quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Está adiantada a construção do Pavilhão GimnoDesportivo das Lajes

A obra de construção do Pavilhão Gimno- Desportivo das Lajes das Flores foi consignada a 30 de Julho do ano corrente, para uma duração de 12 meses. Dado o avanço da obra [veja-se a fotografia acima], admite-se que possa ficar concluída antes do fim do prazo.

Os trabalhos estão a ser executados por um consórcio externo formado pela SOMAGUE Ediçor, Engenharia, S.A. e pela EDIFER – Construções Pires Coelho & Fernandes, S.A..

O valor da empreitada é de 1.878.999€95, acrescido de IVA à taxa legal.

O novo Pavilhão ocupa uma área coberta de 1.880 metros quadrados e ali poderão praticar-se os mais variados desportos, desde o voleibol, futsal, basquetebol, andebol, etc.

Ficará dotado de todas as infraestruturas obrigatórias para as diversas modalidades, com balneários para as equipas intervenientes nos jogos e para árbitros, contando ainda com uma enfermaria e bar.

Para além de capacidade para 385 lugares sentados, terá ainda uma tribuna central para autoridades e convidados e camarotes para imprensa e outros órgãos de comunicação social.

Com esta empreitada, o município das Lajes das Flores usa na totalidade o seu plafond do PRODESA, do último Quadro Comunitário de Apoio.

Para o próximo Quadro Comunitário de Apoio está já em elaboração o estudo prévio de uma piscina aquecida, para utilização durante todo o ano, não sendo ainda possível divulgar pormenores sobre as respectivas características.

Podemos entretanto noticiar que, em parceria com a Secretaria Regional da Educação e Ciência, pela Câmara Municipal das Lajes vai ser posto a concurso o projecto para a construção do novo Pólo Escolas das Lajes, que se localizará junto ao Pavilhão.

Esta notícia é parte integrante do jornal «As Flores», edição de 22 de Novembro de 2007.
Saudações florentinas!!

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Turismo na ilha das Flores anda a ter grande divulgação na imprensa escrita

Há pouco mais de um ano, no [nosso predecessor] «Rocha dos Bordões» já havíamos chamado a atenção para o facto: «Ilha das Flores: destino turístico muito divulgado nos órgãos de informação impressa».
Mas o "fenómeno" continua... No passado mês de Agosto, a ilha das Flores era a maior chamada de capa da revista [temática de viagens e turismo] «Evasões», sendo que no início de Outubro a revista [de informação generalista] «Visão» [edição nº 761] teve os Açores como tema de capa com o subtítulo «Terra de Futuro» e na presente semana a revista [também de informação generalista] «Sábado» [edição nº 186] fez capa com o "nosso" Poço da Alagoinha [imagem acima e à direita deste texto], incluindo a ilha das Flores entre os 12 lugares mais bonitos de Portugal numas férias para descansar no Outono [quem queira pode consultar o artigo da revista «Sábado» sobre a ilha das Flores].
Saudações florentinas!!

sábado, 24 de novembro de 2007

Lagoas das Flores [estão] eutrofizadas, resposta do Governo remete para 2015

Não são apenas as lagoas de São Miguel que estão em perigo. Mas tal como cá [em São Miguel], a morosidade burocrática define o processo de recuperação.

As lagoas [da ilha] das Flores estão em avançado estado de degradação, correndo o risco de ficarem todas eutrofizadas a breve trecho. Em resposta a um requerimento do deputado do PSD daquela ilha [António Maria Gonçalves], sugestivamente intitulado "As lagoas das Flores estão a morrer?", o Governo [Regional] confirma a preocupação: desde 2004 que já se sabe que a Lagoa Funda está em estado eutrófico, que as Lagoas Rasa e da Lomba estão em estado mesotrófico, e que a Lagoa Comprida está em estado oligotrófico – e que ainda não existem dados sobre as Lagoas Negra e Branca, porque os resultados das análises, entregues em Abril de 2007, ainda estão a ser analisados.

Segundo o requerimento [do deputado António Maria Gonçalves], a situação perigosa das lagoas [da ilha das Flores] já é conhecida há mais tempo. Um relatório realizado pelo INOVA [Instituto de Inovação Tecnológica dos Açores] para a Direcção Regional do Ordenamento do Território e Recursos Hídricos [DROTRH], relativo aos anos de 1996 a 1998, já refere que "a utilização da bacia hidrográfica [da Lagoa Funda] como pastagem, parece contribuir para alguma deterioração dessa lagoa na sua composição físico-química", reconhecendo já que "a qualidade ecológica e química da água dessa lagoa é baixa" e que "os vários parâmetros analisados e a reduzida transparência da água indicam já uma situação de hipertrofia com proliferação de cianobactérias do género Anabaena, com elevada carga nutritiva e parece padecer de um fenómeno de eutrofização natural". O relatório [do INOVA] aconselha também que "deveriam ser tomadas medidas a curto prazo para se definirem as causas do fenómeno e promover análises às linhas de água efluentes à Lagoa [Funda] dada a lixiviação de nutrientes para aquela bacia hidrográfica".

Desde então, a actividade governamental tem-se cingido a algum trabalho burocrático sem qualquer intervenção directa no problema, como reconhece a resposta oficial [por parte do Governo Regional].
"Nos termos do artigo 5° da Directiva Quadro da Água, a DROTRH procedeu à caracterização da Região Hidrográfica do Arquipélago dos Açores, apresentada à Comissão Europeia no âmbito do Relatório Síntese da Caracterização da Região Hidrográfica do Arquipélago dos Açores, em Agosto de 2006". Mas reconhece desde logo limitações financeiras: "a DROTRH está a implementar a rede de águas interiores da Região Autónoma dos Açores, de forma faseada, devido ao esforço financeiro e de recursos técnicos específicos que [isso] exige".

Quanto à situação [na ilha] das Flores, diz o Governo [Regional] que "a DROTRH já possui os dados analíticos da Universidade dos Açores [UAç] e do INOVA, referentes às campanhas de mostragem de 2004/2005 e de 2006/2007 e já solicitou à UAç e ao INOVA a apresentação de novas propostas para dar continuidade aos programas de monitorização (campanhas 2007/2008)". E que o mesmo organismo "celebrou um protocolo com a Secretaria Regional da Agricultura e Florestas, em Junho de 2006, designado «Apoio à implementação dos programas de acção decorrentes da designação de zonas vulneráveis» com o qual se pretende executar a monitorização do estado de qualidade das massas de água inseridas em zonas vulneráveis".

