quarta-feira, 3 de setembro de 2008

«Miscelânea da Saudade» #1 (2/3)

No sentido de paisagem natural, em minha opinião, nos Açores não há outra ilha com equivalência em beleza de origem que suplante a ilha das Flores. A quem lhe compete, e de direito, deveria propagar e difundir esta linda ilha. O mundo turístico, anda sempre no encalce de novos lugares de veraneio, bonitos, limpos, seguros, saudáveis e 'económicos'. Nesta parte de económicos, decerto estou a fazer rir algum que me lê...

Relativo a turismo, para chegar a estas duas "Ilhas de Bruma" são raras ou nenhumas as excursões para lá. Os turistas que partem da América e Canadá com destino aos Açores, ao regressarem dizem ter visto os Açores "menos" as ilhas das Flores e do Corvo. Ir aos Açores sem visitar as Flores e o Corvo, ajudando-me da terminologia e adágio popular, é como "ir a Roma e não ver o Papa".

Pergunto agora: porque razão vão [esses turistas que partem da América e Canadá] ver os Açores, e não vão às Flores e ao Corvo? Será que o 'mundo açoriano' acaba no Faial, ou ainda pensam como os antigos descobridores pensavam que quando avistavam o pego do mar diziam haver chegado ao fim do mundo!?...

Como sabemos, das quatro ilhas mais pequenas do arquipélago, as Flores é a ilha maior, como também a mais distante olhando Leste/Oeste.

Esta maravilhosa ilha encontra-se adornada de tudo o que é mais lindo dado pela Mãe Natureza: campos, picos, vales, ribeiras, lagoas, rochedos de basalto, flores e muito mais. No que se refere a flores, esta ilha designada por "cor de rosa", responde bem à chamada do nome que lhe deram: o concelho das Lajes das Flores, em hortênsias é o mais florido do arquipélago, e de todo o território português. Isto, sem exagero.

Com tudo isto, os florentinos não podem viver de flores. Se o Governo da Região Autónoma dos Açores, dividisse dízimos à consciência, hoje, o jardim da frente da Europa possuía aquilo a que tem direito. Mas enfim, quando o "jardim em frente da casa se encontra de portão fechado" e sem convite de entrada, os convidados entram e saem pela "porta do lado" sem o "dono" lhes mostrar a casa; fazendo-os pensar que o resto é tudo uma maravilha...

Denis Correia Almeida
Hamilton, Ontário, Canadá

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