sector terciário da economia o realce vai para o turismo e actividades conexas, que começam a dar os primeiros passos. De um modo geral, a qualidade ambiental do concelho é muito boa, apesar de se registar uma crescente pressão sobre os recursos naturais, nomeadamente em resultado do errado conceito de “desenvolvimento” que presidiu a algumas decisões políticas, e mau grado ainda não ter sido solucionado o problema dos resíduos sólidos urbanos por forma a permitir a selagem da lixeira a céu aberto existente no concelho.

Podemos pois afirmar que a principal riqueza e o maior potencial de desenvolvimento do concelho de Santa Cruz das Flores reside, inequivocamente, na excelência dos seus produtos (carne, peixe, leite e seus derivados), na qualidade ambiental e nas extraordinárias belezas naturais e paisagísticas.

Feita a caracterização do concelho, determinados os seus constrangimentos e as suas potencialidades, importa definir qual o modelo de desenvolvimento económico e social adequado para Santa Cruz das Flores.

Em suma, é urgente encontrar as adequadas respostas para a questão: que futuro para o concelho de Santa Cruz das Flores? O concelho de Santa Cruz das Flores constitui uma unidade territorial, económica e sócio-cultural diversificada, com características próprias e dotado de recursos e potencialidades que importa conservar e valorizar de uma forma sustentada, tendo sempre presente a necessidade de gerar riqueza e melhorar a qualidade de vida dos munícipes.

Sou dos que acredita que, por princípio, a acção para o desenvolvimento deve partir da sociedade. No entanto, em zonas menos desenvolvidas e pouco povoadas, como é o caso de Santa Cruz das Flores, os poderes públicos, em geral, e as Câmaras Municipais, de modo particular, têm de ter uma prática activa, isto é, ser um motor de desenvolvimento local.

Desenvolvimento que, em meu entender, se baseia em quatro eixos estruturantes: desenvolvimento rural, empreendedorismo, turismo e economia social.
O desenvolvimento rural passa por uma aposta séria na produção de produtos locais de qualidade. Para tal, o sector da pecuária e dos lacticínios terá que manter a sua importância, colocando-se, no entanto, a ênfase cada vez menos na quantidade produzida, e mais na qualidade, garantida por certificados de qualidade ambiental.

A necessidade da comercialização dos produtos locais levanta o problema do desenvolvimento das empresas num concelho em que a diminuta dimensão do mercado é limitadora das economias de escala, o que constrange o investimento por parte da iniciativa privada.

Num concelho em que é evidente o peso significativo da Administração Pública na economia local, constituindo-se o sector público como o grande empregador do concelho, é fundamental promover o empreendedorismo jovem e fomentar a criação de microempresas, potenciando cabalmente os apoios financeiros disponíveis e aproveitando nichos de mercado ainda por explorar.

Sem prejuízo das medidas de política implementadas pelo Governo Regional para incentivar o regresso dos jovens às suas ilhas de origem através dos programas Estagiar, uma população cuja pirâmide etária se encontra invertida e os baixos índices de natalidade tornam difícil, no futuro imediato, recuperar população e potenciar o mercado interno.

Assim, o turismo constitui-se como uma actividade económica fundamental para o desenvolvimento do concelho de Santa Cruz das Flores, enquanto actividade geradora de emprego e potenciadora de mercado. Turismo que, contudo, não se quer massificado, mas sim selectivo e de qualidade. Um turismo ambiental que passa, desde logo, pela preservação dos recursos naturais e da elevada qualidade e beleza da paisagem e do mar circundante. Um turismo que pode ser potenciado por medidas como a classificação das ilhas das Flores e do Corvo como Reservas da Biosfera ou a implementação do projecto Green Island.

Finalmente, é fundamental desenvolver sinergias e integrar esforços, designadamente na promoção e divulgação destas duas ilhas do “outro arquipélago”, através da cooperação intermunicipal.

Aqui chegados, somos levados a concluir que o futuro do concelho de Santa Cruz das Flores passa pelo cabal aproveitamento das características e qualidades que lhe são próprias. Em suma, as respostas para o desenvolvimento de Santa Cruz das Flores exigem um modelo de desenvolvimento sustentável, que se define como “um desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras satisfazerem as suas próprias necessidades”.

O desenvolvimento sustentável pressupõe uma dimensão social, ambiental e económica e pressupõe também a obrigação, por parte da actual geração, de legar às gerações vindouras recursos sociais, ambientais e económicos pelo menos tão elevados como os actuais.

Implica também, e necessariamente, a melhoria do sistema educativo, porque o adequado investimento na educação vai permitir que, a longo prazo, as habilitações e qualificações aumentem, contribuindo para o surgimento de uma capacidade empreendedora mais acentuada e uma economia mais diversificada e competitiva. Em resultado da consequente melhoria das condições de vida, poderá mesmo verificar-se o regresso de parte daqueles que tiveram de abandonar o seu concelho por falta de oportunidades para aqui se realizarem profissionalmente.


Na minha perspectiva este é o caminho a trilhar, com vista a garantir o futuro do concelho de Santa Cruz das Flores. E o futuro começa hoje!


Manuel Herberto Rosa
Presidente da Assembleia Municipal de Santa Cruz das Flores

Artigo de opinião de Manuel Herberto Rosa, integrante da edição de 27 de Março do semanário regional «Expresso das Nove», contendo um caderno temático especial exclusivamente sobre a ilha das Flores.
Saudações florentinas!!