Mas o Governo [Regional] também não se compromete, e parece até estar a adiar a solução do problema, quando afirma que a Directiva da Água, que é de 2006, refere que "o estabelecimento dos programas de medidas deverão estar estabelecidos o mais tardar nove anos a contar da data de entrada em vigor da presente directiva", dizendo que "deverão ser elaborados os programas de medidas de que as massas de água deverão ser alvo para atingirem o bom estado de qualidade, em 2015".

O presente artigo de opinião [acima transcrito] é da autoria de Manuel Moniz, tendo sido (originalmente) publicado n[a edição de ontem d]o «Diário dos Açores», jornal do qual é subDirector.
Saudações florentinas!!

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

O jornal «As Flores» no Fórum (III)

Jornal «As Flores», edição de 22 de Novembro de 2007
(nº 619, II série, ano XXXIV) : : : HOJE NAS BANCAS!!! : : :
Director: Renato Moura
SubDirectora: Maria José Sousa


Títulos e resumos da 1ª Página:

DAR MAIS... EVIDENCIA INJUSTIÇAS
A propósito da visita do Governo [Regional] à ilha do Pico e do falado bloco de partos, abordam-se as discriminações positivas relativamente a algumas ilhas e em várias áreas. Renato Moura considera que nas discriminações positivas não haverá mal algum... Mas elas deixam escancaradas as discriminações negativas que penalizam algumas ilhas.
E tudo apesar do desenvolvimento harmónico ser o pilar da unidade.

PARA GRANDES ESPERANÇAS, MAIORES ENGANOS: Cego é aquele que não quer saber!
Realça-se um conjunto de realidades que estão à vista, mas será que ninguém as vê? Que alguns vêem, mas não querem saber!
Maria José Sousa afirma que se vive num País que não respeita a liberdade de opinião, onde se paga alto preço pela língua afiada... e há quem se esconda no anonimato dos blogues, porque não tem coragem de dizer cara a cara.


Grupo de açorianos no Parlamento Europeu
O convite foi do deputado europeu Paulo Casaca e envolveu vários alunos e professores da Escola Secundária das Flores. Para além de assistirem aos trabalhos da sessão plenária, visitaram cidades belgas.

Apoios para médicos virem exercer para as ilhas
Proposta do CDS-PP/Açores aprovada por unanimidade
Por proposta do CDS-PP foi criado um novo regime de concessão de bolsas de estudo para frequência do internato médico nos Açores, visando combater a falta de médicos especialistas. As bolsas aumentaram e para tornar a medida eficaz, também foram aumentadas as penalizações para os incumpridores.

Unidade de Saúde Móvel fora de funcionamento
O PSD denuncia, em requerimento [da Assembleia Legislativa Regional], que a unidade de saúde móvel das Flores está parada há meses. [O deputado regional] António Maria Gonçalves quis saber do destino que será dado ao investimento e fez outras perguntas sobre saúde, nomeadamente sobre a telemedicina e sobre as consultas de especialidade.

ESTÁ ADIANTADA A CONSTRUÇÃO DO PAVILHÃO GIMNODESPORTIVO DAS LAJES
O Pavilhão está a ser construído e [o seu custo] rondará os dois milhões de euros, mas serve para a prática de uma grande variedade de desportos e ficará apetrechado para bem servir os intervenientes, tendo capacidade para cerca de quatro centenas de espectadores sentados.


A EDA APOSTA NO AUMENTO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS NAS FLORES
A Administração da EDA esteve nas Flores, inteirou-se dos investimentos em curso e mostrou querer apostar no aproveitamento de energias renováveis nas Flores, seja ao nível de energia eólica, como hídrica.

Dr.ª Márcia Sousa: licenciada em Ciências do Desporto
Licenciou-se recentemente em Ciências do Desporto, na Universidade da Beira Interior, a jovem florentina Márcia Cabral de Sousa, filha da Sra. D. Maria Leonor da Silva Cabral de Sousa e do Sr. José Joaquim Fortuna de Sousa. Fez ainda a sua pós-graduação, na mesma Universidade, ficando com habilitação para o ensino: Ciências do Desporto – Ramo de Educação Física e Desporto Escolar.
A Dr.ª Márcia Sousa sempre residiu na freguesia de Ponta Delgada, concelho de Santa Cruz das Flores. Neste momento encontra-se a leccionar Educação Física em duas escolas de 1º ciclo do município da Covilhã: a Escola da Erada e a Escola do Barco.

Dr.ª Marlene Gomes: licenciada em Economia
A jovem florentina Marlene Maria Nóia Gomes, natural da freguesia da Fazenda das Flores, filha da Sr.ª D. Alice Ivone Silveira Nóia Gomes e do Sr. José Armas Gomes, completou recentemente, na Universidade dos Açores, a licenciatura em Economia.
Está a fazer estágio na direcção comercial do Banco Comercial dos Açores, na cidade de Ponta Delgada. A Dr.ª Marlene Gomes, na continuação da sua formação académica, está a frequentar o Mestrado em Ciências Económicas, na Universidade dos Açores.

Dr.ª Lara Fraga: licenciada em Psicologia
Na Universidade Lusíada do Porto, licenciou-se recentemente em Psicologia, tendo como área de especialização Psicologia da Saúde, a jovem florentina Lara Alexandra Melo Fraga, filha da Sr.ª D. Arcelina Rosa de Oliveira Melo Fraga Jorge e do Sr. Hélio António de Fraga Jorge, residentes em Santa Cruz das Flores.
A Dr.ª Lara Fraga realizou estágio curricular na Santa Casa da Misericórdia de Vera Cruz de Gondomar – Porto, estando neste momento a prestar serviço na Santa Casa da Misericórdia de Santa Cruz das Flores.

IX FESTIVAL DA CANÇÃO INFANTIL
Será como habitualmente realizado pelo Agrupamento de Escuteiros de Santa Cruz das Flores o Festival da Canção Infantil, que em 2008 terá a sua nona edição.
Já estão abertas as inscrições, para crianças que tenham entre 5 e 11 anos, as quais se poderão fazer na Secretaria da Câmara Municipal de Santa Cruz das Flores, ou nas Escolas, junto dos respectivos professores, até 31 de Dezembro deste ano.

Sistema Multimédia de Exames de Condução já “chegou” às Flores
Com a presença de pessoas ligadas ao sector, já está inaugurado o espaço onde vão ser submetidos a exame os futuros condutores, através de um sistema multimédia, que tem quatro postos para exame.

ALGUNS DOS OUTROS TÍTULOS EM DESTAQUE NESTA EDIÇÃO:

Parque para refeições em construção na Fajã Grande

Marinha e Força Aérea salvaram 141 pessoas em 2007

Edição especial [do jornal «As Flores»] pelo Natal

Quartel da GNR em remodelação

Governo Regional promove XX-XXI Música Açores

«Nova Era» em novas instalações

Lourenço & Lourenço investe em instalações

A entrada num novo século do Escutismo

ALGUMAS DAS PEÇAS DE OPINIÃO:

Também no Corvo, quando a esmola é grande até o santo desconfia - por Manuel Inácio

Crónicas da minha terra: os últimos baleeiros do Corvo - por Lino de F. Fraga

Discriminação positiva - por Félix Martins

A causa do coelho na ilha das Flores - por Daniel Trigueiro

Relação aluno/escola/pais - por Raquel Machado

Corrupção e Corrosão - por Renato Moura

ALGUMAS DAS SECÇÕES:

Secção Saúde: A Asma e a prática de Exercício Físico - pelo Dr. Rui Moura

Re-Pensando: Poupem as calçadas de pedra - por Filho de Roque de Freitas Moura

Cantinho da Saúde: A Diabetes... - pela Enf. Dr.ª Ana Gil

Tal Qual: Nas estradas abusam da paciência dos cidadãos - por Renato Moura

Farpas, Farpas, Farpas - por Renato Moura

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Câmara Municipal de Santa Cruz: PROMETER E NÃO CUMPRIR

Na edição [do jornal «As Flores»] de 20 de Julho [de 2006], quando então tinham passado dois terços do primeiro ano deste mandato autárquico [2006/2009], publicámos quais as obras que as duas Câmaras Municipais da ilha das Flores tinham em curso e aquelas que estavam projectadas para os tempos mais próximos.

Agora que passou mais de um ano e que estamos a meio do mandato das autarquias, é altura de fazer o balanço noticioso relativamente às promessas reveladas pela Câmara Municipal de Santa Cruz das Flores, embora que apenas às [obras] de maior dimensão ou significado.

Que se saiba, ainda não foi lançada a concurso a nova Urbanização da Terça, o que estava previsto ainda para 2006.

O edifício destinado ao chamado Hotel da Siturflor, na Variante, que estava previsto ser adaptado para o Núcleo das Flores da Escola Profissional de São Jorge até o início do ano lectivo 2006/2007, é um projecto nunca concretizado, que esteve aliás na origem do encerramento do Núcleo, por falta de instalações, como apurámos em entrevista com o Director da Escola, recentemente publicada. Não obstante o péssimo estado das instalações, nunca foram recuperadas, nem adaptadas para qualquer outro efeito.

A estrada dos Vales foi repavimentada com tapete a quente, mas trata-se de um trabalho que está a merecer muita contestação, pois que apesar de ter sido muito recentemente feito, já a estrada está cheia de várias deficiências e até já tem covas consideráveis e a falta de valetas torna-a muito perigosa para o trânsito de viaturas.

A repavimentação dos prometidos restantes 1.800 metros da Estrada do Farol, em Ponta Delgada, ainda que prometida para 2006, nunca chegou a ser feita.

Do lançamento do concurso para a ETAR (estação de tratamento de águas residuais) de Santa Cruz das Flores, não se houve falar; mas quanto a este resta o benefício da dúvida, já que o ano ainda não terminou.

Está também ainda por fazer a prometida repavimentação, com tapete a frio, do ramal da Ponta Ruiva, bem como e também o Bairro Nossa Senhora de Fátima continua sem números nas casas.

Esta notícia é parte integrante do jornal «As Flores», edição de 18 de Outubro de 2007.
Saudações florentinas!!

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Assim vão as obras no Porto de pescas de Ponta Delgada... (II)

«Recém-formados devem criar [o seu] próprio emprego», defende o presidente da Câmara Municipal de Santa Cruz

Turismo, novas tecnologias e serviços são algumas das áreas em que os jovens [florentinos] devem apostar, defende Manuel Alberto Pereira, presidente da Câmara Municipal de Santa Cruz das Flores.

Os jovens florentinos devem ser capazes de aproveitar os programas [de incentivos] para criar as suas próprias empresas. O desafio é lançado por Manuel Alberto Pereira, autarca socialista que está à frente dos destinos do município de Santa Cruz das Flores.
Manuel Pereira congratula-se com o crescente número de jovens [florentinos] que obtêm formação superior, mas reconhece que é cada vez mais difícil assegurar a sua fixação na ilha, dado que os quadros dos serviços oficiais e das autarquias estão praticamente ocupados e a iniciativa privada é praticamente inexistente. "Esta é a área que mais nos preocupa. No entanto, esses mesmos jovens podem aproveitar os programas [de incentivos] existentes e criarem o seu próprio emprego em áreas como turismo, novas tecnologias e pequenas empresas prestadoras de serviços".

O turismo, apesar de muito sazonal, está em franca expansão na ilha das Flores. Manuel Pereira defende uma maior e melhor divulgação das ilhas das Flores e do Corvo em simultâneo, perspectivando-se já uma participação conjunta na próxima Bolsa de Turismo de Lisboa.
O edil eleito pelo Partido Socialista preconiza, por outro lado, ligações marítimas regulares entre as duas ilhas [mais ocidentais do arquipélago] no Verão. "O actual transporte [entre as ilhas das Flores e do Corvo], apesar do esforço e da dedicação dos operadores marítimos/turísticos, não corresponde às exigências, nomeadamente em termos de comodidade [para os passageiros], pelo que se torna necessário dotar estas ilhas de uma embarcação com outras condições, à semelhança do que existe noutros locais".

O nosso entrevistado [Manuel Pereira] é de opinião que o Governo Regional tem dado resposta aos anseios dos florentinos. "Os investimentos em curso ou programados [para a ilha das Flores] são evidentes, nomeadamente na rede viária, que tão carenciada estava de ser reabilitada".
Das obras já realizadas neste mandato pela Câmara Municipal de Santa Cruz das Flores, destaque para o início da primeira fase da construção do loteamento da Terça, onde serão construídas 15 moradias. Este empreendimento será efectuado em parceria com a Secretaria Regional da Habitação e Equipamentos, sendo que no final serão construídas 33 casas. Foram também efectuadas diversas intervenções nas estradas e caminhos municipais. Tem sido efectuada, também, a remodelação da rede de abastecimento de água no lugar do Monte e também na zona da Ribeira dos Barqueiros/Boavista. Para a realização destes trabalhos, foi feito um esforço significativo na recuperação e aquisição de novos equipamentos do parque de máquinas.