«Miscelânea da Saudade» #5

Em termos de escola primária (que foi a minha, e mais nenhuma), trazer à baila desvantagens da ética docente, tempo com limite de aprender e ensinar, que mais não seja, serve para apreciarmos o contraste que existe na evolução e luz do presente, contra a morosidade e sombra do passado. Enquanto digo limite, é porque na ilha das Flores, para os filhos das famílias mais pobres, já seria "mel sobre a queijada" (ice-cream on your cake) chegar à 4ª classe, mesmo a ter por "uniforme escolar" calcinha curta remendada, e por sapato, a sola do pé. Falar sobre isso, toca bem fundo nos mais idosos, deixando os mais novos a pensar se estamos a pôr mais tinta na tela...

Se eu hoje fosse às Flores, como anos, seria uma certeza rodear-me de anciãos, grupo de gente da minha idade, onde haveria muito em comum para se compartilhar. Quando estive nas Lajes, pelo menos da segunda vez, não foi difícil reconhecer velhos amigos da brincadeira. Sim; velhos, em quatro formas extensivas de vida: infância, puberdade, maturidade e actualidade; ou seja, velhice. Entre o primeiro e o último, o tempo mediano, o mais espaçoso, não dissipou o passado memorável.

Falar sobre o contemporâneo para os mais novos, segundo o que leio nos jornais, prefiro eximir-me. Gosto de coisas antigas, sem publicamente me rever muito no passado; porque comove. Mesmo que se mate a saudade, ela nunca morre, escondendo-se na nostalgia, aparecendo na emoção.

Por exemplo: quando passei por Ponta Delgada, São Miguel, por essa data, e lá ter vivido muitos anos, nem reparei nos edifícios novos. Percorri a cidade a pé, entrando nas ruas antigas, aliás, na Baixa são todas antigas. O resto não interessava ver. Obras novas aqui no Canadá, não faltam.

Nas Lajes das Flores, fiz o mesmo; nunca ignorando o que se tem feito na nossa ilha. Numa das vezes que aí fui, no caminho de cima na vila das Lajes, por umas horas tive por companheiro um amigo de infância, o João António Gomes Vieira. Fomos apanhar nêsperas a uma propriedade sua. Ele levou-me no seu carro ao cume do Morro Alto, fomos à Fajãzinha e Fajã Grande, e muito mais...
Na próxima, se Deus permitir, quero ir até à Pedrinha e Fajã de Lopo Vaz. Caminhar pela ribeira das Lajes desde o Poço da Conceição, rente à casa do já muito falecido Nastor até à entrada do Vale. Subir uma pequena rampa (se ainda lá estiver) e ir pelo Vale até ao caminho de cima. Quero ouvir o murmúrio das águas da ribeira e o melodioso chilrear dos pássaros; mesmo a serem outros, para mim nunca morreram.

Estão a ver, meus conterrâneos florentinos... Tudo coisas de frivolidade e banais, sem valor algum para quem não lhe diz respeito. Há uma metáfora em inglês que diz: "you like to eat your cake and keep it too", que se traduz: "gostas de comer o bolo e guardá-lo". Porque gosto que haja coisas novas nas Flores, mas detesto que desbravem a beleza natural e original da ilha.

Para mim, prefiro ver isso do que o mais majestoso monumento que se faça nas Flores. Sinto-me feliz em ver o progresso na minha ilha. Bem-hajam em tudo o que façam de moderno para melhor servir os florentinos. Quando se fazem edifícios e outras obras na nossa ilha, dá-me prazer ouvir que as Flores está a acompanhar o tempo hodierno em muitos aspectos.

No entanto, sem egoísmo quero ver o que deixei, que nem o Homem, nem o Tempo demoliu; é isto que faz com que eu mate saudades da terra. As montanhas, picos, vales, ribeiras, rochas, furnas de basalto ainda existem. Esta é a beleza natural da ilha.
Tais coisas não 'podem desaparecer' sem eu ir mais uma vez às Flores.


Denis Correia Almeida
Hamilton, Canadá

sábado, 11 de abril de 2009

«Click's Florentinos» #9

Leilão de duas moradias do antigo "Bairro dos Franceses", pela Câmara Municipal de Santa Cruz, no dia 14 de Abril.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Programa de ocupação de tempos livres

Decorrem até ao final deste mês as inscrições para o programa de Ocupação de Tempos Livres dos Jovens (OTL/J), iniciativa do Governo [Regional] dos Açores, através da Direcção Regional da Juventude.

O OTL/J é um programa de educação não formal e de promoção da inserção dos jovens na vida activa, destinado a jovens entre os 15 e os 23 anos que estejam a frequentar, ou que já tenham concluído, em alguns subprogramas, o 9º ano de escolaridade.

Proporcionar uma forma diferente de ocupar os tempos livres, incentivar o espírito de iniciativa e solidariedade, despertar o gosto pela aquisição de novos saberes e canalizar a disponibilidade dos jovens para uma ocupação útil dos seus tempos livres são alguns dos objectivos desta iniciativa.

O OTL/J visa, ainda, potenciar futuras actividades profissionais relacionadas com a investigação científica e as novas tecnologias, promover atitudes de respeito pela biodiversidade, proporcionar o trabalho em rede com outras entidades.

Este programa desdobra-se em cinco subprogramas, denominados “ocupação em férias”, “ambiente”, “ciência em férias”, “jovens solidários” e “jovens estudantes”.

Para mais informações sobre este programa, deverão os jovens interessados consultar o sítio www.drjuventude.eu, podendo ainda contactar a Direcção Regional da Juventude através de email: drj@azores.gov.pt.

Notícia: «Correio dos Açores» e o sempre inestimável "serviço informativo" do GACS [Gabinete de Apoio à Comunicação Social, da Presidência do Governo Regional dos Açores].
Saudações florentinas!!