São várias as obras que a autarquia pretende realizar a curto e médio prazo, mais concretamente a remodelação e reforço da rede de abastecimento de água, que incluirá a reabilitação da rede viária afectada e, ainda, a execução de obras de melhoramento das actuais piscinas naturais de Santa Cruz, com a construção de um novo acesso e aproveitamento de mais zonas para banhos e mais espaço envolvente. Outra prioridade é o encerramento das actuais lixeiras municipais, mas o principal empreendimento deste mandato [da Câmara Municipal de Santa Cruz] é a construção do Espaço Multiusos, com auditório, zona comercial, piscina e ginásio.
Após a conclusão das obras na Casa Pimentel Mesquita, da responsabilidade do Executivo, será aberta a Biblioteca Municipal.

Muito para fazer na habitação
No âmbito da recuperação do parque habitacional [do concelho de Santa Cruz] e para responder aos pedidos que são formulados - e que não são enquadráveis nos programas de apoio à habitação do Governo Regional - a autarquia criou um regulamento municipal através do qual já apoiou cerca de 50 famílias. O município de Santa Cruz das Flores prepara-se para avançar com a construção de 33 novas moradias, das quais 15 serão construídas em parceria com a Secretaria Regional da Habitação e Equipamentos, ao abrigo do programa de construção a custos controlados. Esta é uma iniciativa inédita na ilha das Flores.

"Entrevista" integrante da edição de 12 de Outubro do semanário regional «Expresso das Nove».
Saudações florentinas!!

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

«Autarquia [de Santa Cruz] não tem política consistente», diz Carlos Silva, vereador da Oposição na CMSCF

O município de Santa Cruz das Flores já perdeu inúmeras oportunidades de desenvolvimento, afirma Carlos Silva, vereador da oposição, para quem não está a ser dada resposta às necessidades da população [do concelho].

O trabalho desenvolvido pelos responsáveis da Câmara Municipal de Santa Cruz das Flores [CMSCF] não é positivo. A opinião é de Carlos Silva, vereador do PSD [eleito na lista de cidadãos «Unidos pelo Concelho»]. De facto, afirma, em exclusivo a este jornal [o semanário regional «Expresso das Nove»], a autarquia [santacruzense] "não tem uma política consistente para o desenvolvimento do concelho em nenhuma das áreas de sua responsabilidade. A Câmara Municipal [de Santa Cruz] tem, infelizmente, perdido oportunidade atrás de oportunidade, evitando que o concelho passe para um patamar superior de qualidade de vida".
"Embora o trabalho de qualquer vereador na oposição", sublinha, "não seja visível para os munícipes e, muitas vezes, não seja reconhecido pela maioria, entendo que tenho contribuído, responsavelmente, quer com propostas concretas, quer com sugestões, para a evolução, em várias vertentes, do concelho".

Carlos Silva sustenta que não seria justo afirmar que o Governo Regional nada tem feito na ilha das Flores e, neste caso, em particular, no concelho de Santa Cruz. "No entanto, não tem sido dada uma resposta cabal aos anseios da população. Por exemplo, a partir de Outubro e até finais de Março de 2008, a ilha das Flores voltará a não ter ligações aéreas ao domingo". O vereador social-democrata critica também o facto da pista do Aeroporto [das Flores] continuar sem iluminação nocturna homologada, o que inviabiliza a vinda de voos comerciais à ilha após o pôr-do-sol. Carlos Silva chama, ainda, a atenção para o facto de o Executivo continuar sem tomar uma decisão sobre a reedificação do Observatório Meteorológico. E as críticas não se ficam por aqui. "É o mesmo Governo que vai construir um Hotel em Santa Cruz para fazer concorrência desleal com os empresários que estão no ramo, sem que esta construção tenha sido pedida por ninguém (Câmara Municipal [de Santa Cruz], Conselho de Ilha, deputados regionais ou qualquer entidade pública ou privada)".
Carlos Silva refere, por outro lado, que o parque habitacional do concelho é antigo e que há muitas casas desabitadas. "Entendo que deveria haver outro tipo de apoio, que não só os existentes, por parte do Governo Regional para que os proprietários pudessem recuperar todo o património [imobiliário] que se encontra degradado".

Ensino Profissional não funciona
O concelho de Santa Cruz das Flores, tal como outros de igual ou menor dimensão, tem um grave problema de fixação de jovens, porque logo que terminados os estudos na ilha, [os jovens florentinos] têm que procurar outras paragens para prosseguir a formação académica. "Embora a maioria destes jovens quisesse regressar [à ilha das Flores], raramente o fazem porque a expectativa de emprego é quase inexistente. A solução deveria passar pelos cursos profissionais, sobretudo ligados ao turismo e a outros sectores com saída profissional na [própria] ilha. Infelizmente, e uma vez mais, a autarquia [santacruzense] colocou-se à margem para ajudar a resolver este grave problema, deixando de colaborar com a Escola Profissional de São Jorge, que há vários anos tinha um Pólo a funcionar em Santa Cruz das Flores. Foi mais uma experiência gorada, com prejuízo para os alunos, que tinham expectativas relativamente ao seu futuro profissional".

"Entrevista" integrante da edição de 12 de Outubro do semanário regional «Expresso das Nove».
Saudações florentinas!!

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Memorabilia da Rádio SOS... #3

Já não fazem parte da minha restrita selecção de "bandas fantabulásticas" [a adolescência não é mais senão uma fase/parte da nossa vida, entretanto crescemos e mudamos de gostos]... mas os Smashing Pumpkins marcaram-me, sem qualquer dúvida... foram-me "apresentados" (por um amigo de muitas aventuras) na ressaca pós-morte de Kurt Cobain, ídolo/mártir duma geração adolescente de meados dos 90's... ao fim de tudo, a Super Onda vive!!

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Do Porto à ilha das Flores em 62 horas!

Sou açoriano, natural da ilha das Flores, Açores. Vivo no Continente, na Maia, desde há treze anos. Em Janeiro do corrente ano fiz reservas [para uma viagem] de avião para três pessoas e um cão Pastor Alemão, no balcão da SATA Air Açores, no Aeroporto Sá Carneiro, [sendo agendada essa viagem] para a ilha das Flores no dia 12 do mês de Julho, com chegada a esta mesma ilha, no mesmo dia.

A epopeia. Às cinco horas da manhã do dia 12 de Julho, faço o check-in, no Aeroporto do Porto, para embarcar às seis [horas da manhã] para os Açores, com escala por Lisboa. Tenho a informação de que a reserva do meu cão não aparece. Afinal, alegou o funcionário, ela só não aparecia no monitor dele, mas estava no [monitor] da colega. (Tarefeiros sazonais!)
Depois de termos chegado à ilha Terceira, fomos informados de que o [nosso] voo para as Flores num [avião] ATP da SATA Regional, previsto para as 12h45, havia [sido] cancelado devido às más condições atmosféricas nesta ilha. No entanto, foram realizados dois voos para as Flores, por esta mesma operadora [a SATA], após este cancelamento e neste mesmo dia. Entretanto, o [nosso] voo foi adiado para o dia seguinte, para as 18h45.
Após longa espera na tradicional fila portuguesa, fomos testando as nossas paciências vendo as funcionárias da SATA a preencher requisições para refeições e para transportes, manualmente!
Surge outro problema: é que viajo com um cão. Após alguma tensão informam-me que há um Hotel que aceita cães; mas tem uma condição: “o senhor tem que ficar com o seu cão no quarto e comprometer-se de que ele não ladra, e tem que sair frequentes vezes à rua para ele não fazer [as suas] necessidades [fisiológicas] no quarto”. Questiono-a se quer que enrole fita adesiva em torno da boca do cão, para que este não ladre. Esta replica que são exigências do Hotel. Hilariante!

Segundo dia. Novo check-in. Nova espera. Mais tarde, aparece a informação nos monitores da Aerogare [da ilha Terceira]: “Voo para as Flores atrasado. Novas informações às 19 horas”.
Às 19h45, ainda não havia nem novas informações nem funcionários da SATA nos balcões de check-in, e nem existe balcão de informações no Aeroporto. Acresce dizer que todas as vezes que fizemos check-in, o cão teve de tomar tranquilizantes, por conselho do veterinário!
O único balcão da SATA aberto àquela hora, com uma funcionária era o [balcão] das reservas. Foi aí que pedi informações sobre as razões, quer do atraso do [nosso] voo para as Flores, quer pela falta da informação que se impunha. Exigi a presença do supervisor de serviço da SATA, a fim de lhe pedir explicações sobre este voo. A muito custo, este lá apareceu. Chegou com ar arrogante, quis abreviar a minha conversa, alegando ter muito que fazer. Questiono-o acerca do atraso do [nosso] voo e da falta de cumprimento de informar os passageiros na hora anunciada. O senhor [supervisor de serviço da SATA] lá do alto da sua pequenez informou que o atraso se deveu ao embarque de um passageiro emacado nas Flores, de onde a aeronave regressaria para efectuar o nosso voo Terceira/Flores. Exijo-lhe a verdade e informo-o de que trabalho há 27 anos em Aeroportos e não é esse facto que provoca um atraso de duas horas num voo; é que eu tive conhecimento, através de um funcionário da SATA, que o atraso se deveu a uma avaria técnica no avião que fazia a ligação Terceira/Horta/Flores, e que era o mesmo [avião] que nos levaria às Flores aquando do seu regresso Flores/Horta/Terceira. Aguardamos, mas com a convicção de que ainda não seria no segundo dia [da nossa viagem] que chegaríamos às Flores.

A encenação. Cerca das 20h30, o dito supervisor [de serviço da SATA] fez uma encenação: avisou os passageiros para [imediatamente] se dirigirem para a sala de embarque, e quem não chegasse a tempo ficava atrás [no voo para a ilha das Flores]. Foi a debandada total [do balcão de reservas da SATA no Aeroporto da Terceira]; embora eu não acreditasse na manobra ilusória, pois devido à hora do pôr-do-Sol no Aeroporto das Flores (sendo uma pista sem iluminação própria para os [aviões] ATP), era de prever que o [nosso] voo fosse cancelado outra vez. Assim foi. Afastados que fomos do balcão de reservas, e já na sala de embarque, somos informados de que tudo havia sido feito [pela transportadora, SATA] para realizar o voo naquele dia, mas por razões da chegada tardia do avião [à ilha Terceira], e devido ao pôr-do-Sol nas Flores, o [nosso] voo era (outra vez) cancelado. Como se fosse necessário o comandante [do avião] chegar à Terceira, para então se dar conta de que [naquele dia] já não dava tempo de voltar às Flores! O [nosso] voo é novamente marcado para o dia seguinte, para as seis e tal da tarde. Uma hora depois, ainda na sala de embarque, esperávamos que aparecesse um funcionário da SATA para emitir, manualmente, uma a uma, as requisições (voucher), para cada passageiro, para cada refeição e para cada viagem de táxi. (Já está cansado de ler, e que diríamos nós do que passámos?) Uf!
Saímos do Aeroporto [da ilha Terceira] era dez horas da noite! Mas há mais! Enquanto esperávamos na dita filinha (como mendigos que esperam umas migalhas), as nossas bagagens foram postas sobre a passadeira rolante sem nos avisarem, e os bons profissionais da SATA abalaram dali, ficando as mesmas [bagagens], a andar à roda e o meu cão também. Um familiar meu, que ouvindo o nosso animal a ladrar foi pelo exterior da Aerogare (entenda-se lado terra), teve acesso às nossas bagagens e ao meu cão. É claro que leu bem! Qualquer pessoa podia ter levantado as nossas bagagens naquele dia e àquela hora! São dez horas da noite. Temos de procurar um táxi. Mas não um qualquer, pois terá de ser uma carrinha para poder levar um cão. Lá apareceu um.
Fomos para Angra [do Heroísmo], para casa dos simpáticos compadres Toste, que nos acolheram aos quatro. Ao menos aqui não tivemos de dormir com o cão, nem de lhe selar a boca com fita adesiva para ele não ladrar! Pusemos as malas em casa, procurámos um restaurante, mas estes estavam fechados. Lá nos “desenrascámos” num “snack-bar”. Pedimos factura pois as ditas requisições não eram ali aceites. Disseram-nos na SATA, que esta tem um “contrato apenas com alguns restaurantes”. Vá-se lá saber o que estará por detrás destes contratos exclusivos, e qual a legalidade disto!?
Chegados a casa, abrimos uma mala e eis que tínhamos a roupa quase toda manchada; mas se havíamos entregue a mala [poucas] horas antes no balcão do check-in com tudo inteiro, era estranho que tivessem rebentado algo que tínhamos dentro, sem que a mala tivesse viajado! Para mais, já tínhamos vindo do Porto, feito escala em Lisboa (uma maçada esta escala), e tinha chegado tudo em condições à Terceira!

Terceiro dia. Dia 14 de Julho. Voo programado [novamente] para o final da tarde, fazia-nos temer o pior. É que não vá o diabo tecê-las e estes gajos ainda cancelam outra vez o [nosso] voo. Mas não. Lá partimos desta vez (à terceira foi de vez), à hora marcada.

Resumindo. Saímos do Porto às seis horas da manhã do dia 12 de Julho, e chegámos às Flores no dia 14, às 20h30. Mas a epopeia não acaba aqui! Se pensava que já se ia ver livre disto, engana-se! É que é preciso reembolsar as despesas do tal jantar da véspera na [ilha] Terceira! Disseram-nos lá, que podíamos reembolsar essa despesa nas Flores. Alguns dias depois, nas Flores, fui ao balcão [de vendas] da SATA, solicitar a citada despesa. Sou informado que esses pagamentos são feitos no [balcão da SATA no] Aeroporto [da ilha das Flores]. Lá vou eu. Estranho. É meio-dia menos cinco (ou se quiserem cinco [minutos] para o meio dia), “bato com o nariz nas portas”. A Aerogare está fechada para os empregados [da SATA] irem almoçar! Isto é que é desenvolvimento! Volto noutro dia. Atende-me uma jovem antipática [funcionária da SATA], que me informa que deveria fazer o reembolso na Terceira; que deveria ter usado as requisições no Hotel de Angra, onde tinha ficado alojado. Mas eu nem estive alojado nesse Hotel! Olha para os papéis, volta a olhar, vira-me as costas, volta uma eternidade depois. Enfim, depois de muita insistência minha, a maldisposta empregada [da SATA] desapareceu sem dizer nada. Voltou mais tarde, desta vez acompanhada pelo simpático supervisor [de serviço da SATA], que por sua vez me informa que terei de voltar no dia seguinte, pois já tinha fechado a caixa. Eram quatro [horas] e meia da tarde. No dia seguinte, nova ida ao Aeroporto, lá levantei uns míseros trinta euros.

Regresso ao Porto, no dia 12 de Agosto. Espero as malas e o cão. As malas lá apareceram, o cão é que nem vê-lo. Ficámos preocupados. Tento encontrar alguém [no Aeroporto Sá Carneiro, no Porto] que me dê informações sobre o meu fiel amigo. Nada. Vejo um arrumador de carrinhos de bagagem. Peço-lhe informações de como localizar o [meu] animal, o bom homem disse-me que lá ao fundo da Aerogare havia um tapete especial para bagagens fora de formato. Lá me dirigi. E lá estava o meu bom amigo sobre um carrinho [de transporte de bagagem], sozinho, e já a “pensar” que o seu dono o havia abandonado. É assim em época de férias em Portugal! E ainda, todas as vezes que faço esta viagem para este destino [a ilha das Flores], regresso sempre [ao Porto], com a bagagem danificada.

Aqui fica o alerta para quem pretenda viajar pela SATA Air Açores, que terá de contar com um serviço medíocre!
Aqui fica, também, outro alerta para o Instituto Nacional de Aviação Civil (INAC): o avião em que viajámos no regresso de Flores/Ponta Delgada, o ATP, CS-TGN [«Flores»], tinha um escorrimento de óleo hidráulico ao longo da parte superior do motor esquerdo. E consta, que as avarias têm sido frequentes nas aeronaves da SATA Regional. Será que a manutenção destes aparelhos é rigorosamente cumprida? Tenho sérias dúvidas!
Finalmente, fica uma chamada de atenção ao Conselho de Administração da SATA, bem como à “Coordenação” da mesma, para que respeitem aqueles que contribuem para os chorudos salários que recebem e sejam competentes.
Acresce dizer, que obviamente formalizámos [est]as nossas reclamações no respectivo livro, e sugiro aos leitores que passem por situações idênticas, que façam o mesmo. É um direito que nos assiste.
PS: Um advogado, companheiro nosso nesta viagem de infortúnio, irá processar judicialmente a SATA, pelo ocorrido.

Francisco Aurélio Braz

O presente artigo de opinião (datado de 31 de Agosto) é parte integrante da Secção do Leitor do «Jornal de Notícias»; tendo sido posteriormente publicado também no «Diário Insular».
Saudações florentinas!!

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Ontem realizou-se a primeira operação na ilha das Flores nos últimos 20 anos

Quando Carlos Sarmento, o único cirurgião vascular do Hospital de Santo Espírito, em Angra do Heroísmo, chegou à ilha das Flores, deparou-se com um cenário preocupante.

Um homem tinha um “corte enorme” no pescoço e sangrava já há várias horas. Mais tarde, o médico diria que “o corte era profundo e perfeito, quase parecia feito por um cirurgião”, acrescentando que não fora preciso “abrir nada, só operar”.

Carlos Sarmento participou numa evacuação inédita realizada na madrugada da passada terça-feira [ontem, dia 13] pela equipa de evacuação do Hospital de Angra do Heroísmo. Foi também a primeira operação em 20 anos feita na ilha das Flores. As cirurgias cessaram quando os franceses desmantelaram a unidade de saúde que mantinham na ilha.

A operação foi feita numa sala de tratamento do Centro de Saúde da ilha, onde uma equipa de serviço esteve durante horas a fazer a compressão necessária até que chegasse a equipa de evacuação. “A equipa que estava na ilha das Flores também se portou muito bem. O médico que estava de serviço teve de chamar outro [médico] para o ajudar e ficaram [ambos] a fazer compressão para estancar a hemorragia. Mesmo assim o corte era tão fundo que me disseram que as compressas ficavam ensopadas em poucos minutos”, recorda o cirurgião vascular.

Embora os esforços dos médicos que se encontravam na ilha das Flores mantivessem o doente vivo, este ainda se encontrava em risco. Por isso foi tomada a decisão de realizar a operação na ilha das Flores. “Se transportássemos o doente para o Hospital de Angra do Heroísmo, perdíamos duas horas em viagem. Era tempo precioso”, adianta Carlos Sarmento, para quem a rapidez de decisão da médica anestesista Marta Guinot foi determinante. “Era ela que estava destacada nessa noite e tomou a decisão de me chamar e formar uma equipa que pudesse operar mesmo no local. Nas Flores não havia nenhum material, tivemos que transportar tudo. Outro facto inédito em toda esta evacuação é que o helicóptero tinha ainda que ir buscar uma grávida. Chegámos à conclusão que o tempo que levava a ir buscá-la à Graciosa e regressar à Terceira era o que levaríamos a reunir todo o material. O helicóptero acabou por ir buscar a grávida, trazê-la até Angra e, depois, seguimos para a ilha das Flores”, explica.

Rixa...
Após a operação, o doente seguiu, ainda anestesiado, para Angra do Heroísmo, estando previsto que deixasse os cuidados intensivos ainda durante a tarde de ontem [terça-feira, dia 13]. Carlos Sarmento considera que “muito provavelmente” o indivíduo poderá regressar à ilha das Flores ainda esta semana.
Em relação ao corte que o doente apresentava, o médico revela que se pensa que este terá sido provocado durante uma rixa. Considera a hipótese “que circulava” de que este tenha sido feito pelo próprio indivíduo como “pouco provável”. “É um corte grande, que chegou às veias mais profundas. Não é muito possível que tenha sido o doente a fazer isso a si próprio”, avança.

Salvar vidas
Quanto ao significado que dá a ter sido o primeiro médico a realizar uma cirurgia na ilha das Flores no espaço de duas décadas, Carlos Sarmento confessa sentir “orgulho”. “Não sou uma pessoa vaidosa, nem sou orgulhoso, mas tenho algum orgulho, apenas profissional, em ter estado nesta evacuação. Fiz aquilo que é a minha função enquanto médico, que é ajudar os outros, prestar-lhes assistência. A operação foi feita numa sala de tratamento, que não é o local ideal, mas tinha de ser feita. Já fiz um parto à beira da estrada, porque tinha de ser feito. Uma cirurgia para se salvar uma vida faz-se sempre, em qualquer lado”.

Notícia: «Diário Insular».
Saudações florentinas!!

domingo, 11 de novembro de 2007

A ilha das Flores precisa ter [durante todo o ano] ligações aéreas ao domingo

Reforçar o número de voos [para a ilha das Flores] e criar condições de empregabilidade para os jovens [florentinos], são duas medidas que podem conduzir ao desenvolvimento da ilha.

Ainda que o turismo na ilha das Flores tenha vindo a melhorar, há que criar outras condições para atrair turistas, as quais passam, nomeadamente, pela descida do preço das passagens aéreas. "Os transportes aéreos são demasiado caros. Além disso, há grande necessidade de haver um maior número de voos semanais durante todo o ano, incluindo aos domingos", afirma o empresário Jorge Cristelo, proprietário da Quatro a Ocidente. Quanto aos transportes marítimos, acrescenta, "a periodicidade deveria ser semanal."

A empresa Quatro a Ocidente foi constituída, há dois anos, em Santa Cruz. A firma tem três sócios e quatro trabalhadores. A Quatro a Ocidente labora em diversas áreas: pizzaria/bar (serviço de bar, refeições ligeiras, churrascaria), oficina mecânica, bate-chapas, pintura, lavagem automática, stand de peças e pronto-socorro. Os sócios da empresa florentina contam abrir brevemente um bar no Aeroporto de Santa Cruz, cuja Aerogare foi profundamente remodelada.

Jorge Cristelo diz-nos [ao semanário regional «Expresso das Nove»] que o negócio tem evoluído positivamente, embora não tanto como desejavam, devido à crise económica que assola todo o país. Ser empresário numa ilha pequena e afastada como as Flores traz outras responsabilidades, obrigações e desafios. De acordo com o nosso interlocutor, o maior desafio que se coloca aos comerciantes locais é saberem gerir e ultrapassar com êxito a temporada de Inverno, que se reflecte na sua área de negócio. Há que ter em conta que a ilha tem apenas quatro mil habitantes e que o turismo só tem verdadeiras repercussões nos meses de Verão.

Jorge Cristelo é de opinião que é preciso investir muito na formação profissional, em diversas áreas, não se limitando apenas a empregados de mesa, barmen ou jardineiros. Adianta também que é necessário criar postos de trabalho para que os jovens [florentinos] se fixem na ilha.

O empresário do ramo automóvel e da restauração pensa que o Governo Regional tem tido um maior empenho nos últimos tempos em relação aos problemas da ilha das Flores: "Estamos convictos que [o Governo Regional] vai trabalhar no sentido de desenvolver o turismo na ilha, assim como criar incentivos diversos."

"Entrevista" integrante da edição de 27 de Abril do semanário regional «Expresso das Nove».
Saudações florentinas!!

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Re-Pensando: As cozinhas dos Jantares de Espírito Santo

Tempos houve em que os jantares de Espírito Santo só poderiam fazer-se em lume de lenha e nos caldeirões tradicionais. E pensamos que bom era se fosse possível que assim continuassem, pois esse estilo conferia ao produto final um sabor especial.

Hoje já não é possível ser assim, ou por falta de equipamento, ou de quem queira dar-se a esse trabalho. A utilização de tachos de alumínio e do lume a gás tornou-se habitual.

Recentemente, na freguesia dos Rosais, na ilha de São Jorge, numa só Praça (uma de um lado e a outra em frente), vimos duas cozinhas excelentemente preparadas para cozinhar Sopas para milhares de pessoas, e dotadas de todo o equipamento para as servir. Instalações de gás não só absolutamente eficientes, como cómodas e dotadas de toda a segurança.

Mesmo nas Flores há freguesias que se têm ido dotando de melhores instalações para cozinhar as tradicionais Sopas do Espírito Santo e que têm adquirido muitos equipamentos, como são, por exemplo, os casos da Fazenda, das Lajes e da Lomba. Mas até no Monte de Santa Cruz também se fizeram importantes investimentos e, ao que apurámos, prevê-se a montagem, brevemente, de uma instalação nova e eficiente de queimadores, servidos por uma segura rede de gás. Também na Fazenda de Santa Cruz já existe uma instalação muito boa.

Infelizmente Santa Cruz das Flores é a negra excepção, ou está entre elas. As maiores Sopas que se servem na ilha são cozinhadas em instalações cada vez improvisadas, com grelhas ineficientes e ligações de gás que, não obstante todos os cuidados, são sempre fonte de preocupações quanto ao risco.

Pensamos que é uma situação que deveria envergonhar os responsáveis pelos equipamentos públicos desta freguesia e desta vila.

Pensamos que é tempo de tomar a iniciativa de procurar uma solução boa e definitiva.

Filho de Roque de Freitas Moura

Este artigo de opinião é parte integrante do jornal «As Flores», edição de 18 de Outubro de 2007.

«Para grandes Esperanças, maiores Enganos», por Maria José Sousa

Campo de Futebol de Ponta Delgada

Os que me conhecem sabem que sou natural da freguesia de Ponta Delgada. Embora esteja a residir em Santa Cruz, guardo a minha freguesia num cantinho do coração, pois é também a terra dos meus pais e dos meus avós.

Dói-me então tudo o que afecte o rumo e a vida da terra que me viu crescer.

Este não pretende ser um artigo “prevaricador”, como sei que alguns ousam dizer, mas sim apenas um alerta para o problema. Também quem me conhece, sabe que digo e assino aquilo que penso.

O Campo de futebol de Ponta Delgada, inaugurado com a pompa e circunstância que alguns devem recordar, por ter contado com a presença das Velhas Glórias do futebol português, encontra-se, já não digo em estado de degradação, mas sim, completamente degradado. Confesso que a obra em si, nunca foi uma obra concluída e perfeita do ponto de vista crítico do desportista, no entanto estava praticável para a modalidade e para o fim a que se destinava e era sem dúvida uma mais valia, em especial para os jovens da freguesia.

O estado em que o encontrei a última vez que por lá passei, deixou-me perplexa. Na altura nem encontrava palavras para descrever. Sei que as barras que delimitavam o campo foram roubadas, puro acto de vandalismo que muito lamento existir. Resta questionar a razão porque nunca foram repostas, resta questionar porque os balneários se encontram abandonados, abertos, por pintar, resta questionar porque os arredores do Campo são uma pequena nova lixeira da ilha, resta questionar se os jovens da freguesia (embora poucos) não têm o direito a possuir uma zona de desporto e lazer em condições, resta questionar se a população de Ponta Delgada é só “muita” para fins de votos e no resto dos anos é pouca para merecer uns “arranjos” nas suas coisas.

Maria José Sousa

Este artigo de opinião é parte integrante do jornal «As Flores», edição de 18 de Outubro de 2007.

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Festival de Música Contemporânea

«Produz-se no Arquipélago, pela primeira vez, um conjunto articulado de concertos que ilustra a criação artística dos séculos XX e XXI. Apresentam-se obras compostas entre 1915 e 2007, escritas em Portugal, no resto da Europa – com especial destaque para a Espanha – e nas Américas. Com entrada livre em todos os concertos, a contemporaneidade musical é trazida ao público num acontecimento que integra os Açores nos trilhos da moderna música ocidental.

[...] O XX-XXI MUSICAÇORES oferece uma panorâmica geral do que foi e é a criação musical contemporânea, num contexto onde – e ao contrário dos séculos anteriores – tanto do ponto de vista técnico como estético, a música se pulverizou por múltiplos caminhos e opções, revolucionando todos os aspectos ligados à sua escrita, às fontes sonoras, à interacção entre os músicos, e até aos espaços onde se produz. É impossível, por razões evidentes, esgotar aqui, de uma só vez, todas as vias que se abriram nos últimos 100 anos. Todavia, no conjunto de concertos que neste Festival se apresenta, ficar-se-á com uma ideia aproximada sobre o que tem vindo a acontecer nesse domínio


Extractos de um texto da autoria de Emanuel Frazão (director artístico do Festival) "apresentando" o XX-XXI MúsicAçores: Festival de Música Contemporânea.

Na programação deste Festival, o concerto a ser realizado na ilha das Flores está agendado para o próximo (domingo) dia 11, às 21h30, no Museu das Flores, com o mexicano Mauricio Díaz Álvarez a brindar-nos com um recital de guitarra.
Saudações florentinas!!

sábado, 3 de novembro de 2007

Açores classificados como as segundas melhores ilhas [turísticas] do Mundo

As ilhas do arquipélago dos Açores foram eleitas como as segundas melhores [ilhas] do Mundo para o turismo, num estudo da revista «National Geographic Traveler», publicado na sua edição de Novembro/Dezembro.

Os Açores ficaram atrás das ilhas Faroé (na Dinamarca) e logo à frente do arquipélago de Lofoten (na Noruega), das ilhas Shetland (na Escócia) e do arquipélago de Chiloé (no Chile). O mesmo estudo colocou a Madeira na 69ª posição.

Ao todo, foram 111 os destinos – arquipélagos ou ilhas únicas – analisados por 522 peritos em turismo sustentável. A pressão turística exagerada ou, por outro lado, o esforço em encontrar o equilíbrio para não prejudicar a natureza e as populações locais foram os principais pontos analisados pelo artigo «Best Rated Islands».

Numa pontuação de zero a cem, os Açores obtiveram 84 pontos, sendo o [nosso] arquipélago classificado como, «um sítio maravilhoso. Ambientalmente em boa forma. Os habitantes são muito sofisticados e a maioria já viveu fora [do arquipélago]». «Distantes e temperados os Açores permanecem levemente turísticos», continua o artigo que define os visitantes como «turistas independentes que ficam em regime de bed & breakfast».

Quanto ao ecossistema, «está em grande forma. As baleias são ainda uma visão comum. A cultura local é forte e vibrante. É comum ser[-se] convidado para a casa das pessoas para jantar, ou ser[-se] recebido com uma refeição comunal durante um Festival».

Quanto à Madeira, que obteve 61 pontos, é apontada como um local a sofrer algumas dificuldades. «Apesar da reputação como um local de turismo de alta qualidade, jardins bonitos e um cenário paradisíaco para passeio, a Madeira tem sofrido com o desenvolvimento de hotéis para massas que se espalham a partir do Funchal», refere o artigo.

As ilhas com pior pontuação, apenas 37 pontos, referidas como «em sérias dificuldades [em termos turísticos]», foram os destinos Ibiza e Saint Thomas. A ilha americana é descrita como «uma confusão» e Ibiza «já não é Espanha, ou mesmo Balear, é uma colónia da Europa e, às vezes, parece britânica apenas».

Notícia: edição on-line do semanário «Sol»; com outros desenvolvimentos em notícias do «Diário dos Açores», d' «A União» e do «Diário Insular».
Saudações florentinas!!